Do pouco que ainda deu para ver no congresso do PSD já se percebeu que o conclave pouco mais é do que uma cerimónia de iniciação de Luís Filipe Menezes, mais do que para apresentar projectos ou para discutir o futuro o que os jornalistas, congressistas e demais observadores estão fazendo é ver se Menezes é o líder político que todos conhecem ou se nestes dias a empresa de comunicação que o contratou já conseguiu produzir um novo político.
Ao ver Luís Filipe Menezes na sua primeira intervenção lembrei-me dos antigos exames da 4.ª Classe, o líder apresentou-se com cabelo bem aparo, com andar solene, firme e hirto, só lhe falta o relógio novo e a caneta de tinta permanente Depois, disse o que se esperava, que não usassem o seu nome para atingir militantes como JPP, que iria unir o que andou a desunir durante dois anos e os ataques banais a Sócrates que não sofreu qualquer beliscadura.
Na verdade a grande vedeta deste congresso é Pedro Santana Lopes, é ele o procurado pelos jornalistas, o focado pelas câmaras de televisão, é ele a grande e única dúvida deste congresso, se vai ou não ser líder da bancada parlamentar do PSD. A única dúvida está em saber se o pacto secreto que fez com Menezes é um pacto ou o estabelecimento do preço que Menezes terá de pagar por Santana Lopes o ter ajudado.
Ainda o congresso não tinha iniciado e já havia um vencedor, Pedro Santana Lopes. Veremos se até ao final Menezes consegue mostrar ser líder ou se sai dali com pouco mais do que o benefício da dúvida.