Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Ourique

IMAGEM DO DIA

[Muhammed Muheisen - AP]

«A Palestinian Muslim girl looks out from her family house which is decorated with festive lights for Ramadan in the West Bank city of Ramallah.» [Washington Post]

JUMENTO DO DIA

Então senhor PGR, não tem nada a acrescentar desta vez?

Quando as corporações da justiça questionaram as novas normas do direito penal Pinto Monteiro não quis ficar de fora e queixou-se dos prazos no combate à criminalidade económica, repetindo o argumento de Maria José Morgado. Agora que a estratégia do pânico colectivo falhou as mesmas corporações tiraram do bolso o argumento da falta de preparação, mas desta vez o PR ficou calado. Diz-se que polícias e magistrados do MP não se entendem, que cada um aplica como interpreta.

Ora, esta crítica não se aplica só ao Governo, o seu primeiro destinatário é o próprio PGR pois não pode argumentar que não conhecia as novas normas, sobre as quais se pronunciou, dele se esperando que gerisse o processo de forma a que o MP estivesse preparado. Pelos vistos não o fez, talvez por isso tenha ficado calado.

AGORA DIZEM QUE NÃO PERCEBEM O CÓDIGO

As corporações da justiça tentaram abater as alterações no Penal recorrendo ao alarmismo público, tentando levar os portugueses a pensar que todos os criminosos presos (porque a maioria estava já em liberdade graças à ineficácia das polícias) iriam ser soltos, não tiveram mesmo qualquer pejo em mentir, dando exemplos que não se vieram a confirmar.
Como os portugueses não fizeram xixi pelas calças abaixo as corporações vieram com um novo argumento, não tiveram tempo para estudar. Este argumento já tem um mínimo de seriedade, ainda que perca toda a credibilidade pois só é usado quando a tentativa de alarme falhou, sendo claro que é usado com pouca honestidade.

Só que houve tempo mais do que suficiente para estudar as novas normas e se tal se tivesse revelado difícil, então dever-se-ia ter suscitado este problema antes da entrada em vigor das novas normas. Como se viu, apostaram no "colapso da justiça", ficaram em silêncio até à entrada em vigor das novas normas , até essa ocasião o problema era a libertação dos criminosos. É evidente que teriam de começar com esse argumento não fosse alguém perguntar-lhes como tinham tantas certezas se, afinal, não tinham entendido as novas normas.

Mas se os magistrados do MP não foram devidamente informados então o PGR em vez de andar a repetir o discurso da super magistrada Maria José Morgado, deveria ter-se preocupado em explicar as novas normas.

NÃO HÁ ESCOLAS EM ESPANHA?

Acompanho a comunicação social espanhola e acho que há qualquer coisa de errado naquele país, não dei, aliás, nunca dei pelo início do ano escolar naquele país. Os jornais e a TVE não mostram reportagens em escolas que não abriram, não li uma única intervenção de um sindicato de professores, nem sequer há grandes debates. Das duas uma, ou em Espanha não há escolas ou está tudo bem.

Tudo bem não está, ainda ontem a OCDE divulgou dados relativos ao abandono escolar e a situação em Espanha não é muito melhor do que aquela que assistimos em Portugal. Se há dados sobre o abandono escolar serei forçado a conclui que em Espanha também há estudantes, escolas e professores. Então porque motivo lá não se assiste ao espectáculo que o ensino nos proporciona todos os anos por esta altura?

A razão é simples, enquanto em Portugal usamos os problemas para cada um não assumir as culpas e dizer que o culpado é quem está ao lado, em Espanha os problemas serem para serem resolvidos e não para alimentar uma comunicação social de qualidade bem pior do que o nosso ensino.

