Por dá cá aquela palha Marques Mendes exige a ida de meio governo ao parlamento, se a GNR não impede a destruição das maçarocas o ministro da Administração Interna deve ir a São Bento explicar, se há um parto numa ambulância lá terá que ir o ministro da Saúde, de o Charrua é incomodado por ofender a mãe de Sócrates a ministra da Educação terá que explicar porque ficou ofendida.
Mas quando se sabe que o PSD mandou contas para a Somague pagar está tudo bem, o Arnaut deu um exemplo de como se deve comportar um político, o Vieira de Castro está doente, Durão Barroso não sabia de nada porque essas coisas estavam delegadas.
O melhor local para discutir a democracia portuguesa é a Assembleia da República, mas desta vez o tema não é objecto dos discursos inflamados de Marques Mendes nas suas almoçaradas de fim-de-semana, Cavaco Silva está calado, os meninos do Compromisso Portugal de Diogo Vaz Guedes estão de férias, o Procurador-Geral da República diz talvez e a generalidade dos partidos alinham no silêncio. Nem mesmo os opinion makers mais activos abem a boca.
É evidente que se trata de um assunto em que ninguém quer mexer, os políticos defendem dos financiamentos ilegais, os jornais de pendem da publicidade e os opinion makers vivem dos pareceres que lhes são incomodados. É evidente que as nossas "elites" vivem do poder económico, ninguém ousa incomodar as grandes empresas, principalemnet aquelas que têm muito dinheiro fácil para distribuir sob a forma de donativos, contratos de assessoria, encomendas de pareceres ou publicidade.
Quem neste país ainda não foi comprado que meta o braço no ar.