A semana foi marcada pelos tabefes que arguidos e familiares deram aos juízes de Santa Maria da Feira que não terão acautelado a segurança no tribunal. O país ficou a saber que não são apenas os professores e outros funcionários públicos que estão sujeitos a esta prática nacional, os juízes, esses sacerdotes e sacerdotisas do Estado, também não se escapam a um bom par de tabefes. Como era de esperar, todo o país rumou a Santa Maria da Feira, com o presidente do Conselho Superior da Magistratura seguido de um séquito de jornalistas e carros de exteriores que foram gravar um par de banalidades.
Entretanto, os juízes de Santa Maria da Feira vão deixar de fazer julgamentos, o mesmo é dizer que deixarão de os fazer às terças, quartas e quintas, já que nos tribunais portugueses as segundas e as sextas são dias santos.
Os tabefes dos magistrados ocuparam tanto os jornalistas que a agressão a uma professora, que nem contava com protecção policial, que quase nem se deu pelo assunto. Até porque os tabefes aos magistrados tornaram os dados aos professores em assunto quase sem interesse.
Desta vez a pancadaria não envolveu os alunos, com os exames feitos e quase em tempo de férias portaram-se bem, ao que parece até se portaram bem demais pois tiveram boas notas no exame de matemática. Quem não gostou destas facilidades foram os partidos da oposição, que teriam preferido exames difíceis que levassem os estudantes a substituir os camionistas nos piquetes nas estradas. Parece que a oposição fica irritada quando o governo não dá motivo para protestos, obrigando a oposição a viver à sua própria custa.
Quem também apanhou um tabefe, dos seus deputados, foi Manuela Ferreira Leite, o seu candidato a líder parlamentar (um jovem militante se inscreveu para liderar os deputados do partido que o elegeu como independente) teve muitos menos votos do que Pedro Santana Lopes.
Pancadaria também não faltou no Zimbabué onde Mugabe, um velho amigo do envergonhado Jerónimo de Sousa, meteu a democracia na linha e fez-se eleger rapidamente pois desta vez não houve atrasos na contagem dos votos. Tudo é mais fácil quando se contam os votos de um candidato único e os eleitores que não exibem o dedo roxo como prova de que votaram levam uma carga de porrada. É aquilo a que se chama uma democracia perfeita, o sonho de gente como o Bernardino Soares e o avô do Boca Doce, que ao mesmo tempo que imagina abris com candidatos únicos vai tentando convencer a juventude a aderir ao sonho propondo a despenalização do consumo de drogas.