quarta-feira, setembro 26, 2007

Quem não tem cão caça com gato


Compreende-se que aquele que agora designam como o partido mais português de Portugal, o equivalente à aldeia de Monsanto do tempo dos concursos de outras épocas, se identifique inteiramente com um dito tão popular como aquele que nos diz que “quem não tem cão caça com gato”. Como em tempo de oposição o PSD tende a assemelhar-se a um saco de gatos aquilo a que estamos a assistir nas directas do PSD assemelha-se a uma disputa de gatos de rua.

Num partido onde só aparecem candidatos credíveis à liderança quando as sondagens eleitorais apontam para vitórias seguras não seria de esperar o outro espectáculo senão aquele a que o país está a assistir. É como se o Dona Maria tivesse optado por um programa de teatro revisteiro ou o Museu Nacional de Arte Antiga tivesse aberto as suas portas para ali se realizar a feira de Carcavelos.

Vença quem vencer é certo que o PSD vai apresentar-se na próximas legislativas com um candidato de legitimidade duvidosa, eleito por um processo eleitoral digno do Zimbabwe de Mugabe. Convencidos da derrota nas próximas os nobres do PSD entregaram a disputa do trono aos bobos da corte e estes têm-se mostrado dignos da função.

Nem Marques Mendes, nem Menezes estão à altura de serem primeiros-ministros, são os últimos de uma lista de figuras menores cuja passagem pela liderança do PSD se assemelha a uma sucessão de pragas. Com a derrota de Fernando Nogueira e a saída de Marcelo o PSD teve que cumprir o seu destino, foi dirigido por uma lista de figuras menores que começou com Durão Barroso e tudo aponta que termine com Luís Filipe Menezes, se, entretanto, não aparecer mais algum, talvez Mendes Bota ou mesmo a Paulo Teixeira da Cunha, ainda que esta última tenha poucas hipóteses depois de ter perdido o patrocínio da banca de Deus.

Num partido onde há cavaquistas, marcelistas, barrosistas e santanistas os militantes vão escolher entre um Mendes sem mendistas e um Menezes sem menezistas.