domingo, setembro 23, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Castelo de Almourol

IMAGENS DO DIA

[Louie Favorite / AJC]

«Terri Gurrola greets her 3-year-old daughter, Gabrielle Gurrola, at Hartsfield-Jackson International Airport. Gurrola, who served seven months in Iraq, was one of many soldiers walking through the airport on Sept. 11 -some departing for Iraq and others returning.» [ACJ]

[NASA - AP]

«This newly released image from NASA made by the Terra satellite on Sept. 15 shows a portion of Canada's Northwest Passage largely free of ice. Arctic ice has shrunk to the lowest level on record, raising the possibility that the Northwest Passage that eluded famous explorers will become an open shipping lane.» [Washington Post]

JUMENTO DO DIA

O Paulinho deixou de ir ás feiras

Agora é o comissário nacional das aldeias abandonadas pelo ministério da Educação.

PERDI A CARTEIRA

Designar o balcão dos cartões por "perdia carteira" foi uma boa ideia, agora ficamos à espera que sejam cridos outros balcões. Aqui ficam algumas sugestões: "perdi o emprego", "perdi a casa", "perdi o poder de compra", "perdi a vaga de professor",enfim, não faltarão sugestões.

O ESPECTÁCULO TRISTE DE FIDEL CASTRO

É triste ver as encenações que o regime cubano faz com Fidel Castro, como se o "comandante" fosse uma divindade eterna. De vez em quando, quando um Fidel para quem a morte é inevitável, apresenta algumas melhorias ou momentos de lucidez, lá aparece um qualquer acto televisionado, umas vezes com Chavez, outras com uma qualquer delegação comunista, da última vez numa entrevista.

Desta vez a encenação foi perfeita, alguém terá dito a Fidel algumas novidades, meteram-lhe na mão um livro e lá apareceu Fidel Castro a dar ares de quem está freso e para durar, os cubanos podem ficar descansado que ele ali está para os proteger até à eternidade. Depois da sucessão monárquica, que sucedeu na Coreia do Norte, o comunismo internacional vai agora adoptar ícones religiosos.

A HISTERIA CONTRA O ESTADO DE DIREITO

«Vai por esse país fora uma espécie de histeria colectiva a propósito da entrada em vigor do novo Código de Processo Penal (CCP). A histeria é deliberadamente alimentada por quem sabe e nela tem interesse - alguns polícias e magistrados - e destinada a ser consumida, pronta-a-servir, por quem não sabe - jornalistas alarmistas e público das telenovelas.

A fazer fé no que dizem, a Assembleia da República resolveu, e logo por unanimidade: a) aprovar sem aviso um CPP; b) tão irresponsável nas reformas que introduz (Marcelo «dixit») que, para já, está a pôr em liberdade toda a espécie de perigosos bandidos; e, c) mais tarde vai tornar impossível coisas como o combate ao chamado ‘crime de colarinho branco’. Um indignado leitor do ‘Diário de Notícias’ resumia o sentimento geral, anteontem, no jornal: “aqui está um país exemplar, que altera o Código Penal em prol dos criminosos mais violentos! Se já se vive em Portugal um clima de insegurança, ... (agora, com) violadores, pedófilos, assassinos e traficantes à solta, é aterrador!”

