Na semana em que os adeptos encarnados gritaram “o campeão voltou”, a coligação liderada pelo esganiçado vociferou pelo regresso de Sócrates, os mesmos que dizem que nestas eleições recusam qualquer julgamento do seu governo porque está em causa o Parlamento Europeu estão agora a tentar o governo que os antecederam. Não se percebe bem se estão convencidos de que Sócrates lhes pode render votos, se estamos perante um ódio visceral ou se reagem em pânico porque “o campeão voltou”.
A verdade é que a direita nunca deixou Sócrates partir e mesmo quando o ex-primeiro-ministro esteve ausente em Paris mandaram alguns jornalistas em busca de matéria para preencherem umas manchetes. Foi esta direita que chegou a debater a hipótese de levar Sócrates a tribunal, algo que tentaram fazer recorrendo a truques que envergonhariam muitos dos nazis com que o esganiçado não se quer identificar. Há três anos que Sócrates está sendo julgado.
Tudo o que Sócrates fez foi para destruir em nome dos complexos de inferioridade dos novos governantes, trataram o país como o Marquês de Pombal fez ao terreno do palácio dos Távoras, chão que tenha sido pisado por qualquer iniciativa de José Sócrates foi salgado para que aí nada nascesse. Pararam todos os projectos, extinguiram toda a formação profissional, eliminaram o ensino do inglês no primeiro ciclo do ensino básico, paralisara os projectos de modernização da Administração Pública.
Agora insistem em perseguir Sócrates como se fossem o Marquês de Pombal e ainda houvesse algum Távora vivo para queimar na fogueira, o ódio é tanto que se pudessem até queimavam os fantasmas que lhes tiram o sono. Não percebem que a história nunca condenou os Távoras e se o Marquês de Pombal sobreviveu na memória dos portugueses foi pela obra que fez. Acontece que estes nada fizeram e por mais que tenham salgado o país cada vez fica mais evidente que o seu ódio apenas se explica pela inveja e pelo medo, inveja pelo que foi feito, medo que o povo se aperceba do logro em que caiu.
A reação em relação à mera presença de Sócrates numa acção de campanha eleitoral revela o desespero de um Rangel que ao longo de mais de uma semana de campanha eleitoral se revelou um dos maiores desastres políticos ocorridos em eleições. Rangel e os seus não parecem dirigentes políticos, comportam-se como marginais que pertencem à claque extremista de um clube que sabe que vai ser derrotado na próxima jornada, a sua reação é de ódio e de medo por perceberem que o campeão voltou.