sábado, outubro 06, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Santiago do Cacém

IMAGEM DO DIA

[Pilar Olivares / Reuters]

«Novia canina. Dana y Puki, en un coche tras haberse casado en una ceremonia simbólica en Lima este jueves, Día Mundial de los Animales.» [20 Minutos]

ERRO DE CASTING NA PUBLICIDADE

JUMENTO DO DIA


Catalina contra-ataca

Quando já estávamos quase esquecidos da dra. Catalina Pestana a ex provedora da Casa Pia deu uma entrevista ao Sol onde recorre a algumas evidências para regressar à ribalta, com objectivos poucos claros.

É curioso que agora a dra. Catalina Pestana saiba que há abusos de alunos da Casa Pia quer no interior, quer no exterior do colégio. Curioso porque enquanto foi directora nunca o conseguiu saber, ao que parece porque os alunos não denunciavam as situações. É estranho pois alguns desses alunos tinham problemas de saúde e de acordo com Pedro Namora alguns ainda terão que ser operados.

Como era de esperar o Pedro Namora, que nem sabia da entrevista até que saiu publicada, apareceu logo na SIC Notícias a lançar insinuações sobre o PS. É pena que não se tenha identificado como militante do sector mais ortodoxo do PCP.

O DISCURSO DE CAVACO SILVA NAS COMEMORAÇÕES DO 5 DE OUTUBRO

Um bom discurso:

«Decorrido um ano, registo que na Assembleia da República foram apresentadas múltiplas iniciativas legislativas visando aumentar a eficácia da luta contra a corrupção.

Apelo a que os Senhores Deputados aprofundem o esforço já empreendido para concretizar, no plano legislativo, o ideal republicano de uma maior transparência da vida pública. »

(...) «É um facto que, nas décadas mais recentes, foi feito um esforço para recuperar o tempo perdido, mas, em matéria educativa, é muito generalizada a ideia de que estamos ainda à procura do caminho certo. O caminho da excelência e da exigência na educação dos Portugueses.»

«A primeira grande interpelação deve ser feita aos pais: de que modo participam na educação dos vossos filhos? »

«Esse envolvimento pressupõe também, como é natural, que a figura do professor seja prestigiada e acarinhada pela comunidade, o que requer, desde logo, a estabilidade do corpo docente.» [Presidência da República]

Sem esquecer que há um ano dedicou o discurso à necessidade de combater a corrupção, Cavaco Silva optou este ano por abordar outro sector fundamental para o regime, a educação. Esperemos que desta vez o Governo preste mais atenção ao discurso do que sucedeu com o do ano passado.

Como era de esperar alguns políticos presentes voltaram a ser ridículos procurando encontrara nas palavras de Cavaco Silva a fundamentação para o seu discurso político. Não percebe quanto ficam pequenos quanto optam por esta estratégia.

O NEGÓCIO MADDIE [Link]

DIRECTAS

«É ainda cedo para saber qual foi o critério que prevaleceu na eleição de Luís Filipe Menezes. Isto é, se prevaleceu o cansaço e a falta de esperança com a liderança anterior na preocupação de ganhar o País ou se, pelo contrário, o voto dos militantes foi sobretudo determinado por uma revolta contra o aparelho do partido, uma elite dirigente que se comportava com alguns tiques feudais e uma opinião publicada que quase unanimemente antecipava a vitória do líder cessante.» [Diário de Notícias]

Parecer:

As dúvidas de Vitorino sobre as directas do PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MENEZES, A POLÍTICA, O POVO: O DESENCANTO

«Nesta espécie de campanha eleitoral sofrida pelo PSD, houve uma senhora do povo, algures numa feira ou coisa assim, que se virou para Luís Filipe Menezes e lhe disse: “Espero que o senhor ganhe para que isto melhore, porque, como está, não vamos a lado nenhum!”. Não sei dizer exactamente porquê, mas este simples comentário, lido num jornal, pareceu-me encerrar em si tudo o que o país e a política actuais podem conter de desilusão e descrença.

