Com a aproximação eleições intercalares para a autarquia de Lisboa o debate em torno do funcionamento dos partidos vai regressar ainda os partidos não adiantaram nenhum candidato e já há três “independentes” (pintados de fresco) disponíveis para se candidatarem, Helena Roseta, Fontão de Carvalho e Carmona Rodrigues.
Mesmo sendo os piores exemplos de independentes, são gente que viveu à sombra dos partidos ou que beneficiaram deles para obterem protagonismo pessoal, não deixa de ser verdade que os partidos portugueses são cada vez menos partidos para passarem a ser organizações semi-secretas onde as teias de relacionamento pessoal e os interesses que giram à sua volta são mais importantes do que os vínculos ideológicos que unem os seus militantes.
Os partidos que têm estado no poder há muito que deixaram de ser partidos, são “Cavalos de Tróia” que servem para conquistar o poder e repartir o saque por aqueles que o empurram.
O PSD de Marques Mendes nada tem que ver com o de Santana Lopes e comparad com o de Sá Carneiro apenas tem ligeiras semelhanças, o que o caracteriza não é uma ideologia mas sim quem lá manda e os que os suportam, que serão os primeiros beneficiários caso o actual líder chegue ao poder.
O PS de Sócrates é muito mais próximo do PSD de Cavaco Silva do que o PS de Ferro Rodrigues, se o PS de Ferro fosse Governo o PS de Sócrates teria mais argumentos para fazer oposição do que o PSD de Sócrates tem para se opor ao actual governo.
Os aparelhos partidários há muito que deixaram de ter valores, princípios ou ideologia, unem-se em torno de capos (os homens do aparelho) a quem cabe partilhar os saques e apoiam aquele que as sondagens indicam como os mais fortes. Os mesmos que no passado ridicularizaram Marques Mendes são os seus actuais defensores, da mesma forma que os que diziam cobras e lagartos de Sócrates, quando este andava a mendigar concelhias, são os que agora promovem o culto da personalidade e quase agridem quem ouse criticar o chefe.Mais do que debater o que é ser esquerda ou o que é ser direita talvez mereça a pena discutir o que deve ser um partido no século XI e questionar porque razão num mundo de cada vez mais democracia os partidos são organizações cada vez menos transparentes.