sexta-feira, outubro 12, 2007

E se as regras dos disponíveis fossem aplicáveis ao governo?


Se os ministros são funcionários públicos (digamos que poderia ser criada a carreira de técnicos superiores da política já que muitos deles nunca foram outra coisa) faz sentido questionar. Se o ministro das Finanças numa recente entrevista à RTP disse que ia mandar 750 funcionários do seu ministério para dessa forma dar o exemplo de franciscanismo intelectual (já que aquele número nada tem que ver com a gestão dos recursos humanos do seu ministério), Sócrates poderia aproveitar para dar o exemplo e anunciar que iria mandar alguns dos seus ministros e secretários de Estado para o quadro da mobilidade.

São evidentes algumas necessidades de formação e desadequação às funções por parte de alguns ministros, para além de alguns terem uma péssima avaliação quer porque não mostram estar habilitados para o cargo, outros estão longe de alcançar os objectivos. Veja-se por exemplo o inglês do nosso primeiro-ministro, a quem coube a presidência da EU durante seis meses, o seu inglês técnico feito na Independente não foi suficiente para perceber que o Médio Oriente fica ali para os lados da Palestina enquanto o “Midlle West” é uma região dos Estados Unidos.

Não vou defender, como fez o ministro das Finanças com o seu ministério, que se corte uma fatia, até porque se o corte atingisse o ministro da Economia teríamos um sério problema, como lhe falta a posta do meio ninguém quereria ficar com o rabo ou com a cabeça pois por aquilo que se tem visto da cabeça pouco se aproveita e pelo que tem feito o rabo já tem pouco para dar.

Um bom exemplo de um ministro que ficou muito aquém dos objectivos e que, de acordo com as regras que o governo adoptou para os funcionários não políticos, teria lugar cativo nos disponíveis é o do Trabalho, ao fim de dois anos nada fez para que se cumpra a promessa dos 150.000 empregos (a não ser que contabilize os portugueses que encontraram empregos noutros países), com dois anos consecutivos de avaliação insuficiente teria direito a processo disciplinar e uma ida certa para o quadro da mobilidade.

Se fosse sujeito às regras dos outros funcionários públicos o ministro das Obras Públicas (um dia destes terão que alterar a designação para “Obras Públicas a explorar por privados) estaria a esta hora num curso de relações públicas, pois da forma como actua ainda a Atlantis decide colocar nas suas loja um aviso a dizer “proibida a entrada ao ministro das Obras Públicas e outros paquidermes”.

Bem, o melhor é ficar por aqui pois corremos o risco de ir para eleições antecipadas pois não avaliámos a ministra da Educação ou a ministra da Cultura e já haveriam quase tantos ministros na mobilidade do que os que se manteriam no activo.