terça-feira, maio 13, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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Flor do jardim Garcia d'Orta, Parque das Nações, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Cavaco Silva

Numa rara comunicação ao país Cavaco dispensou o hino e a bandeira para falar com a Chuina como imagem de fundo. Destinou-se a comunicação a explicar ao país que a viagem tinha por objectivo sacudir uma árvore cheia de patacas para colher e para isso levou um avião a abarrotar de mepresários e de jornalistas simpáticos.
 
Mas porque razão depois de autorizado pelo parlamento optou para se dirigir aos portugueses já em território chinês, dispensando incluindo o espaço da embaixada? A razão é óbvia, a viagem é um luxo digno de uma embaixada de D. João II a Roma, só faltando o rinoceronte, ainda que seja provável que em tão grande comitiva haja uma grande diversidade zoológica. É um preço elevado elevado a pagar pelos contribuintes por uma viagem que não terá grandes resultados e que parece preencher uma lacuna no roteiro turístico da nossa "família real" que como é sabido sai mais cara do que a de Espanha.
 
Dizer que se vai à China combater o desemprego é puro cinismo e até falta de respeito pelos que estão desempregados, primeiro aprovam-se as leis que promovem o despedimento mesmo quando há receios de inconstitucionalidade, depois vai à China vender as empresas que restam  propriedade do Estado e depois explica-se o turismo presidencial invocando os que estão desempregados.
 
      
 Falácias e mentirinhas
   
«Para descansar os credores, só falta reduzir o leque a dois partidos políticos e, depois de eleições, uni-los na governação, sob o alto patrocínio do senhor Presidente da República

A degenerescência do nosso regime democrático acompanha o empobrecimento generalizado, a perda de direitos laborais e sociais, a decomposição das responsabilidades do Estado na segurança social, na saúde e na educação dos cidadãos. A pluralidade de opiniões políticas é apontada como um mal do regime; a luta política contundente é considerada um obstáculo ao "interesse nacional"; a mentira e a falácia tomaram conta do discurso político dominante. Sobretudo nos últimos três anos ganhou espaço público um conjunto de ideias que em nada destoariam na "cultura política" marcelista. Já há quem se incomode pelo facto de concorrerem dezasseis partidos às eleições de 25 de Maio e pergunte ao Tribunal Constitucional se muitos destes partidos têm direito a existir. Para descansar de vez os nossos credores, só falta reduzir o leque a dois partidos políticos e, depois de eleições, uni-los na governação, sob o alto patrocínio do senhor Presidente da República - um homem que conviveu bem com a "cultura" do Estado Novo. Teríamos, então, a "democracia perfeita" em que muitos dos nossos actuais protagonistas políticos e alguns cronistas e comentadores se sentiriam como peixe na água.

Para além da falta de transparência e da opacidade do discurso do poder, chegando ao caricato de negar um aumento de imposto no momento em que o anuncia, há um embuste, repetido até à exaustão, para justificar o voraz empobrecimento destes três anos, assente em duas premissas falaciosas. A primeira: que os portugueses viviam acima das suas possibilidades; a segunda: que o governo socialista foi o responsável por essa situação. Nem uma, nem outra correspondem aos factos. Esta "interpretação da realidade" é cada vez mais desmentida, inclusivamente a partir da própria nomenclatura burocrática da União Europeia. É o caso de Phillippe Legrain, conselheiro económico de Durão Barroso, durante três anos. Ele, em entrevista ao "Público", diz o elementar: a ganância do sistema bancário está na origem da denominada crise das "dívidas soberanas" e a senhora Merkel está na origem de uma solução "inepta, errada, irresponsável e contraproducente", para utilizar as suas palavras. A dívida privada dos bancos portugueses ultrapassava, antes desta crise, os 200% do PIB, enquanto a dívida pública se situava nos 67%, ao mesmo nível da Alemã. E acrescenta: "as instituições europeias transformaram o que começou por ser uma crise bancária, numa crise que dividiu a Europa entre países credores e países devedores". Com as consequências que conhecemos: austeridade, recessão, aumento descontrolado da dívida pública, miséria. É este embuste que ainda hoje enlameia o discurso do poder e que vamos ouvir bastas vezes durante este mês de Maio.