Como é óbvio, nenhum de nós acredita que, se amanhã já, Luís Filipe Menezes fosse primeiro-ministro, melhoraria o que quer que fosse. Nem sequer por ele ou principalmente por ele, mas porque não há muito mais para melhorar - e o que há, político ou partido algum teria coragem de fazer. Ninguém se atreveria a terminar com a promiscuidade entre o Estado e os grandes negócios privados, ninguém se atreveria a ter uma política de ordenamento territorial e ambiental que protegesse o interesse público derrotando os predadores imobiliários, ninguém se atreveria a pôr a Justiça ao serviço das pessoas e da economia contrariando os lóbis instalados, ninguém se atreveria a enfrentar a sério o caciquismo autárquico e o dr. Jardim, ninguém ousaria cortar o que fosse preciso nas despesas correntes do Estado - por exemplo, seguindo a sugestão de Daniel Bessa de fixar um limite à cobrança fiscal em função do PIB. O PCP seguramente que não mudaria nada que tivesse que ver com ‘os legítimos interesses dos trabalhadores’, e que é quase tudo; a direita do PP seguramente que não mexeria uma palha para afectar os inúmeros interesses representados pelo sr. Abel Pinheiro e afins; e o PS e o PSD, com mais ou menos ‘social’ e mais ou menos ‘projectos PIN’, obviamente que nunca chegariam ao fundo da reforma de um sistema que criaram e alimentaram.

Pelo que, como todos já compreendemos, o Governo de Sócrates é o mal menor, e em certas áreas, como a saúde, a educação e a segurança social, tem sido até o único Governo a reformar e a tentar mudar alguma coisa. É certo que governa em obediência a um princípio de equilíbrio entre contrários: concede à esquerda as questões de moral e costumes (o aborto, as seringas nas prisões, em breve o casamento de homossexuais) e concede à direita o sossego de leis para sossegarem a paranóia securitária; concede à esquerda a manutenção de um sistema laboral que protege os maus trabalhadores e fecha as portas do mercado aos jovens; e concede à direita a garantia de manter vivo e actuante o consagrado sistema do tráfico de influências políticas nos grandes negócios dos privados com o Estado. E é certo que, assim actuando, mantém imutável o essencial: a protecção dos ‘direitos adquiridos’, contra o mérito, contra a mudança e contra o risco, quer à direita quer à esquerda. Mas é o melhor que temos, o melhor que conseguimos, o mais a que pode aspirar o ‘bom povo português’.

Se algum dia me desse a tentação para a política (coisa que, até agora, nunca sucedeu), eu acho que recuaria perante a obrigação de prestar vassalagem ao ‘bom povo português’. O bom povo português é um mito de trazer por casa. Existem, é claro, muitos e bons portugueses, sem distinção de classes ou de categoria profissional, que são bons aqui como o seriam em qualquer lado do mundo. Existem ainda e felizmente, muitos empresários que investem, que correm riscos, que tentam competir num mercado global e que não vivem de pagar salários de miséria e fazer batota com a Segurança Social. Existem agricultores que não abandonaram as terras nem as venderam aos espanhóis e que investiram, modernizaram, investigaram, sem ficar sentados à espera do subsídio que nunca é suficiente. Assim como existem grandes médicos, arquitectos, cientistas, juízes, ou financeiros, tal como existem trabalhadores sérios, competentes, empenhados em fazer melhor, aprender e progredir profissionalmente. Mas duvido que grande parte do ‘bom povo português’ não seja antes constituído por batoteiros e preguiçosos, que se especializaram a viver em dívida para com a comunidade, seja fugindo ao fisco ou gastando apoios que não justificam, seja corrompendo autarcas ou traficando influências com os governos, seja, a outro nível, metendo baixas fraudulentas ou vivendo instalados no subsídio de desemprego, acumulando com ‘biscates’ por fora sem passar recibo. Acontece que os políticos, para chegarem onde chegou, por exemplo, o dr. Menezes, têm de passar a vida a ouvir lastimar uns e outros e a prometer o milagre de conseguir satisfazer uns e outros. Não se chega ao poder dizendo às pessoas: ‘Não contem comigo para proteger a evasão fiscal ou o «off-shore» da Madeira, para fazer obras públicas sumptuárias ou inúteis só para dar dinheiro a ganhar à clientela do sector, para fazer negócios como o da Lusoponte, para assistir, impávido, ao endividamento constante das autarquias e das Regiões, ou para pagar subsídios de desemprego e baixas por falsas doenças. Não contem comigo para gastar o dinheiro dos que trabalham e investem por sua conta e risco para sustentar os que se habituaram a viver à sombra do Estado’.

