quinta-feira, junho 05, 2008

Umas no cravo e outras tanta na ferradura -

FOTO JUMENTO

Janela na Lapa, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Miguel Villagran-AP]

«19-years-old Marco jumps head first in to the outdoor swimming pool at the Olympic stadium in Berlin, Germany as temperatures reach 86 Fahrenheit.» [Washington Post]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

O Jumento sabe que Manuel Alegre já aceitou mais um desafio lançado por Francisco Louçã, logo que seja encontrado milho transgénico o deputado do PS detentor de uma golden share na democracia portuguesa vai equipar-se a rigor, tapar a cara com um lenço e juntar-se aos verde-eufémios na destruição do milheiral. Tal com defendeu as nacionalizações é de esperar que no termo da acção Manuel Alegre defenda que com a reforma agrária não seria necessário recorrer à produção de transgénicos.

JUMENTO DO DIA

O entusiasmo de Manuel Alegre

Manuel Alegre sugere aos que criticam a sua intervenção batismal no Bloco de Esquerda e afins que olhem para o entusiasmo que havia na pequena sala onde decorreu o comício. Portanto, o PS deve ficar de pernas para o ar porque o Bloco conseguiu encher o pequeno Teatro da Trindade para assistir ao espectáculo dado por Manuel Alegre, o novo artista contratado por Loução.

Bem, daqui a uns tempos teremos que ficar rendidos com o entusiasmo com que os mesmos admiradores convertidos em verde-eufémios vão destruir um milheiral, ou ficar animados com o ambiente que se vive num dos seus piqueniques.

Este Manuel Alegre ainda nos vai levar a propor uma data de reforma obrigatória para os políticos, tal como na Função Pública onde se atinge essa idade aos 70 anos. Em vez de andar a a alegrar o Louça estaria na companhia de Ferreira Leite a fazer trabalhos manuais num qualquer centro de dia para a terceira idade.

FUTEBOL CLUBE DO PORTO

O FCP cometeu um erro de palmatória ao pensar que tinha encontrado uma solução para não perder pontos na próxima época. Ao não recorrer de uma condenação admitiu a culpa nesse processo e a condenação da UEFA era inevitável, na Suíça pouco importam as intrigas lusas, factos são factos, neste caso o facto é que o FCP foi condenado e não recorreu.

Agora vai passar uma época a gabar-se da vantagem conseguida na época anterior, perdendo alguns milhões de euros e com uma equipa desmotivada.

LOUÇÃ ESTÁ DE PARABÉNS

Conseguiu usar Manuel Alegre para obter o protagonismo que estava a perder com a perda de qualidade das suas piadas parlamentares. O PCP percebeu-o e reagiu como se viu ao comício dos deserdados da política portuguesa.

OS HERÓIS DO REGIME

«Marcelo Rebelo de Sousa, professor de múltiplos interesses e ávidas curiosidades, pediu desculpa aos seus "amigos intelectuais", mas Portugal devia mais a Cristiano Ronaldo e a outros - do que não se sabe a quem, porque não esclareceu. Esperava-se, de Marcelo, um outro modo de ver, um ponderado rogo de reflexão, um trémulo apelo ao bom-senso. Com a convicção vigorosa que se lhe reconhece rojou-se aos pés dos seleccionados, ao mesmo tempo que ironizou das opiniões daqueles, manifestamente hostis ao empreendimento de imbecilização. Ao contrário de Rui Santos, jornalista especializado em futebol, que se não coibiu de criticar o exagero do circo, chegando a designá-lo como "alienação".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Baptista-Bastos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

