terça-feira, outubro 30, 2007

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Loja de Alfama, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Rupak De Chowdhuri / Reuters]

«Mezcla explosiva. Varios trabajadores mezclan pólvora en una fábrica de fuegos artificiales a las afueras de la ciudad india de Siliguri.» [20 Minutos]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

O Jumento vai iniciar a publicação do seu álbum de fotografias do jogging de José Sócrates. Á mania do exercício físico não é um exclusivo de Sócrates, já vimos líderes políticos a nadar nos rios Yangtzé e Eufrates, até o nosso mui douto Marcelo Rebelo de Sousa tentou lançar a sua brilhante carreira política nadando no meio dos dejectos do Rio Tejo.

Homem do interior beirão Sócrates não se parece dar tão bem com a água, ainda que pareça mais lavadinho que alguns dos seus ministros, até corre o risco de alguém começar a dizer que "Sócrates" não sabe nadar. Em contrapartida, Sócrates corre que nem um desalmado como se pode ver na imagem tirada em Beijing.

JUMENTO DO DIA

Nos los tiene en su sitio

Se os tivesse Jerónimo de Sousa seria coerente com a suposta defesa de princípios e seria consequente com o seu próprio discurso, expulsaria Luísa Mesquita do partido. Mas se o fizesse o PCP passaria a quarta força política no parlamento o que seria um pequeno golpe no grupo parlamentar que passaria a ser tratado protocolarmente de acordo com a nova posição.

Assim, prefere ter a "traidora" no grupo parlamentar, fazendo de conta que ela não existe a não ser para a contabilidade do peso do PCP no parlamento. Mas que grandes princípios o deste proletário líder da vanguarda do proletariado português!

CAPUCHO E O CONSELHO DE ESTADO

Visto de fora o incidente com a questão do lugar de António Capucho no Conselho de Estado é uma anedota, uma anedota que abona pouco a favor do PSD. Mas a postura de António Capucho revela um total desprezo pelas regras e muito oportunismo ao aproveitar a imperfeição das regras para ter um lugar que não é seu.

DESAFIOS QUE DESEQUILIBRAM A GRAVIDADE

«A baixa do dólar não é nem inesperada nem indesejável

O euro chegou a um dólar e 44 cêntimos - quase o dobro da cotação de há seis anos. No princípio deste mês o dólar canadiano passou a valer mais do que o dos Estados Unidos, facto insólito, notado até no excelente telejornal satírico Daily Show, de Ion Stewart, ou seja, é o dólar americano que está em baixa.

Será bom? O barril de petróleo é pago em dólares, atenuando assim, para os países do euro, o seu brutal encarecimento (já passou os 92 dólares). Mas, por outro lado, um dólar barato é mau para a competitividade das exportações portuguesas, incluindo de algumas que se destinam à zona euro. É que, aí, parte delas concorre também com artigos (têxteis asiáticos, por exemplo) cujo preço é expresso em dólares.

Acresce que certas moedas asiáticas não se têm valorizado grande coisa face ao dólar. Desde há dois anos a moeda chinesa apenas subiu 8 por cento em relação ao dólar, enquanto o euro se valorizou cerca de 18 por cento. As autoridades americanas, aflitas com o enorme défice nas trocas comerciais dos EUA com a China, tentaram que Pequim deixasse subir a cotação do yuan. Em vão, ou quase, apesar do grande excedente comercial da China. E agora idênticos esforços desenvolvidos pela União Europeia parecem condenados ao fracasso.

Os chineses mantêm artificialmente baixa a cotação da sua moeda para não perderem competitividade nas exportações. São estas que garantem à economia chinesa um fenomenal crescimento - indispensável para o Partido Comunista continuar a dominar o país. O problema é político. A China consegue travar a valorização da sua moeda face ao dólar comprando e acumulando quantidades imensas de títulos americanos. Títulos que, entretanto, se desvalorizam com a queda do dólar. Ora, o dólar irá descer ainda mais. Até onde aguentarão os chineses prejuízos nas suas reservas, para favorecerem as exportações?