Como é óbvio, Luís Filipe Menezes não disse nem dirá nada disto ao povo do PSD que vê nele apenas uma melhor hipótese de conseguir chegar à manjedoura pública do que aquela que lhe podia prometer Marques Mendes. Marques Mendes não foi apeado por ser mau político ou desonesto ou mau líder da oposição - ele foi apeado porque não cheirava a poder possível e Menezes cheira. Menezes ganha eleições e Marques Mendes não. Mendes foi o único (julgo que apenas acompanhado de Miguel Veiga) que, no Conselho Nacional do PSD, votou contra Santana Lopes - todos os outros se calaram, porque Santana garantia o poder, embora todos desconfiassem da inevitabilidade da catástrofe que se iria seguir.

Luís Filipe Menezes tem sido um excelente presidente da Câmara de Gaia, que recebeu em situação indescritível, após anos de governação socialista que representaram o que de pior o poder autárquico alguma vez mostrou. Ele transformou aquele pardieiro no melhor que alguém poderia imaginar possível. Esse mérito ninguém lho tira. O problema é que o fez à moda de Jardim: transformando Gaia no mais endividado concelho do país, em percentagem. Também passou a defender a Ota e a Regionalização, ou seja, tem a mentalidade de um «big spender» de dinheiros públicos: é tudo o que o país não precisa neste momento, mas é também tudo o que muitos esperam dele, se algum dia chegar lá acima.

Por outro lado, ele traz consigo alguma da pior gente que alguma vez habitou na nossa política, do género que faz querer gritar: ‘Socorro, que eles vão voltar!’. Como também não disse ao que vinha e se limitou a contar votos e espingardas e a alimentar uma guerra suja que as directas consentem, apresenta-se ao país (Gaia à parte) com o pior cartão de visita possível.

Chega como lídimo representante do ‘bom povo português’ contra as elites. Não sei se sabem o que isto quer dizer: que todas as campainhas de alarme devem ser ligadas e que, por enquanto, José Sócrates agradece.» [Expresso assinantes]

Parecer:

O desencanto de Miguel Sousa Tavares com Luís Filipe Menezes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MENEZES, POR EXEMPLO

«A pergunta não é frívola, porque, se de facto o PSD não escolheu Menezes pelo duvidoso mérito de Menezes, mas por execração a Sócrates, disso decorre que Menezes provavelmente ganhará em 2009. Nada prova a tese de que o eleitorado nacional é mais lúcido e sensato do que o eleitorado do PSD. Mesmo a miserável derrota de Santana Lopes chegou no fim de uma série de sarilhos sem desculpa e da rejeição solene do Presidente da República. O dogma democrático de que "o povo não se engana" é historicamente insustentável. O "povo" do PSD já se enganou. E o povo português também se enganará, se perder por completo a confiança no regime. Se o regime se mostrar impotente, como se tem mostrado, para resolver a crise geral do país, não resiste ao primeiro "chefe" populista que lhe aparecer pela frente. A Menezes, por exemplo.» [Público assinantes]

