Entrou em vigor um novo Código do Processo Penal
E os sacerdotes da justiça, a casta superior dos magistrados, mais os seus sacristães, os oficiais de justiça, repararam nas consequências nefastas do novo código, ainda que tal só tenha sucedido meses depois de toda a gente saber do seu conteúdo. Muito antes do clérigo judicial se ter manifestado já os jornalistas se tinham pronunciado sobre a condenação da publicação das escutas mas nessa ocasião os mesmos que agora estão incomodados, porque a investigação não tem todos os poderes, ficaram em silêncio.
Quem não tem opinião sobe o tema é o PSD que em tempos assinou o pacto da justiça e imaginou que poderia ser oposição e poderia governa o país impondo pacto apadrinhados por Cavaco Silva. Agora que há críticas os co-autores do novo código remetem-se a um silêncio cobarde, assobiando para o ar como se nada tivessem que ver com este assunto.
De novo a “omertà” a funcionar
Não vai ser difícil de perceber que o financiamento dos partidos conta com um acordo tácito entre a generalidade dos partidos. O mesmo silêncio a que se assistiu no caso Somague, que atingiu o PSD, vai ocorrer com a “Máfia do Bingo”, ainda que neste caso a nossa justiça tenha que fazer as investigações da praxe porque foram requeridas pela justiça brasileira.
A desculpa é sinistra, não se deve discutir este assunto porque pode ser usado para critica os partidos cuja imagem já anda nas ruas da amargura, isto é, os mesmos que enriqueceram graças à política e destruíram a imagem da democracia beneficiam agora de impunidade total em nome da defesa do bom nome dos partidos e da democracia. A corrupção controla todo o processo.
Está aberta a campanha eleitoral para as próximas legislativas
Esta semana ficou marcada pelo início da campanha eleitoral, com o governo a aproveitar-se da abertura do ano escolar para começar a mostrar pretensos resultados, chegando mesmo a mobilizar uma parte dos seus membros para uma grande operação de distribuição dos computadores oferecidos pelas empresas de telecomunicações.
Entretanto, o ministério das Finanças já adiou as medidas mais difíceis da reforma da Administração Pública para a próxima legislatura, isto depois de quase não se ouvir falar de despedimentos no Estado.
A partir de agora vamos conhecer o paraíso terrestre na versão de José Sócrates.
A Chinatown da Zezinha
A Zezinha quer uma baixa medieval e caucasiana e decidiu defender a limitação no acesso dos chineses às lojas da Baixa. Agora esperemos que a Zezinha nos diga para onde vão os restaurantes indianos, as lojas de judeus e todos os comerciantes que não se enquadram no esplendor da Baixa no tempo de Salazar.
As razões que são conhecidas
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros o Dalai Lama não foi ecebido pelo Governo pelas razões que são conhecidas. Pelos vistos só ele é que sabe quais são as razões que são conhecidas, provavelmente resultado de algum estudo encomendado pelo seu ministério, pois ninguém mais as conhece, a não ser que essas razões não sejam mais do que a cobardia do próprio ministro.
Pelos vistos a Chanceler da Alemanha desconhece as tais razões conhecidas pois vai receber o Dalai Lama. Teremos que concluir que as razões que são conhecidas não estão à vista e que não passarão de um problema anatómico do ministro, a verdade é que a chanceler alemã deverá ter algo que até agora não vimos ao nosso ministro, nem nesta questão nem em nenhuma outra. A nossa diplomacia é uma diplomacia de eunucos.
Um santuário em Custóias
O Governo deva construir um santuário, ou, pelo menos, um obelisco e Custóias, Matosinhos, foi ali que pela primeira vez a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, foi aplaudida. Mesmo sabendo-se que Matosinhos está para o PS como o Vaticano está para a igreja católica, este fenómeno é mais inesperado do que foi o de Fátima, foi um verdadeiro milagre.