UMA PÁGINA PARA A FRENTE, DUAS PÁGINAS PARA TRÁS

«Ferreira Leite - o terceiro líder do PSD em menos de um ano - anunciou que, consigo, o partido virou uma página. Pode ser que sim. Resta saber se foi uma página para a frente ou uma página para trás. Já muita gente, entretanto, discorreu sobre o partido repartido aos terços. Com o devido respeito pela sabedoria da tribo, talvez não seja esse o facto mais interessante destas directas do PSD. No sábado, houve mais eleitores a absterem-se do que a votar em qualquer dos candidatos. Dos 77.088 militantes com direito a voto no dia 30 de Maio, quase metade - 41% - renunciaram a escolher. E isto numas eleições em que era suposto os eleitores serem "militantes" e em que não faltavam razões aparentes de mobilização: havia mais do que uma candidatura com esperanças de ganhar, os candidatos exageraram as diferenças entre si, toda a gente dramatizou o que estava em causa (a própria existência do partido), e até houve dois debates televisivos. Mais do que "dividido", o PSD parece desmotivado.
Para animar a eleição, opôs-se a "credibilidade" de Ferreira Leite ao "populismo" de Santana ou à "juventude" de Passos Coelho. Mas aparte uma ou outra opção avulsa (por exemplo, privatizar ou não a CGD), que distinguia programaticamente os candidatos? É verdade: Passos declarou-se "liberal", e Ferreira Leite preferiu conservar-se "social-democrata". Qual, porém, a diferença inultrapassável entre o "liberalismo" dele e a "social-democracia" dela? Ou entre essas duas coisas e o "populismo" atribuído a Santana? Todos desejaram menos Estado, e todos se preocuparam com as "questões sociais". Tal como Menezes, Mendes e os demais líderes do PSD. Em suma, o que havia para escolher eram pessoas, com os respectivos estilos, imagens e amigos. Não era de modo nenhum uma escolha secundária, mas não motivou demasiado, nem produziu um resultado suficientemente decisivo. Com os votos distribuídos em três partes mais ou menos iguais, nenhum dos candidatos conseguiu dar aos outros razões para deixarem de andar por aí. Às primeiras dificuldades, regressará o ruído que acompanhou as lideranças de Mendes e de Menezes. Muito provavelmente, Ferreira Leite aguentará melhor do que Menezes - se não tiver uma "câmara de Lisboa", como Mendes.
Há quem, como tratamento, recomende ao PSD a adopção urgente da fórmula política que anima as direitas europeias mais bem sucedidas: o PSD devia transformar-se num partido para os liberais e conservadores que estão à direita do PS. É uma óptima ideia, que só tem este problema: o PSD já é um partido de direita, para liberais e conservadores. Como votou a maioria dos deputados do PSD no caso da lei do aborto? Como teria votado a maioria dos conservadores. O que dizem os líderes do PSD sobre o papel do Estado? O que os liberais costumam dizer. E onde se situam os eleitores do PSD, quando sondados acerca da sua posição no leque político que vai da direita à esquerda? Segundo um estudo recente, muito mais à direita do que os do CDS. Porque é que então a classe dirigente do PSD insiste nas velhas máscaras e subterfúgios a que a direita portuguesa recorreu para sobreviver em 1975? Porque é que, mesmo quando confessa ser "liberal", logo acrescenta nervosamente não ser de "direita" (Passos Coelho)?
Porque a classe dirigente do PSD tem uma estratégia muito singela: trata-se de herdar o governo à boleia da corrente "crise", e depois utilizar o Estado para impor disciplina ao partido. A fim de chegarem ao poder, as outras direitas europeias têm andado a propor aos seus eleitorados visões do mundo e da sociedade alternativas à das esquerdas. Por isso, procuraram inspiração nas tradições conservadoras e liberais, e assumiram finalmente, onde isso já não era claro, uma identidade diferente da esquerda. Os donos do PSD, com poucas excepções, são demasiado espertos para se darem a esse trabalho ou correrem esses riscos. Pior: acreditam que, em Portugal, não vale a pena. O "povo" que conhecem é aquela clientela autárquica a quem, com a competente ironia, atiram "carne assada" nas festas do partido. Habituaram-se a imaginar os portugueses como uma massa provinciana e desesperada. Esperam por isso que, sem muito esforço da parte deles, a não ser o de porem caras muito sérias, de quem sabe tudo, este povo neo-realista venha a acreditar que basta substituir Sócrates por Ferreira Leite para os preços baixarem.
Ferreira Leite conseguiu dar pelo facto de os portugueses terem deixado de "respeitar" o PSD. Talvez as coisas mudem quando os donos do PSD começarem a respeitar os portugueses.»
[Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Ramos

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SANTANA INSISTE COM ELEIÇÕES PARA ESCOLHER LÍDER PARLAMENTAR

«Pedro Santana Lopes defendeu esta quarta-feira que a nova direcção da bancada deve ser eleita no dia 11 de Junho para que passe a existir uma “responsabilidade política muito clara”.

O líder parlamentar demissionário anunciou que “a direcção do grupo parlamentar do PSD reuniu-se e foi mantida a posição de as eleições estarem convocadas para dia 11”.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Tem razão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Realizem-se as eleições no grupo parlamentar do PSD.»

A "INGENUIDADE" DE MANUEL ALEGRE

«O deputado do PS Manuel Alegre recomendou a quem o criticou por ter participado no 'comício das esquerdas' que "reflictam" sobre o que se passou e o entusiasmo que se sentiu.

"Eles que reflictam porque correu daquela maneira, porque se sentiu aquele entusiasmo e que tenham juízo, se puderem", disse Manuel Alegre, em declarações à Agência Lusa.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Chamar a atenção para o entusiamo numa pequena sala cheia de bloquistas e "arrependidos" é, no mínimo, hipocrisia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Alegre se acha que somos parvos.»

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. "A Sombra do Convento" cita o post "geriocracia".
  2. O "Cu-Cu" gostou do sorriso de um mirone.
  3. O "Nós Somos Capazes" questiona o lockout dos armadores.
  4. O "Papiro" cita uma opinião sobre Manuel Alegre.
  5. O "Mala Aviada" cita a escolha do Jumento do Dia.
  6. O "PS Lumiar" dá destaque ao post dedicado ao proxenetismo social em torno das benesses estatais.

NO CÂMARA DE COMUNS

Um diálogo interessante em torno das preferências relativas aos candidatos presidenciais norte-americanos:

«Por outro lado, poderás pensar: como é que uma pessoa da esquerda europeia não está rendida ao 'furacão mediático' Obama? Por várias razões. A primeira, pelo discurso anti-sistema que o candidato faz (se for eleito vai engolir muito do que disse e desiludirá muitos dos seus apoiantes). Depois, porque cada vez que fala no mundo, Obama dá ares de ser tão aventureiro como Bush foi nos últimos anos.»

URBANIZAÇÃO EM OSAKA

DANAPRA

MERCEDES BENZ