Parecer:

Vasco Pulido Valente acha que Menezes pode ganhar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»


A CATALINA CONTRA-ATACA

«A antiga provedora afirmou esta sexta-feira, em entrevista ao semanário Sol, “não ter dúvidas nenhumas de que ainda existem abusadores internos” na instituição, assim como que tem “fortes suspeitas de redes externas que continuam a usar miúdos da Casa Pia (de Lisboa) para abusos sexuais”.» [Correio da Manhã]

Parecer:

O que a dra. Catalina vem dizer não é novidade nenhuma, ainda durante as investigações chegou ao conhecimento público um caso de violação num dos colégios da Casa Pia. Também toda a gente sabe que umas das "vítimas" mais importantes enquanto testemunha foi um colaborador directo do principal acusado no processo Casa Pia.

O que a dra. Catalina parece pretender é voltar a ter protagonismo e, porventura, intervir na política portuguesa e fazer pressão sobre o julgamento em curso, talvez porque as coisas não estarão a correr como a acusação pretenderia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à senhora que goze a reforma tranquilamente.»

UM MINISTRO COM MUITO JEITO PARA AS ANEDOTAS

«O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, indignou os deputados na Assembleia da República ao ter afirmado que “poder de compra não é economia” para justificar a repetida ausência do titular da pasta da Economia, Manuel Pinho.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Santos Silva tem razão, o poder de compra começa a ser um dossier do ministério da Justiça pois são muitos o que o conseguem de forma ilícita.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao ministro que evite fazer figura de idiota.»

COMEÇOU A LIMPEZA "ÉTNICA" NO PSD

«A vitória de Luís Filipe Menezes está a precipitar a marcação de eleições nas distritais que eram afectas a Luís Marques Mendes. Paula Teixeira da Cruz decidiu marcar para 8 de Novembro as eleições antecipadas para a distrital do PSD de Lisboa. A actual líder da distrital cumpre, assim, a promessa feita na sequência da derrota das eleições intercalares para a autarquia de Lisboa.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É evidente que a passagem de Menezes pela liderança do PSD vai muito para além do horizonte temporal das próximas legislativas, com a sua eleição está a ser desencadeado um movimento que conduzirá ao saneamento de todos os que não o apoiara. O PSD é cada vez menos social-democrata e mais peronista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se não receia que lhe venham a chamar a Evita de Gaia.»

APL PROCESSA MIGUEL SOUSA TAVARES

«A Administração do Porto de Lisboa (APL) anunciou ontem que deu entrada a uma queixa-crime contra o jornalista Miguel Sousa Tavares por "difamação". Em causa estão declarações de Sousa Tavares sobre o projecto da APL para o terminal de cruzeiros de Lisboa, que previa um edifício de 600 metros de comprimento junto ao rio. O jornalista classificou a Administração como sendo "um bando de malfeitores".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Era de esperar, o jornalista estava a incomodar demais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos administradores da APL se vão pagar o processo do seu bolso ou com as verbas dos contribuintes.»

DESTA VERDE CONCORDO COM A QUERQUS

«O parecer dá como certa a possibilidade de as organizações não governamentais de ambiente (ONGA) poderem impugnar judicialmente a legalidade de qualquer decisão, caso esta não tenha em conta a avaliação de impacto ambiental das diversas alternativas. E, salienta a organização, os estudos em curso, da responsabilidade da Confederação da Indústria Portuguesa, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e da Associação Comercial do Porto, não contemplam a avaliação dos impactos ambientais.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Se a opção de Alcochete está a ser estudada não faz sentido deixar para depois o estudo do impacto ambiental, estudo que pode vir a inviabilizar esta opção.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

SUBSÍDIO DE DESEMPREGO PARA FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS!