Outro grande embuste, em que assenta o discurso do poder, é o sucesso do programa ciosa e ideologicamente aplicado pelo governo português sob a direcção da troika de credores. As metas fixadas no memorando inicial, sobretudo quanto ao défice orçamental e à divida pública, foram todas largamente ultrapassadas. O número de empregos diminuiu nos últimos trimestres, sinal de que a economia não está a recuperar, sendo os números do desemprego real propagandisticamente disfarçados com a imigração e com a classificação contabilística de "inactivos". A economia e a maioria dos portugueses estão muito pior do que há três anos e as perspectivas de futuro não são animadoras. Mas, irresponsavelmente, o governo faz a festa, atira os foguetes e corre atrás das canas, vendendo gato por lebre, a coberto de uma efémera baixa das taxas de juro, para a qual não deu o mínimo contributo. A euforia é tal que Paulo Rangel, desconhecendo a pobreza em que o seu partido lançou os portugueses, diz: "nós, lista PSD/CDS-PP, lista da coligação Aliança Portugal somos o rosto e somos a voz da sensibilidade social." Será que esta propaganda produzirá efeitos eleitorais? Penso que não. Concordo com o que escreveu Jonathan Littell, em "As Benevolentes": "Apesar do matraquear da propaganda, as pessoas continuam a ser capazes de formar as suas opiniões".»  [i]
   
Autor:
 
Tomás Vasques.
   
   
 Cerimónia norte-coreana
   
«O Governo anunciou hoje investimentos de 184 milhões de euros. Ao todo, vão ser 12 projetos industriais, virados para a exportação que vão permitir a criação de cerca de 300 postos de trabalho e a manutenção de mais 2200.

"Não é todos os dias que se anunciam 12 investimentos que representam 12 apostas na economia portuguesa e na criação de emprego em Portugal", disse o vice-primeiro-ministro Paulo Portas esta segunda-feira durante a apresentação do investimento.»  [DN]
   
Aparentemente:

Só o Kim se lembraria de organizar uma cerimónia de estado para anunciar o somatório financeiro de uns quantos projectos de dimensão miserável.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Kim Portas-il.»
  
 Mais um passo para a divisão da Ucrânia
   
«A região de Donetsk declarou hoje a independência da Ucrânia, um dia depois do referendo em que 89% dos votantes da região separatista do leste ucraniano apoiaram a secessão.

A declaração foi feita pelo autodenominado "governo provisório" de Donetsk.

No domingo, as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk votaram em referendo. Segundo números divulgados hoje pelas comissões eleitorais locais, 89% dos votantes em Donetsk e mais de 94% em Lugansk aprovaram a independência.»  [DN]
   
Aparentemente:

Foi uma grande ingenuidade da UE de Obama pensar que se podia impor o que quer que fosse nas regiões de maioria russa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   
 Jogo de infantis já mete armas
   
«Um jogo de infantis (menores de 13 anos) que opôs o Olímpico do Montijo ao Leão Altivo, de Vale Milhaços (Seixal) acabou de forma insólita: com um pai a apontar uma arma ao treinador.

Após o apito final do árbitro, com as crianças ainda no relvado e muito público nas bancadas, um militar da Marinha, pai de um dos jogadores, que tinha assistido ao jogo, não gostou de ver o treinador da equipa adversária repreender o seu o filho e terá puxado de uma pistola, ameaçando matar o técnico, segundo acusa a direção do clube local.»  [DN]
   
Aparentemente:

Isto está bonito, está.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
   
   
 Quais gorduras
   
«Documento do think-tank liderado por Paulo Trigo Pereira, que o Expresso divulga em primeira mão, considera que as medidas apresentadas pelo Governo levantam muitas dúvidas e avisa que se está a ir muito além do necessário para cumprir regras europeias.

O  Institute of Public Policy Thomas Jefferson - Correia da Serra (IPP), um think-tank presidido por Paulo Trigo Pereira do ISEG, analisou as contas do Documento de Estratégia Orçamental (DEO) e considera que as medidas apresentadas para atingir a meta de défice de 2,5% no próximo ano levantam sérias dúvidas. A começar nos chamados consumos intermédios, onde o Governo quer cortar 320 milhões de euros.»  [Expresso]
   
Aparentemente:

O DEO é uma fraude que visa prolongar a política de Passos para além da presente legislatura.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
   
 Pobre Dálmata Rangel
   
«O cabeça da coligação de direita, Francisco Assis foi considerado o político que mais apareceu nos media desde que a campanha começou. Um estudo, publicado esta segunda-feira no Expresso Diário, revela que o número de vezes em que se faz referência aos candidatos nos meios de comunicação.»  [Notícias ao Minuto]
   
Aparentemente:

Compreende-se, o que o Dálmata tem dito não passa de latidos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Cresce e aparece.»
   
 Temos Marques Mendes para lavaar e durar
   
«Os homens mais baixos têm tendência a viver mais tempo, porque são dotados de um gene que os protege dos efeitos do envelhecimento, de acordo com uma investigação que fala sobre o ‘gene da longevidade’, o FOXO3, quanto à altura das pessoas.


O The Independent revela que oito mil homens foram analisados no Hawai e foi encontrada uma ligação direta entre a altura e a duração de vida.»  [Notícias ao Minuto]
   
Aparentemente:

E o Rangel também é um sortudo!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
     

   
   
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