Observemos o fundamento das preocupações deste leitor. Em primeiro lugar, o que está em causa não é o Código Penal mas sim o Código de Processo Penal, que regula o funcionamento da tramitação processual em matéria criminal. O CPP não extingue nenhum crime nem desagrava penas, limita-se a estabelecer as regras de procedimento judicial, em caso de crime. Em segundo lugar, nós não vivemos em nenhum “clima de insegurança”, pelo contrário, continuamos a ser dos países mais seguros do mundo e a ter índices de criminalidade violenta em regressão. É certo que, na noite do Porto e na de Lisboa, há um sector marginal em que a criminalidade violenta tem dado nas vistas, mas não apenas ela existe fora do mundo normal dos cidadãos normais como a sua existência remete para a ineficácia policial e não para a brandura das leis. E é certo também, para referir a criminalidade violenta noticiada nos últimos dias, que nenhuma lei pode evitar que um brilhante estudante universitário com problemas psíquicos degole a namorada ou que uma mãe tresloucada mate os três filhos e a seguir se suicide. Em terceiro lugar, a reforma do CPP não foi feita “em prol dos criminosos mais violentos”: saíram até agora em liberdade, devido à entrada em vigor do novo CPP, 150 presos, de um total que se calcula possa ir até aos 228. Isto num universo de 2800 presos preventivos, que, por sua vez, representam menos de um quarto do total de presos existentes em Portugal. Ou seja, sairão das prisões, ao abrigo da lei nova, cerca de 2% dos presos que lá estão e nenhum deles integra a categoria a que o leitor chama os criminosos mais violentos. Quem sai, então? Saem justamente aqueles que, por estarem implicados em crimes menos graves, se considerou que tinham direito a ver os seus prazos de prisão preventiva encurtados. Já agora e finalmente: o novo CPP não entrou em vigor sem aviso e no desconhecimento geral: de há muito que estava em discussão e há mais de dois meses que tinha sido aprovado na Assembleia - mas é característica bem portuguesa só se preparar para as coisas depois de elas acontecerem.

Talvez valha a pena começar por lembrar o óbvio, mas tantas vezes esquecido, a benefício da paranóia securitária: a prisão preventiva é uma medida excepcional, através da qual, não poucas vezes, um inocente é mantido em prisão longamente, enquanto espera por um arquivamento ou um julgamento que irá determinar que, afinal, não havia razão para o manter preso. Parece que, felizmente, a percentagem de presos preventivos em Portugal tem vindo a baixar, face a tempos recentes em que atingiu números assustadores. Mas, se há menos preventivos, a duração das suas detenções ‘provisórias’ tem vindo a alongar-se sucessivamente: numa situação em que, há uns quinze anos, se previa que a prisão preventiva não pudesse ir além de três meses, hoje essa mesma situação pode deixar alguém preso preventivamente até nove meses. E porquê, se as suspeitas ou as causas que fundamentam a prisão são as mesmas? Porque a polícia e o Ministério Público foram argumentando sem descanso que os prazos eram curtos para lhes permitir concluir as investigações. Mas um preso preventivo - que é alguém que se presume inocente - não tem culpa que, por incompetência ou por falta de meios dos investigadores, a sua detenção se prolongue para além de um prazo que, por natureza, tem de ser excepcionalmente curto.

Daí os protestos de quem tem que investigar. Daí as correrias em cima da hora para notificar, enfim, a acusação a presos preventivos, evitando que eles saíssem em liberdade por extinção dos prazos previstos no novo CPP - o que prova que, afinal, a acusação poderia ter sido deduzida antes… A mensagem do novo CPP é neste ponto clara e desafiadora: a ineficácia da máquina judicial não pode ser compensada e disfarçada à custa dos direitos de defesa dos arguidos. Era isso que estava a acontecer cada vez mais e é isso a que agora se quis pôr termo. Compreendo, sem aceitar, que aqueles que, por força desta alteração, vão passar a ter de trabalhar mais depressa e mais eficazmente se queixem; compreendo que o ‘nobre povo’ que, numa semana, é capaz de passar dos ‘coitadinhos dos McCann’ para os ‘criminosos dos McCann’ se indigne, sem perceber o que está em causa; compreendo bem pior que outros, que não são nem ignorantes nem parte na questão, venham também juntar-se à histeria demagógica dos ‘criminosos à solta’, fingindo esquecer que o que está em causa é a defesa do Estado de Direito, não como flor de retórica mas no concreto das prisões, das esquadras de polícia e dos tribunais, onde, de facto, se mede o grau de protecção dos direitos vigente em determinada sociedade.