COM UM ESTÁDIO ATRÁS DE MIM ATÉ EU LHE ENFIAVA UM TABEFE

«Depois de ver Luiz Felipe Scolari soltar aquele tabefe no último jogo da selecção, dei por mim a pensar: mas será que se ele se desentendesse com o sérvio não num campo de futebol mas, digamos, numa pastelaria, por causa de uma queijada de Sintra, ou na secção de congelados do supermercado, por causa da última caixa de medalhões de pescada, seria assim tão lesto a levantar a mão? O senhor Ivica Dragutinovic - só o nome mete medo - mede 1,85 metros, pesa 84 quilos e tem cara de ter participado no cerco de Sarajevo. Não me cheira que Scolari, que não é parvo, se lembrasse de esmurrar fora dos relvados um tipo com metade da sua idade e o dobro do seu tamanho. E é por isso que o seleccionador devia ter vergonha não só pelo que fez mas pelas desculpas que arranjou. Porque, na verdade, não foi Scolari quem protegeu Quaresma, como até hoje ele continua a insistir. Foi Quaresma e a restante selecção que protegeram as costas de Scolari, enquanto ele perdia a cabeça em Alvalade.» [Diário de Notícias]

Parecer:

João Miguel Tavares goza com Scolari.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SALAZARINHA NOGUEIRA PINTO

«Em primeiro lugar, vamos despachar uma falácia. Maria José Nogueira Pinto anunciou que, enquanto comissária não-eleita para a Baixa-Chiado, daria prioridade a expulsar as lojas chinesas da Baixa e concentrá-las numa Chinatown. Há gente que minimiza a questão dizendo que "os chineses não se importam". Não sei em que dados se baseiam. Mas a pergunta aí passa a ser: o facto de uma comunidade aceitar "guetizar-se" torna a "guetização" desejável? Imaginemos quais seriam as reacções se a comunidade em causa fosse, por exemplo, de muçulmanos. Que tal fazer uma IslamTown em Lisboa? Que diriam as mesmas pessoas que acusam os muçulmanos de não quererem "integrar-se"?

A questão, acima de tudo, não é se as comunidades "querem" ou "não querem" viver em guetos. A questão é se os lisboetas querem guetos para a sua cidade. Ora, Lisboa já teve uma tradição de guetos. A Mouraria nasceu como gueto a partir de 1147: era o território fora das muralhas para onde os muçulmanos tinham de se dirigir após o pôr-do-Sol. Guetos de judeus foram dois: a "judiaria grande" e a "judiaria pequena", que serviam para impedir que uma comunidade dinâmica e especializada comprasse boas casas (e boas lojas...) fora das fronteiras permitidas. A coisa acabou muito mal: foi por aquelas ruas que, em 1506, lisboetas cristãos massacraram seis mil dos seus concidadãos.

A leviandade com que Maria José Nogueira Pinto fala destas coisas é só aparente. Levianos são os que tratam o assunto como meras "provocações" da "Zezinha". Por detrás está uma estratégia política e não é por acaso que ela já voltou a subir a parada. Numa entrevista ao último Expresso, declarou enfaticamente o seu voto em Salazar no concurso dos Grandes Portugueses - "claro!" -, derretendo-se em elogios ao ditador que "sabia mandar", cumpriu "os objectivos que tinha" e "preservou aquilo que queria preservar", para rematar afirmando aos jornalistas a sua paixão pela trilogia da ditadura. "Pode pôr: Deus, Pátria, Família".

Para quem ainda ache que isto é só um acaso, lembre-se que Nogueira Pinto deixou como vereadora da Câmara de Lisboa um regulamento de bairro municipal a que os imigrantes estavam impedidos de concorrer. Porquê? Porque, como disse então Nogueira Pinto, "isto não é uma fruteira onde se possam meter bananas, maçãs e laranjas e dizer que está tudo bem".
Maria José Nogueira Pinto tem boa imagem e boa imprensa, o que ajuda a disfarçar o facto de ser a salazarista mais assumida da política portuguesa. O problema é querer levar a imitação do seu ídolo ao ponto de querer mandar sem ter levado as suas ideias a votos.