Ao desequilíbrio externo americano correspondem, naturalmente, grandes excedentes noutros países, como a China e os produtores de petróleo do Médio Oriente. Por isso o mundo ganharia se as autoridades chinesas começassem também a corrigir a subvalorização da sua moeda. É verdade que, de 2000 para cá, os salários na China duplicaram. Mas os ganhos de produtividade na economia chinesa quase quadruplicaram. Resultado: o custo do trabalho por unidade produzida na China baixou 30 por cento nos últimos seis anos. E a China tem, na sua população rural, uma enorme reserva de mão-de-obra barata. Aliás, a China só teria vantagens - até do ponto de vista da paz social no país - em assentar o seu crescimento não apenas nas exportações, mas, também e cada vez mais, no consumo interno.

Se faz sentido pressionar a China para flexibilizar o câmbio da sua moeda, já faz menos o clamor europeu para que Washington trave a descida do dólar. A tendência para a baixa do dólar reflecte o desequilíbrio das contas externas americanas, que põe em risco a estabilidade financeira internacional. É um desequilíbrio "que desafia a lei da gravidade", como alguém disse. Por isso a baixa do dólar não é nem inesperada nem indesejável. Importa é que seja gradual e calma.

As exportações americanas já espevitaram com a descida do dólar, mas não chega. O desequilíbrio externo dos EUA é financiado do exterior com dinheiro aplicado em acções, obrigações e investimento directo. Ora, muitos investidores estrangeiros estão cada vez mais relutantes em comprar títulos em dólares, pois é inevitável que eles se desvalorizem. Em Agosto, os investidores internacionais venderam activos norte-americanos no valor inédito de quase 70 mil milhões de dólares.

Pode acontecer, então, o desastre que muitos receiam há anos: uma corrida à venda de dólares. Nessa altura seria inevitável uma recessão nos EUA e provavelmente também na Europa. Felizmente, tal ainda não aconteceu: a correcção do câmbio do dólar tem sido progressiva.

Entretanto, muitos exportadores europeus, a começar pelos portugueses, vêem a sua vida dificultada por factores cambiais. Mas a Alemanha conseguiu recuperar o dinamismo das suas exportações com o euro a subir. O câmbio conta, mas há factores mais importantes para a conquista da competitividade. É nesses que a zona euro, em geral, e Portugal, em particular, devem concentrar esforços, em vez de clamarem por uma irracional travagem na queda do dólar.» [Público assinantes]

Parecer:

Um bom artigo de Sarsfield Cabral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O MINISTRO DOS DIAGNÓSTICOS INFALÍVEIS

«O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, afirmou esta segunda-feira que o estudo sobre a administração pública, apresentado hoje no 5º Congresso Nacional da Administração Pública, vem confirmar o diagnóstico feito pelo Governo para a reforma destes serviços e que os portugueses querem menos gastos.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Nunca ouvi nem o ministro nem o governo fazer tal diagnóstico, lembro-me das posições de Sócrates na campanha eleitoral e de um relatório "encomendado" a Vítor Constâncio para dar o dito por não dito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se ao ministro que nos mostre o tal diagnóstico.»

EM LISBOA O PÃO CHEGA A SER 300% MAIS CARO

«A disparidade de preços do pão em Portugal vai ao ponto de provocar diferenças na ordem dos 300 por cento. Neste caso, as regiões do Interior Norte saem beneficiadas em relação ao Litoral e ao Sul. Na zona de Lisboa, a carcaça custa 15 cêntimos, contra os cinco cêntimos praticados em algumas padarias nos distritos de Bragança e Viseu.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Não sei se o ministro das Finanças fez algum diagnóstico sobre o mercado da panificação mas arricos-me a diagnosticar que com notícias destas o ministro arrisca-se a regressar à condição de desconhecido professor mais cedo do que espera.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»