O novo CPP vem também retirar aos investigadores algumas facilidades a que estavam habituados, tais como as escutas telefónicas sem controlo e sem razão de justiça ou a possibilidade das maratonas nocturnas de interrogatórios - tal como vimos no caso McCann e noutros mais. Ambas as coisas destinadas a habilitar os investigadores com a mais clássica, a mais fácil e a mais fraca das provas: a auto-incriminação do arguido. Daqui, e a propósito da limitação do abuso das escutas telefónicas ou da validade das queixas anónimas, partiram os críticos do novo CPP para a acusação demagógica de que o poder político estaria a vingar-se do ‘caso Casa Pia’. Digo-vos que é preciso ter descaramento! Mal do poder político que, tendo assistido estarrecido, tal como o país inteiro, à sucessão de atropelos, enormidades e abusos de toda a ordem cometidos na investigação do ‘caso Casa Pia’, nada fizesse para extrair daí as lições que se impunham! Quando se chegou ao extremo limite de mostrar aos miúdos abusados da Casa Pia uma lista de figuras públicas - de Eduardo Prado Coelho a Mário Soares - para eles assim “identificarem” eventuais abusadores, é evidente que alguém, com legitimidade democrática para tal, teria que explicar a quem investiga que não vale tudo.Ainda bem que o poder político se impôs, como devia. Prefiro uma lei que tem erros e imprevisões evitáveis com mais cuidado, uma lei que, eventualmente, vai soltar alguém que não devia, a lei nenhuma e à continuação da investigação criminal em roda livre e ao sabor das conveniências particulares de quem investiga.» [Expresso assinantes]

Parecer:

De Miguel Sousa Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O CASO DO CÓDIGO

«A entrada em vigor do Código de Processo Penal veio desmentir uma ideia feita que a oposição tem ajudado a construir: a de que o Governo é mestre na arte da comunicação e que esse tem sido o seu melhor trunfo político. O caso do Código demonstrou a quem tivesse dúvidas que, em termos de comunicação política, o Governo goza de uma fama que não merece. Pode-se mesmo dizer que, para lá do primeiro-ministro, de um ministro da Presidência relativamente hábil a apagar fogos e de um ministro das Finanças que, na sua sobriedade e antivedetismo, transmite uma imagem de seriedade política e de honestidade intelectual, o Governo enquanto máquina de comunicação, como se lhe refere a oposição, na realidade não existe. Tem-se visto, aliás, com a sucessão de casos de ministros que se calam quando devem falar e que se afundam sempre que abrem a boca.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Fernando Madrinha não considera que o governo seja assim tão bom em propaganda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UM ESCOLHA SEM AMBIGUIDADES NO PSD

«Já aprendi o suficiente sobre o modo como funcionam os partidos para não ter ilusões sobre a realidade que se esconde por detrás da retórica das grandes escolhas, grandes opções e grandes lideranças. Já aprendi o suficiente para perceber como o tempo de oposição prolongada é de vacas magríssimas e que algumas debilidades da oposição têm razões estruturais e não conjunturais, não dependem das lideranças, mas sim da falta de autonomia da sociedade civil e do espaço público face ao peso do Estado e do seu executante, o Governo. Não há solução salvífica, só há a realidade: a de Portugal em 2007 e a do PSD em 2007.

Quem combate o PS no Governo porque acha que este está a fazer mal ao país, não se pode dar ao luxo de esperar por soluções salvíficas, onde se confunde "carisma" com populismo e se acredita que há um Houdini escondido numa esquina à espera de se libertar de todas as cordas e emergir glorioso à tona da água. Não há, e a tentação do PSD pelo escapismo populista do karma, que ganhava todas as eleições, é um dos fardos que pesam sobre a sua crise de credibilidade actual. Não é por aí, nem a espera pelos "notáveis" nem por Houdini servem os dias de hoje.