A este jogo chama-se "esticar a corda" e o resultado é saber, como diria Salazar, "quem manda". Maria José Nogueira Pinto quer a Baixa--Chiado para ela e, para começar, marca já as suas fronteiras forçando os limites da indecisão de António Costa. Se ele voltar atrás na decisão de a nomear, Nogueira Pinto fará o papel de vítima a que está acostumada: só no último ano já o desempenhou por três vezes. Se for nomeada, tem António Costa na mão e já deixou claro que ninguém lhe põe limites. Se for nomeada e não apresentar resultados, o que também vem sendo hábito, pode voltar ao seu desempenho na última vereação: arranjar uma desculpa qualquer e saltar fora.

Já vimos isto antes. É coincidência? Não: é o seu modus operandi. Há método nesta loucura.» [Público assinantes]

Parecer:

Rui Tavares faz a melhor crítica que eu li à brilhante ideia da Zezinha de criar uma chinatown em Lisboa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PS E PSD MANDAM O PGR BUGIAR

«O "bloco central" protagonista da reforma penal rejeita liminarmente qualquer tentativa de alterar os diplomas acabados de entrar em vigor (Código Penal e Código de Processo Penal). Responsáveis parlamentares do PS e do PSD ouvidos ontem pelo DN dizem não a propostas nesse sentido e vão até mais longe: estranham o conteúdo das críticas aos diplomas feitas pelo procurador-geral da República.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Desta vez concordo, se o PGR já tinha opinado e as suas sugestões foram atendidas o melhor seria ter ficado calado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao PGR que se aplique na aplicação das novas normas, é esse o seu papel.»

PSD, MUITOS MILITANTES E POUCOS A PAGAR

«Até ao dia 7 de Setembro pagaram quotas cerca de 39 mil militantes, bem mais dos que os 27 mil que tinham a sua situação regularizada a 15 de Julho, data das eleições intercalares em Lisboa, que provocaram a convocação das directas por parte de Marques Mendes. A expectativa dos menezistas é que chegue "aos 60 mil, mesmo assim menos de 50% do número total de militantes, o que acontece porque há muita desmotivação com a vivência interna no PSD".» [Diário de Notícias]

Parecer:

É o resultado da inscrição forçada de militantes quando o PSD está no poder.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Marques Mendes quantos militantes tem o PSD.»

GOVERNO INGLÊS "EMPRESTA" ASSESSORA DE IMPRENSA AOS Mc CANN

«Numa altura em que a Polícia Judiciária (PJ) deixou de ter um porta-voz para o caso Maddie, com o afastamento do inspector-chefe Olegário Sousa, a poderosa máquina montada pelos pais da menina britânica desaparecida na Praia da Luz acaba de ser reforçada com a contratação, pelo casal, de Clarence Mitchell, que abandona assim, pelos menos temporariamente, o cargo de director do departamento de imprensa do Governo britânico. Mitchell foi, de resto, o primeiro assessor dos McCann, nomeado em Maio directamente pelo gabinete do primeiro-ministro inglês.» [Diário de Notícias]

Parecer:

è evidente que o governo inglês aposta nos Mc Cann.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Procure-se a Maddie ou o que resta dela.»

HIPOCRISIA SINDICAL

«No início de mais um ano lectivo, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, garantiu toda a normalidade. No entanto, para Mário Nogueira, da Fenprof, "a normalidade não está em discussão há algum tempo. A questão está nas condições que as escolas oferecem".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Quando havia problemas na colocação dos professores o sindicalista ia aos jornais dar exemplos, quando algumas escolas não abriam o sindicalista ia aos jornalistas dizer as que não estavam aberta, agora que pouco tem para dizer preocupa-se com as condições de trabalho. Bolas, já começa a enjoar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor Mário Nogueira porque motivo não encontra nada bem e parece estar sempre ansioso para que as coisas corram mal.»