«O departamento de Ensino Superior da Fenprof e o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) estão a fazer um esforço junto das centrais sindicais, no sentido de estas pressionarem o Governo a garantir, no âmbito já do Orçamento de Estado (OE) para 2008, o direito ao subsídio de desemprego para os 50 mil trabalhadores da Administração Pública com contrato administrativo de provimento.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Quando tanto se fala de equiparar os funcionários públicos aos do sector privado um governo que se diz de esquerda insiste em manter esta discriminação por puro oportunismo, para poupar na despesa pública. O governo de Sócrates consegue odiar mais os funcionários públicos do que Manuela Ferreira Leite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»

MENEZES VAI FAZER UM ESTÁGIO DE PRIMEIRO-MINISTRO

«Luís Filipe Menezes vai formar um governo-sombra, já tem um projecto de revisão constitucional que, entre outras coisas, extingue a Entidade Reguladora para a Comunicação Social, e projecta um grupo de reflexão estratégico que pense o país a 20 anos.O novo líder do PSD partiu para umas miniférias e só na próxima semana começa a fazer convites para a direcção política do partido, mas prepara equipas técnicas que assegurem a credibilidade das propostas que, rapidamente, tenciona contrapor às de José Sócrates. Escolher o novo líder parlamentar e conseguir uma direcção do partido renovada e plural são, para já, os desafios que Menezes tem pela frente. Santana Lopes está imparável para a liderança da bancada, mas os riscos desta solução ofuscar o líder do partido estão ainda a ser ponderados.» [Expresso]

Parecer:

Depois de o governo de Santana Lopes ter sido um governo ensombrado Luís Filipe Menezes vai fazer um governo sombra, a forma que encontrou de brincar aos primeiros-ministros.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se também tenciona fazer uma presidência sombra e convidar Santana Lopes para ser a sombra de Cavaco Silva.»

AFINAL AS DIRECTAS DO PSD FORAM UMA OPA

«Na tarde de 18 de Setembro um apoiante de Luís Filipe Menezes veio a Lisboa com uma missão especial: entregar na sede nacional do partido o pagamento das quotas de alguns militantes da secção de Barcelos. Era o dia-limite para pagar antes das directas, o prazo terminava às seis da tarde, e um acidente na A1 quase deitou tudo a perder. O homem chegou à sede pouco passava das seis, e suspirou de alívio quando a funcionária se mostrou compreensiva com o ligeiro atraso e aceitou o cheque. Mal esse pagamento foi processado, o apoiante de Menezes tirou da mala mais 412 cheques, de outros tantos menezistas de Barcelos.

Na guerra pela vantagem nos cadernos eleitorais, o pagamento das quotas foi a munição mais preciosa. Deviam ser pagas por cheque individual, vale postal ou multibanco, mas não faltaram acusações recíprocas de pagamento em massa. Desde o primeiro dia, Menezes lançou a suspeita de que a direcção do PSD estaria a manipular o universo eleitoral, afastando adversários e acrescentando apoiantes. A retenção de pagamentos em grandes bastiões menezistas (como Gaia ou Famalicão), para não dar margem de reacção ao rival, foi uma das tácticas do autarca de Gaia.

Não foram só as centenas de cheques de Barcelos que entraram em cima do gongo final. Houve instruções para retardar pagamentos por multibanco, e centenas de vales postais das grandes secções menezistas chegaram à sede nos dias 19, 20, 21... mas com carimbo dos correios com data até dia 18. Aliás, a questão dos vales postais que chegassem depois da «deadline» foi levantada pelos menezistas no Conselho de Jurisdição, para que ficasse claro que o que valia era a data no carimbo dos CTT.

Uma das grandes vitórias dos menezistas foi quando garantiram que a secretaria-geral daria a informação actualizada sobre as quotas. Esses dados eram fornecidos em papel, mas os homens de Menezes introduziam-nos num programa informático que chamaram SGM (sistema de gestão de militantes).