Vamos aos "notáveis", a sombra que pesa sobre o PSD dos que seriam desejados mas não aparecem. Não sabemos muito bem quão desejados seriam se aparecessem, mas eles pairam sempre como uma sombra de deslegitimação sobre quem está. Seria possível encher esta página de nomes sonantes e conhecidos que estão associados ao PSD, muitos dos quais são mesmo militantes do partido. Mas contam-se pelos dedos de uma mão o número desses "notáveis" que, na sua actividade, tenham efectiva independência do Governo e que estejam dispostos a serem vozes activas da oposição. Eu não digo sequer que estivessem dispostos a actuar na oposição estritamente partidária, como sendo porta-vozes de áreas sectoriais em que têm prestígio e actividade, digo, pura e simplesmente, manifestarem a sua opinião crítica de forma consistente e duradoura contra o Governo, mesmo que a título individual, caso não quisessem sujar as mãos nos partidos. Por exemplo, escrever artigos, dar uma entrevista, exprimir uma crítica séria, tudo coisas que se esperava de quem pela sua postura política é suposto achar que o país está mal governado pelo PS, tanto mais que apoiam o partido alternante. Será porque acham que o Governo de Sócrates é bom? Alguns acham que é um mal menor e que é melhor de que as alternativas e isso leva-os ao silêncio. Mas duvido que seja um número muito significativo. O que se passa é que mesmo entre esses notáveis a independência real do Governo, das suas decisões, da sua colaboração benévola, é escassa. O que muitas vezes se esconde numa certa postura de "silêncio de Estado", que é uma habilidade retórica muito portuguesa, é a necessidade de não hostilizar um Governo que tem sempre mil dossiers em aberto que podem afectar empresas, negócios, lugares, fundações, projectos, ou mesmo esse bem raro que é o "prestígio".

Portugal é um país muito pequeno e com demasiado Estado para ter uma sociedade civil com efectiva independência e isso é mortífero para qualquer partido da oposição que não queira ser apenas uma variante pobre de "bloco central". É este o problema estrutural número um da oposição. A não ser em períodos em que se torna evidente que vai haver uma mudança política a curto prazo, como quando Barroso fez uma convenção no Coliseu com tudo que era colunável na política e na economia na primeira fila, os "notáveis" primam pela prudência e pela cautelosa reserva da política. Não é por acharem que Marques Mendes seja um "mau líder", é porque só tem a perder alguma coisa pelo envolvimento político contra o Governo, fora do tempo. Não é só Marques Mendes que prova o fel desta atitude, mesmo Marcelo Rebelo de Sousa, que frequenta os mesmo salões do poder, quando quis contestar alguns negócios e interesses também provou a solidão e os ataques ao seu "prestígio".

Os defeitos de Marques Mendes são conhecidos. Como herdeiro directo do "nogueirismo", ele representa bem um partido clientelar e provinciano, que hoje é o essencial do PSD que ainda resiste no poder autárquico com sucesso. Como o seu poder vem desse establishment partidário interno, ele precisa de dar-lhes um retorno para manter os seus votos. Mil e uma voltas pelo circuito da "carne assada" atestam essa dependência. Mas seria errado ignorar que ele fez mais pelo "partido nacional" do que os seus antecessores. Embora seriamente limitado pela herança do grupo parlamentar vindo da direcção anterior e com o "partido nacional" em muito mau estado - e aqui Mendes poderia ir mais longe do que a tentação de sucessivas listas de "notáveis" para cargos nominais - Mendes tem ajudado o PSD a libertar-se da crise de credibilidade que vinha do desastre do "menino guerreiro", e duvido que alguém estivesse com vontade e na posição de o ter feito.