MARQUES MENDES É UM POLÍTICO DE PAPEL, DIZ O N.º 2 DE MENEZES

««A grande diferença entre o Dr. Marques Mendes e o Dr. Filipe Menezes é que Marques Mendes é um político de papel. É um político que toda a vida teve pastas de papel. Foi sempre ministro de pastas imateriais, enquanto Filipe Menezes tem obra feita. Tem coisas que pensou, idealizou, projectou, executou e pagou, o que é muito importante», frisou, não tendo qualquer dúvida sobre a valia do actual presidente da câmara de Gaia. » [Portugal Diário]

Parecer:

Será papel de embrulho?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Marques Mendes que tipo de papel é.»

NÃO PERCEBEM O CÓDIGO

«Ninguém se entende com o novo Código de Processo Penal (CPP). Polícias, funcionários judiciais e magistrados queixam-se de não terem tido tempo para consultar e adquirir os conceitos básicos do novo documento. Não houve qualquer espécie de formação e, actualmente, cada uma destas entidades faz a gestão dos inquéritos mediante interpretação própria das novas leis.

"Para a polícia [PJ] esta é uma situação dramática. Ninguém conhece o novo Código, que nem sequer está à venda, e ninguém recebeu qualquer tipo de formação. De momento, o que cada um faz de cada vez que tem de consultar o Código, é recorrer à Internet", disse ontem ao PÚBLICO o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) da Judiciária, Carlos Anjos.» [Público assinantes]

Parecer:

Pois, mas para fazerem críticas e dizerem o que está mal já percebem...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que estudem pois o código já é do conhecimento público há algum tempo.»

TRÊS PAÍSES EM BUSCA DOS PAIS DE UMA CRIANÇA QUE FOI ABANDONADA

«La policías de Australia, Estados Unidos y Nueva Zelanda buscan a los padres o algún familiar de una niña de tres años que fue abandonada el pasado fin de semana en una estación de tren de la ciudad australiana de Melbourne. Al parecer, el hombre que la dejó sería su padre.

En las últimas horas, los investigadores parece que han encontrado un automóvil que podría pertenecer a la madre, aunque no hay ningún dato de su paradero. Tampoco tienen pistas sobre la situación del padre o de alguno de sus parientes.» [20 Minutos]

ESPANHA: 24 ANOS PARA CONDUZIR MOTOS DE GRANDE CILINDRADA

«El Gobierno pretende modificar el permiso de conducir para motos, de manera que solo puedan manejar las de gran cilindrada aquellas personas con "una experiencia razonable previa". Así lo anunció este martes el ministro de Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, ante el Congreso de los Diputados, donde recordó que se está avanzando en un plan de seguridad vial específico para estos vehículos.

La futura reforma del carné para motos, asunto que el ministro abordará próximamente con las asociaciones, prevé un acceso progresivo para conducir dichos vehículos a menores de 24 años. Así, en principio, a los 16 años sólo se podría tener acceso al permiso para 125 c.c. Con 18 años se podrá conducir motos de hasta 400 c.c., y para las de 500, será necesario tener al menos 24 años y un mínimo de dos años de experiencia en dicha cilindrada. » [20 Minutos]

Parecer:

Uma medida a adoptar em Portugal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se.»

DO BASQUETEBOL PARA A INTERVIÚ

«Las jugadoras de balonmano del Orsán Elda Prestigio, equipo que ocupa la segunda posición de la División de Honor femenina y que disputará competición europea, han posado desnudas para una revista de tirada nacional en busca de patrocinadores para esta temporada.

La capitana del equipo, Diana Box, explicó a Efe-TV que el reportaje fotográfico lo publica esta semana la revista "Interviú" y confió en que ayude a encontrar patrocinadores porque al club le faltan unos 300.000 euros para poder cubrir los gastos de la campaña que acaba de comenzar.» [20 Minutos]