sábado, setembro 15, 2007

“Máfia dos bingos”, a “Somague” do PS


Tal como sucedeu no caso Somague também no processo “máfia dos bingos” investigada pela polícia brasileira se assiste a uma mancha de nevoeiro. A omertà à portuguesa volta a intervir, uns não aproveitaram o caso Somague e, em contrapartida, os outros não mexem muito no processo brasileiro.

Entretanto o porta-voz do PS produz uma pérola da hipocrisia política dizendo que “se existe, sobre ela vigora o segredo de justiça. A confirmar-se, o PS aguarda serenamente o resultado desse processo". Vitalino Canas deve ter a inteligência portugueses em pouca consideração, há meses que se sabe que um dos foragidos à justiça no Brasil financiou a campanha do PS no exterior e, em contrapartida, foi nomeado cônsul honorário de Portugal, uma vergonha para os portugueses. Até ao momento nem o responsável por tal nomeação foi objecto de qualquer reparo, e só ontem essa nomeação foi evogada, com muito atraso e depois de muitas pressões.

O PS não precisa de esperar pelo resultado das investigações para assumir as suas responsabilidades políticas, esse processo não visa nem o PS nem avaliar se os seus responsáveis respeitaram os valores éticos que deles se espera. Ora, pelo que se sabe há gente no PS sem lugar numa democracia europeia, ocupam altos cargos e estão a ser protegidos.

Não é preciso esperar pelo fim da investigação para se saber que há gente no PS que foi eleita com ajuda de dinheiro de proveniência duvidosa, que essa gente recompensou os financiadores usando o Estado, que os contactos entre essa gente duvidosa e responsáveis do PS existem e se prendem com negócios. Vitalino Canas acha mesmo que são necessárias mais investigações para que possam se tiradas conclusões acerca da conduta de alguns dos seus pares?