E fez ainda mais. Se ultrapassarmos a coreografia, mesmo aquela para que Mendes contribuiu com aquela linguagem morta do "politiquês" com que se exprime, teríamos que olhar com mais atenção para a tendência programática que algumas das suas propostas exprimem, porque me merecem completa concordância e são mais inovadoras do que parecem. Mendes defrontou a questão do aval político automático que se dava aos que ganham no partido apenas porque ganham, autarcas em particular, seja qual for o "escândalo" público e a situação jurídica que os seus actos assumem para o país. Fê-lo imperfeitamente? Fê-lo fechando os olhos a uns casos para empolar outros? Pode ser, mas fê-lo com os custos que até então nenhum dirigente partidário estava disposto a pagar, a começar por aqueles que, como Mendes, foram feitos dentro do aparelho. Avançou com um conjunto de propostas liberais e não teve medo de assim as classificar? Fê-lo na segurança social, na proposta do fim da RTP pública e no modo como enquadrou a proposta de baixa de impostos, como medida alternativa ao modo como o Estado se relaciona com a economia e com o seu próprio tamanho. Foi contraditório nestas propostas com outras em que criticou o encerramento de serviços públicos e "reformas" que o Governo apresenta como destinadas a emagrecer o Estado? Talvez, mas quando se olham essas propostas como foram feitas e não como o PS e Sócrates diz que foram feitas, não há tanta contradição como isso. Aliás, a oposição do PSD com Mendes ao Governo PS está nos antípodas da que o PS fez ao PSD, é muito mais responsável e consistente. O modo como Sócrates trata a oposição justificaria que se dissesse que não merece esta moderação, mas é bom que assim seja.

Isto significa que vou votar em Marques Mendes nas eleições directas do PSD. Com o meu voto singular, de quem tem as quotas em dia, na minha secção, vou votar sem "mas" nenhum, no homem que muitas vezes critiquei com dureza, e certamente continuarei a criticar, e nem sequer o faço pelo princípio do mal menor. Ou seja, não voto Marques Mendes porque a alternativa é Luís Filipe Menezes; votaria Marques Mendes mesmo que a alternativa fosse algum dos "notáveis" que são sempre falados em eleições e se mantêm em silêncio como eternas esperanças do porvir. Estando o país como está, esse silêncio é mais uma abstenção cívica do que um mérito, e num partido como o PSD é mortífero viver de esperanças sebastianistas.» [Público assinantes]

Parecer:

José Pacheco Pereira justiica o seu voto em Marques Mendes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

GOSTEI DO NOME DO BALCÃO, "PERDI A CARTEIRA"

«José Sócrates falava no primeiro debate mensal desta sessão legislativa, que tinha como tema o "plano tecnológico nos serviços públicos", onde garantiu ainda que na próxima semana irá abrir na Loja do Cidadão das Laranjeiras o primeiro balcão "Perdi a carteira", que será em 2008 incluído em todas as lojas do cidadão. O novo balcão permite tratar do Bilhete de Identidade, cartão da segurança social, de pensionista, de contribuinte, da ADSE, número do Serviço Nacional de Saúde e carta de condução. Uma proposta que gerou um enorme burburinho nas bancadas da oposição e que levou Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, a ironizar: "Esse guichet terá filas imensas porque os portugueses vão perder as carteiras e o seu dinheiro."» [Diário de Notícias]

Parecer:

Governar seguindo a estratégia do ovo de Colombo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Registe-se a incapacidade e falta de preparação da oposição.»

JAIME SILVA ENTRA NO DEBATE SOBRE A OPÇÃO ALCOCHETE

«O Expresso sabe que o responsável pela pasta da Agricultura encomendou aos serviços do Ministério um estudo sobre o impacto que o novo aeroporto terá na Companhia das Lezírias, a maior exploração agro-industrial do país, com cerca de 22 mil hectares. O ministro sempre defendeu o interesse em manter a Companhia das Lezírias na posse do Estado. Logo no debate do programa do Governo, Jaime Silva deixou claro que iria vender todas as propriedades agrícolas do Estado, à excepção da Companhia das Lezírias. Dada a localização e a qualidade dos solos, a intenção do ministro é fazer ali experimentação agrícola, estando em curso testes relativos a pastos e olivais intensivos.» [Expresso assinantes]

Parecer:

O ministro tem alguma razão, implantar um aeroporto numa zona agrícola tão importante tem custos num país onde este recurso não abunda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo estudo.»

