sexta-feira, maio 23, 2014

Pobre esganiçado

A campanha do candidato esganiçado da direita tem sido uma das piores campanhas de que há memória na democracia portuguesa, na esteira do recordes negativos a que temos assistido na vida política portuguesa. O prior presidente, o prior primeiro-ministro, o pior governo e agora o pior candidato ao parlamento europeu, já nem vale a pena falar do candidato do outro partido pois esse tem feito de mero porta-chaves do líder da direita.
  
É uma campa rasca, sem ideias, estruturada em torno de ataques de ocasião ao maior partido da oposição, feita de forte  em forte  sem se sair das localidades onde o risco de vais é mais pequeno, revelando pouca coragem política e física por parte do pequeno candidato. O antigo homem do CDS, convertido em social-democrata e adoptado como afilhado por Manuela Ferreira Leite tem-se revelado um político sem qualidade, de pouca dimensão política e mais empenhado em servir de caniche do líder do partido que o aproveitou para este espectáculo.
  
Manuela Ferreira Leite não deixou de ir à campanha dizer que apesar de tudo Rangel era o seu afilhado, uma espécie de ovo de vespa cuja gestação se desenvolve na equipa de Passos Coelho. Foi um apoio curioso, justificado pela relação com o candidato e pela fidelidade cega ao seu partido. Só faltou a Manuela Ferreira Leite dizer que não lhe ficava bem rejeitar a sua criação ou desobedecer ao seu partido que, afinal, é o mesmo partido do seu amigo Cavaco. Todos perceberam que Ferreira Leite não pediu o voto no PSD aos que não fossem filiados neste partido. 
  
Ainda mais cínico foi o apoio de Marcelo Rebelo de Sousa, quando as hostes precisava de ânimo vira a sua presença num comício como o momento alto da campanha, esperavam um discurso que desse a volta ao desastre. Marcelo fez tudo ao contrário, depois de ter sido humilhado por Passos Coelho o comentador televisivo e candidato presidencial tipo catavento optou por se vingar com uma luva branca mas um bocado suja. Discursou menos de 14 minutos e nem apelou ao voto na coligação ou no candidato esganiçado, explicou no PSD porque era a forma de escolher o esquentador luxemburguês. Está-se mesmo a ver que nas próximas legislativas ninguém o vai convidar pois Passos Coelho arrisca-se a ouvir Marcelo explicar que entre Passos Coelho e um esquentador Junex vota no esquentador Vulcano.
  
A campanha ainda se vai arrastar penosamente nesta sexta-feira, Rangel vai estar ainda mais esganiçado e com a voz mais fininha do que costume, ele sabe que amanhã vai ver a bola e que o dia seguinte será o primeiro do fim da sua pequena carreira política. Já podemos dizer adeus a Rangel, eleito para o parlamento vai desaparecer, demarcando-se de um Passos Coelho em cuja queda colaborou com a sua incompetência enquanto candidato e esperando regressar a tempo de voltar a candidatar-se a líder do PSD ou, o que é mais provável, para apoiar o candidato que lhe parecer ser o sucessor do actual.