Se o conceito de otário pudesse ser aplicado a ministério esta definição da gíria aplicar-se-ia que nem ginjas ao ministério das Finanças. Ao longo de anos os seus responsáveis tiveram políticas miserabilistas, quando se esbanjou dinheiro com objectivos eleitoralistas o ministério poupou para se construíssem rotundas e hospitais, na hora de poupar o ministério deu sempre o exemplo, mesmo quando esses cortes foram actos de gestão desastrosos.
Foi preciso Sousa Franco chegar a ministro das Finanças para que durante um breve período esta tendência fosse investida, o tempo necessário para investir na máquina fiscal, opção também seguida por Manuela Ferreira Leite. Além de uma boa opção política, resultou da percepção de que o Estado entraria em colapso financeiro, sem esse mínimo de modernização Portugal nunca teria entrado no Euro e se o tivesse conseguido já teria sido convidado a sair.
Até há pouco tempo as condições de trabalho em muitos serviços do ministério das Finanças, designadamente nos serviços da Administração Fiscal eram vergonhosos, aliás, essas situações ainda existem. Ainda há pouco tempo havia serviços onde os pombos faziam ninhos em arquivos de processos fiscais. É uma tradição no ministério das Finanças os funcionários do ministério das Finanças trabalharem nas piores condições, sem direito a horas extraordinárias e sem horário, faz-se o que for necessário nas condições que existirem.
Com Sousa Franco as condições melhoraram, muitos serviços foram modernizados, os trabalhadores passaram a ser tratados com mais dignidade, a máquina fiscal ficou mais eficaz. Foi o resultado de o ministério das Finanças ter tido à sua frente alguém que estava mais empenhado em modernizar do que em dar exemplos de miserabilismo, sabia o que queria e defendeu o seu projecto.
O actual ministro, que entrou nas lides governamentais pela mão de Sousa Franco, não parece partilhar da cultura de gestão do “professor”, ontem na entrevista à RTP deu provas disso. Quando foi questionado sobre a redução do número de funcionários públicos na Administração Pública não explicou nada, socorreu-se do seu ministério usando-o para dizer que dava o exemplo, tranquilizou a jornalista dizendo que iriam haver mais de 700 disponíveis.
Não ouvi do ministro critérios ou objectivos, limitou-se a seguir a tradição miserabilista do Terreiro do Paço, limitou-se a usar o seu ministério como exemplo de poupança. Pouco lhe importou o ambiente de instabilidade que desencadeou, não definiu critérios, limitou-se a fazer o que é tradição no ministério das Finanças, mesmo que seja um acto de gestão irracional, o ministério das Finanças é a Madre Teresa de Calcutá do Governo, dá o exemplo de pobreza.
É evidente que poderão haver funcionário a mais, funcionários sem perfil, ou funcionários que usam o atestado médico para quase não trabalharem. Eu até poderia dar o exemplo de militantes do PS ou do PSD que quando metem os pés nos serviços é para passarem o tempo até que o partido volte ao poder e possam arranjar mais um tacho reservado a boys. Só que o ministro não definiu critérios, o único critério que deixou no ar foi o do exemplo franciscano.
Em vez de ter feito um voto de pobreza o ministro das Finanças deveria ter esclarecido os portugueses e os seus próprios funcionários, explicado que havia critérios.
Foi preciso Sousa Franco chegar a ministro das Finanças para que durante um breve período esta tendência fosse investida, o tempo necessário para investir na máquina fiscal, opção também seguida por Manuela Ferreira Leite. Além de uma boa opção política, resultou da percepção de que o Estado entraria em colapso financeiro, sem esse mínimo de modernização Portugal nunca teria entrado no Euro e se o tivesse conseguido já teria sido convidado a sair.
Até há pouco tempo as condições de trabalho em muitos serviços do ministério das Finanças, designadamente nos serviços da Administração Fiscal eram vergonhosos, aliás, essas situações ainda existem. Ainda há pouco tempo havia serviços onde os pombos faziam ninhos em arquivos de processos fiscais. É uma tradição no ministério das Finanças os funcionários do ministério das Finanças trabalharem nas piores condições, sem direito a horas extraordinárias e sem horário, faz-se o que for necessário nas condições que existirem.
Com Sousa Franco as condições melhoraram, muitos serviços foram modernizados, os trabalhadores passaram a ser tratados com mais dignidade, a máquina fiscal ficou mais eficaz. Foi o resultado de o ministério das Finanças ter tido à sua frente alguém que estava mais empenhado em modernizar do que em dar exemplos de miserabilismo, sabia o que queria e defendeu o seu projecto.
O actual ministro, que entrou nas lides governamentais pela mão de Sousa Franco, não parece partilhar da cultura de gestão do “professor”, ontem na entrevista à RTP deu provas disso. Quando foi questionado sobre a redução do número de funcionários públicos na Administração Pública não explicou nada, socorreu-se do seu ministério usando-o para dizer que dava o exemplo, tranquilizou a jornalista dizendo que iriam haver mais de 700 disponíveis.
Não ouvi do ministro critérios ou objectivos, limitou-se a seguir a tradição miserabilista do Terreiro do Paço, limitou-se a usar o seu ministério como exemplo de poupança. Pouco lhe importou o ambiente de instabilidade que desencadeou, não definiu critérios, limitou-se a fazer o que é tradição no ministério das Finanças, mesmo que seja um acto de gestão irracional, o ministério das Finanças é a Madre Teresa de Calcutá do Governo, dá o exemplo de pobreza.
É evidente que poderão haver funcionário a mais, funcionários sem perfil, ou funcionários que usam o atestado médico para quase não trabalharem. Eu até poderia dar o exemplo de militantes do PS ou do PSD que quando metem os pés nos serviços é para passarem o tempo até que o partido volte ao poder e possam arranjar mais um tacho reservado a boys. Só que o ministro não definiu critérios, o único critério que deixou no ar foi o do exemplo franciscano.
Em vez de ter feito um voto de pobreza o ministro das Finanças deveria ter esclarecido os portugueses e os seus próprios funcionários, explicado que havia critérios.