UMA ANEDOTA DO GOVERNO DE DURÃO BARROSO

«O grupo Amorim terá elaborado uma proposta de decreto-lei para a privatização da Companhia das Lezírias a pedido de Carlos Tavares, então ministro da Economia, que depois a fez chegar ao seu colega da Agricultura, Sevinate Pinto. O documento, a que o Expresso teve acesso, tinha sido entregue ao ministro da Economia a 8 de Abril de 2003 e chegou ao gabinete do ministro da Agricultura de Durão Barroso no dia 23 do mesmo mês. Em anexo, além do diploma com as regras do concurso público e o caderno de encargos, elaborado pelo escritório de José Miguel Júdice, vinha também um mapa identificado como ‘Proposta Grupo Américo Amorim’ que delimitava as áreas com vocação urbana e as que seriam dedicadas a agricultura, pecuária e floresta.» [Expresso assinantes]

Parecer:

A Europa que se cuide.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Tape-se a cara de vergonha .»

PINTO MONTEIRO NO SEU MELHOR

«O pedido de pensão, no entanto, foi chumbado pela PGR. Em parecer votado a 10 de Maio, o Conselho Consultivo emitiu um parecer desfavorável. Por seis votos - entre os quais o do próprio procurador-geral, Pinto Monteiro - contra três, o parecer considera que a conduta de Bação “não satisfaz os requisitos exigidos”. Segundo o parecer, elaborado pelo magistrado António Leones Dantas, esses requisitos passam pela “prática reiterada de actos de relevo extraordinário”. Baseando-se exclusivamente no acórdão do tribunal plenário, a PGR conclui que Bação não esteve preso mais de dois anos e dois meses - a pena a que foi condenado. E como foi absolvido da acusação de pertença ao PCP, a PGR afirma que, afora o golpe de Beja, não foi possível demonstrar “o seu envolvimento na resistência” à ditadura. Quanto às sevícias, não constando obviamente do acórdão do plenário, foram ignoradas pela PGR.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Esta de e chegar à conclusão de que não houve sevícias a partir de um acórdão de um tribunal plenário é mesmo de rir. Enfim, a corporação da justiça acredita na honorabilidade dos seus.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se uma sonora garglhada, que se ouça no Palácio de palmela.»

BE ALIA-SE AO PCP

«Dois encontros com os dirigentes do PCP e do Bloco de Esquerda serviram, esta semana, para a CGTP pedir colaboração dos partidos de esquerda para “o aumento dos protestos” contra o Governo. Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã aceitaram o repto. Carvalho da Silva foi o mediador desta coligação informal de esquerda que, para já, garantiu a cooperação para a manifestação de 18 de Outubro.

Há motivos “para a convergência” com a central sindical, afirmou Jerónimo de Sousa. Francisco Louçã também realçou que a manifestação - a realizar no quadro da presidência portuguesa - “é uma resposta positiva”. Ambos os líderes partidários concordaram ainda com a CGTP na necessidade de serem apresentadas propostas parlamentares nas áreas sociais para contrariar “as políticas injustas” seguidas pelo Governo Sócrates.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Digamos que o BE alia-se ao PS nos palácios e ao PCP na rua.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vejamos o que o PCP vai dar emtroca a Louçã.»

"A MORAL DA REPÚBLICA É A LEI" (?)

