Sou defensor da avaliação na escola desde o primeiro grau de ensino pelo quando li no Público que a Fenprof "critica realização das provas de aferição nos 4.º e 6.º anos” interessei-me pela notícia, queria saber que argumentos justificariam uma posição oposta à minha e fiquei pasmado com os argumentos.
"O ministério de Maria de Lurdes Rodrigues parece pretender que as referidas provas sejam mais um mecanismo de avaliação e responsabilização das escolas e professores, caso as classificações dos alunos venham a ser baixas"
Se a avaliação só fosse utilizada para aferir o conhecimento das crianças estaria tudo bem, as causas de insucesso deveriam ser as do costume, os problemas sociais, a falta de investimento nas escolas. Mas a avaliação é uma faca de dois gumes, é-o nas escolas do ensino básico em Portugal como o é nas melhores uniersidades americanas. Só os professores do MIT podem ser rigorosamente avaliados e o seu desempenho associado ao dos alunos, mas se uma criança que esteve quatro anos não souber nada quando chega ao quarto ano a culpa não pode ser de ninguém.
Mas o descaramento da Fenprof vai ainda mais longe:
"Esta intenção, que a Fenprof rejeita e repudia, fica muito clara pelo facto de o Ministério da Educação remeter para as escolas a incumbência de montar estratégias de superação das dificuldades dos alunos, pretensamente diagnosticadas através das classificações por eles obtidas"
Ou seja, se houver uma situação de insucesso generalizado a escola nada tem que haer com o assunto, os professores não tem que se questionar com as causas, nada devem fazer para mudar o estado das coisas. O insucesso caiu do céu e nada há a fazer, muito menos incomodar os professores.
Espero sinceramente que a dignidade dos professores portugueses os leve a não concordar com tanta hipocrisia. Pelo menos no antagonismo com a Fenprof começo a achar que a ministra da Educação tem muito mais razão do que eu pensava, estes senhores estão-se nas tintas para a qualidade e os resultados do ensino, udo fazem para confundir os interesses legítimos dos professores com estratégias políticas que não têm qualquer relação com os objectivos do sistema educativo.