sábado, maio 24, 2014

Depois de amanhã

Depois de amanhã  país estará de novo nas mãos de um Presidente da República sem dimensão para o cargo e que analisará o0s resultados  em função dos seus pequenos objectivos pessoais e partidários. 
Cavaco tudo fará para não se sujeitar à humilhação de um dia destes ter de dar posse a um governo do partido que ele sempre detestou e que por duas vezes ajudou a derrubar do poder. Depois de ter ajudado o seu parido a regressar ao poder e de ter dado cobertura a todos os excessos de troikismo de Passos Coelho um governo do PS condená-lo-ia a um pedido de resignação do cargo ou a arrastar-se penosamente por Belém até que o curso inevitável da democracia ou da biologia lhe fizesse o favor de se retirar de Belém.
  
Cavaco imagina-se no Céu a ver os portugueses estarem-lhe gratos pelo que fez pelo país e se um lugar no Céu se pode conseguir com muita devoção, muitas reza s a pedir a cunha da NS de Fátima e algumas missas, já o mesmo não se pode dizer quanto a um lugar na história. Neste capítulo cavaco parece um ciclista que deu algumas quedas e teves alguns furos e dificilmente conseguirá recuperar a distância em relação ao pelotão, o país conhece agora as virtudes económicas dos seus dez anos de governo e a classe política que ele promoveu, resta-lhe um um governo de salvação nacional em que ele aparecesse como o salvador.
  
Cavaco já tentou amarrar o PS a uma derrota eleitoral com o golpe palaciano do consenso a troco de eleições antecipadas. Perante o falhanço da manobra saloia passou a ser um grande defensor das legislaturas completas e a ter horror a eleições antecipadas. Com um presidente destes nunca se sabe quando serão as próximas eleições, apenas se percebe que serão quando as sondagens apontarem para uma situação em que o seu partido saia como vencedor ou em que o PS seja forçado a um governo de coligação com o PSD.
  
Se depois de amanhã  o PSD sair derrotado das eleições é certo que Cavaco defenderá que a legislatura deve ir até ao fim e teremos um governo sem autoridade. Assistiremos ao espectáculo degradante de um país cheio de ratazanas a fugirem do barco como se todos os ministros tivessem sarna. Jornalistas, banqueiros e comentadores pagos à peça crucificarão Passos Coelho, Paulo Portas e tudo que cheire a governo. Seguro que até aqui era o inútil passará a ser bajulado or todos e até será convidado para Belém como nunca foi.
  
Se depois de amanhã não for clara uma futura vitória do PS por maioria absoluta numas futuras legislativas Cavaco irá reflectir. Se concluir que o seu PSD consegue recuperar eleitoralmente teremos um grande defensor da prática habitual nos países modernos de levar as legislaturas até ao fim. Mas se perceber que o PSD nunca ganhará as eleições é bem provável que com muito “sacrifício” crie condições para realizar eleições antecipadas enquanto o PS estiver fragilizado, garantindo assim uma coligação do mesmo Bloco Central que ele derrubou noa passado, para dessa forma poder acumular as funções de presidente e de primeiro-ministro.
  
Esperemos que depois de amanhã todos os que apoiaram ou tudo fizeram para que a pior das direitas fosse governo saiam derrotado de forma clara.