«Numa fase em que o deputado do BE já esgotara seu tempo e utilizando o período regulamentar de resposta ao PS, o primeiro-ministro terminou o diálogo a acusar Louçã de utilizar os debates parlamentares para "atirar lama sobre pessoas" que não estão presentes e não se podem defender. A ainda insistiu que Louçã tem um "preconceito ideológico" contra o sector privado. "É uma canga ideológica insuportável para quem já chegou aos 50 anos", reforçou Sócrates, Em auxílio do primeiro-ministro, o líder parlamentar socialista, Alberto Martins, que criticou o tom, moralista de Louçã e argumentou que a moral da República é a lei".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Nos primeiros tempos deste governo ouvia-se falar muitas vezes da ética republicana, mas parece qeu com os casos dos boys de luxo, como Vara ou Fernando Gomes, o PS esqueceu esta sua bandeira, agora o que é legal é ético e, portanto, é a maioria que fa a lei que acaba por definir o que é a ética política.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Alberto martins o que é feito da famosa ética republicana.»

CAVACO FAZ AS PAZES COM SOARES

«O presidente da República, Cavaco Silva, recebe, em audiência, depois de amanhã, Mário Soares, presidente de 1985 a 1995, anunciou o Palácio de Belém. A Presidência da República divulgou no "site" a audiência, mas não é adiantada a agenda para o encontro, em que está também prevista a presença do presidente da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

As coisas que o petróleo consegue... Quando estava em causa comemorar a adesão de Portugal à CEE Soares foi esquecido, mas agora que o negócio é petróleo já é recebido em audiência. A Presidência da República no seu melhor, o interesse do país só se coloca quando o negócio é crude.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à Fundação Mário Soares até onde vão os seus interesses no petróleo.»

CASO MADELEINE: AFINAL O RAPTOR ESTAVA ESCONDIDO EM CASA

«Na altura, Gerry McCann não discorreu sobre essa possibilidade, mas olhando para trás está convencido de que terá sido assim que aconteceu: quando chegou ao apartamento, por volta das 21h, reparou que a porta do quarto dos filhos estava aberta. Calculou que Madeleine tivesse acordado com sede e se dirigisse à cozinha para beber água. Quando Gerry foi verificar como estavam os filhos, todos dormiam e o pai não pensou no pior.» [Portugal Diário]

Parecer:

Meses depois o pai descobre esta.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor Guerry se tem mesmo a certeza.»

NÃO SE ESTRAGARAM DUAS CASAS DE FAMÍLIA

«Um casal bósnio está a divorciar-se depois de descobrir que eram amantes um do outro na Internet. Segundo o Metro britânico, Sana, de 27 anos, e Adnan Klaric, de 32, encontraram-se numa uma sala chata utilizando os nicks «Sweetie» e «Prince of Joy».» [Portugal Diário]

A URSS AINDA EXISTE NA NET

«El dominio .su fue asignado a la URSS como código de país durante los primeros años del 'boom' de internet, y tras su caída, fue el .ru (para Rusia) el asignado para Rusia, por ejemplo, entre los países que surgieron de la desmembración de aquella.» [20 Minutos]

HECTOR BRANDAN

DONIBANE SANJUAN

GORDON BOWBRICK

MARCUS DOWN

LARISSA80

TAVERNA LUCIFERO

Advertising Agency: LS&Partners, Rome, Italy
Creative Director: Luisa Scarlata
Art Director: Simone Santese
Copywriter: Daniele Papa

SLIDE DEPOT

[2]

Advertising Agency: McCann Erickson, Bogotá, Colombia
Creative VP: Samuel Estrada
Creative Directors: Germán Zúñiga, Reini Farias
Art Director: Oscar Muñoz
Copywriter: Jaime Rubio

STOP GLOBAL WARMING

[2][3]

Advertising Agency: Cayenne Italy
Creative Directors: Giandomenico Puglisi, Stefano Tumiatti
Art Director: Livio Gerosa
Copywriter: Caterina CalabròP
hotographer: Daniele Poli