Feita a análise da evolução dos pagamentos, os dados eram cruzados com os do terreno: em cada secção um menezista tinha a responsabilidade de “marcar” os militantes: os que votavam Menezes eram “verdes”, os de Mendes eram “vermelhos”, os incertos, “amarelos”. Com base nesse tratamento homem a homem, a equipa de Gaia foi fazendo projecções de voto e medindo as quotas que teriam que ser pagas para compensar os potenciais votos de Mendes.

O maior perigo para Menezes eram as ilhas. A nebulosa quanto aos votos da Madeira cedo foi neutralizada. O risco era conhecido: dirigentes do PSD madeirense falavam em 10 mil militantes com quotas em dia. Se fosse essa a informação oficial, Menezes não a poderia contrariar, pois na região pode-se pagar em dinheiro (pagamentos que são impossíveis de controlar). Resolvida a Madeira, Menezes deixou para o fim os Açores, sabendo que ali tinha sempre um trunfo: se fossem aceites oito mil militantes sem quotas pagas, podia alardear o escândalo; se tivessem de pagar (como aconteceu), podia denunciar o tratamento de excepção, mas com o conforto de saber que dificilmente viriam dos Açores os votos suficientes para ameaçar a vantagem que Menezes estimava ter no terreno. Depois, foi só manter a pressão das denúncias (algumas falsas, como os 200 índios da Amazónia), para inibir a acção do adversário.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Se é que alguém ainda tinha dúvidas...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes quanto lhe custou o PSD, quem pagou e qual vai ser a factura.»

QUEM INVENTOU O UPGRADE DE MENEZES?

«António Cunha Vaz, estratego da campanha de Luís Filipe Menezes nas ‘directas’ para a liderança do PSD, comemorou também a viragem de página na direcção do partido. As relações entre o consultor de comunicação e os dirigentes sociais-democratas eram já muito tensas desde 2005, e sofreram um corte abrupto este ano, quando houve eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa (CML). Cunha Vaz acusa Marques Mendes de não lhe ter pago a consultoria realizada há dois anos e de tentar boicotar o seu trabalho este Verão.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Menezes é o político ideal para ser produzido por uma empresa de comunicação, não passa de um cabide político sem projectos e ideias que pode ser vestido por quem os tiver.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Acompanhe-se a evolução de Menezes.»

SÓCRATES TEM POSITIVA

«Embora sem grandes entusiasmos, a maioria dos portugueses dá nota positiva à actuação do Governo durante a primeira parte do mandato. Na sondagem Expresso/ SIC/ Renascença/ Eurosondagem, 6,8% catalogaram como excelente e 52,5% consideraram adequada a prestação do Executivo, enquanto 32,9% a definiram como insuficiente. Mas José Sócrates tem fortes razões para sorrir porque numa antevisão à segunda parte do mandato, 19% dos entrevistados acreditam numa melhoria do desempenho da equipa governamental e 54,7% admitem que será idêntico ao dos dois primeiros anos de poder, enquanto 15,6% apostam uma prestação mais fraca.» [Expresso assinantes]

Parecer:

A grande dor de cabeça de Menezes, como vai convencer os portugueses a não votar em Sócrates só por se dizer que foi um autarca razoável.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes como tenciona dar a volta a esta situação.»

PORTAS ACHA QUE GANHOU COM A VITÓRIA DE MENEZES

«“Com Luís Filipe Menezes, o CDS pode afirmar-se melhor, pelo contraste com o PSD”, diz António Pires de Lima, socorrendo-se do conceito de que o seu partido mais fala por estes dias. E explica que esse “contraste” entre o CDS de Portas e o PSD de Menezes será notório, “não só pelo conteúdo das suas propostas, como pelo estilo”. Nas propostas, o CDS fica como “o único partido que se pode afirmar à direita”, pois Menezes está “claramente no centro-esquerda”, diz o presidente do Conselho Nacional do CDS. No estilo, continua, Menezes será “mais populista”, e Portas “mais credível, mais respeitável”.» [Expresso assinantes]

Parecer:

Portas ainda não percebeu que o CDS está quase morto e exposto ao populismo de Menezes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Avise-se Paulo Portas para que se cuide, o fim do CDS vai ser o primeiro objectivo de Menezes.»