QUEM TEM A CULPA PELA MORTE DOS PESCADORES

«O Ministério Público (MP) de Alcobaça arquivou o inquérito às circunstâncias que envolveram a morte dos seis pescadores do "Luz do Sameiro", embarcação das Caxinas, em Vila do Conde, que naufragou, há precisamente dez meses, a 50 metros da praia da Légua, em Alcobaça.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

A pesca é uma actividade de risco que obedece a regras para minimizar os riscos. Isso não sucedeu em Vila do Conde, os pescadores por ganância assumiram o risco de pescar onde não deveriam pescar, foram para a zona da rebentação pondo a embarcação em risco e dificultando ou impossibilitando qualquer hipótese de salvamento.

Face à morte dos pescadores há alguma dificuldade em abordar o assunto, mas é um facto que o mestre da embarcação, ele próprio uma vítima, foi o responsável pelo acidente. Procurar outros responsáveis é inventar culpados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se.»

ESTACIONAMENTO RESERVADO A MULHERES EM SÃO JOÃO DA MADEIRA

««Mulher ao volante, perigo constante»... Se achava que este ditado já caiu em desuso, desengane-se. Um centro comercial de São João da Madeira tem lugares de estacionamento próprios para mulheres. São mais largos do que os normais (mais um metro de largura) e chegam mesmo a ser maiores do que os espaço reservados para deficientes, que têm mais espaço para permitir o uso de cadeiras de rodas.» [Portugal Diário]

Parecer:

Digamos que é a aplicação do conceito de quotas ao estacionamento.

ESPANHA: PROVAS DE PATERNIDADE PODEM SER FEITAS NAS FARMÁCIAS

«Hacerse una prueba de paternidad o parentesco en Granada estará al alcance de todos, a partir del próximo miércoles, aunque no de cualquier bolsillo. Será tan fácil como acudir a una farmacia y dejar una muestra de saliva, aunque previamente habrá que abonar los 495 euros que cuesta el test.» [20 Minutos]

O COMPUTADOR OS 100 DÓLARES VAI CUSTAR 200

«La fundación One Laptop per Child (OLPC o "Un portátil para cada niño", en inglés), organización sin ánimo de lucro que desarrolla el ordenador barato para países pobres ha anunciado un retraso en la entrega de unidades de este dispositivo. Además, se ha fijado un nuevo precio: 200 dólares por unidad cuando se compre un lote de 10.000 ordenadores.» [20 Minutos]

ELEIÇÕES NO SINDICATO DOS TRABALHADORES DOS IMPOSTOS


No próximo dia 11 votarei C em defesa de um sindicato combativo, independente e mais preocupado com a defesa dos direitos dos trabalhadores do fisco do que com bajulações do poder ou filiações partidárias.

DRUNK DRIVING: JACQUELINE SABURIDO

PAULO MARX

EVGENY FREEONE

KELVIN BERNARD

CATALIN CHITUCEA

JOE PANCHASARP


DESCUIDO PUBLICITÁRIO

A polícia de Hampshire teve a excelente ideia de fazer publicidade na traseira dos autocarros mas esqueceu-se de um pormenor, a localização do tubo de escape.

CARTOON: "QUERIDO, NÃO É O QUE TE PARECE"

ACTOR RUSSO QUER TRABALHAR NA AMÉRICA

BOLETIM METEOROLÓGICO

SHOEI

[2]

Advertising Agency: In Adv, Milan, Italy
Creative Director: Giuseppe Mazza
Head of Art: Francesco Degano
Art Director: Jacopo Caracci
Copywriter: Ivano Scuderi
Illustrator: Livio Ansaldi
Photographer: Monzino

ALERJ

[2][3]

Advertising Agency: Staff, Rio de Janeiro, Brazil

NEGRONI

[2][3]

Advertising Agency: DDB Milan, Italy
Creative Director: Vicky Gitto
Art supervisor: Andrea Maggioni
Art Director: Alessandro Campani
Copywriter: Maria Chiara Alegi
Photographer: Carl Warner