QUEREM ABRIR UM PROCESSO DISCIPLINAR A PACHECO PEREIRA

«O ex-deputado do PSD Pacheco Pereira pode vir a ser alvo de um processo disciplinar por causa das declarações proferidas no programa Quadratura do Círculo da SIC Notícias, onde desferiu um violento ataque ao núcleo duro de Luís Filipe Menezes, tendo apelidado os que estão mais próximos do novo líder como o "gang do multibanco". "A maioria das pessoas que estão à volta de Menezes são pessoas cuja especialidade há muitos anos é ganhar dentro do aparelho do partido as suas eleições. E ganhar dentro das secções e controlar votos. É aquela coisa que se chamava na brincadeira o "gang do multibanco", por causa dos pagamentos colectivos", disse.» [Público assinantes]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a JPP que da próxima os apelide de irmãos Dalton.»

ESTÁTUA POLÉMICA

«El trabajo, denominado 'monumento a los Caídos de Irak: La muerte de Príncipe Harry', muestra al príncipe vestido con el uniforme del ejército, con un buitre en sus pies y agarrando un medallón perteneciente a su madre la princesa Diana. Ni la Familia Real británica ni el autor de la obra se han pronunciado al respecto. » [20 Minutos]

E VÃO TRÊS!

«A Administração Fiscal testou no passado fim-de-semana o funcionamento da futura Central de Reclamações, que vai concentrar as queixas dos contribuintes que digam respeito a matérias não tributárias (mau atendimento, atrasos na resposta a reclamações, falta de identificação dos funcionários, entre outras matérias).» [Correio da Manhã]

Parecer:

O ministro das Finanças está a revelar-se um excelente aluno e imitador do dr. Paulo Macedo, ainda não há central de reclamação e o já foi notícia pela primeira vez, primeiro foi o dr. Macedo, depois foi o ministro na tomada de posse do herdeiro do dr. Macedo e agora foi para sabermos que já foi testada.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro se é católico praticante, pelo menos parece que tem muito jeito para ensaiar o milagre dos pães.»


O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. "A Minha Matilde & Cª" e o "Fantástico, Melga!" gostaram de rever Durão Barroso.
  2. O "Macroscópio" teoriza sobre as imagens d'O Jumento.
  3. O "Claro" gostava de ter a boa vida republicana de Pina Moura.
  4. O "Sempre a Produzir" também acha que há dias assim.
  5. O "PS Lumiar" deu destaque à análise dos resultados das directas do PSD.

EXCELENTE TRABALHO EM PHOTOSHOP [imagem original]

GEXX

BART NINO

HERON MARKED

AMIR MUKHTAR

KARL F

REPORTERS WITHOUT BORDERS

[2][3][4]

Advertising Agency: Saatchi & Saatchi, Paris, France
Creative Directors: Christophe Coffre
Art Directors: Olivier Gamblin, Arnaud Van den Abeele
Copywriter: Olivier Gamblin
Art Buying: Marion VenotPhoto: Yann Forhan

GREENPEACE

[2][3]

Advertising Agency: BBDO Moscow, Russia
Creative Director: Andrey Illiasov
Art Directors: Giorgi Popiashvili, Fabiano Marques
Copywriter: Tatiana Moseeva
Photographer: Goran Tacevski

3M

[2][3]

Advertising Agency: Serviceplan München/Hamburg, Germany
Creative director: Ekki Frenkler
Art Directors: Pei-Jen Müller-Lierheim, Miro Moric
Copywriter: Petra NachtigallPhotpgraphers: Felix Holzer, Kevin Lee(ecopix)