segunda-feira, junho 23, 2008

Umas no cravo e outras tanta na ferradura

FOTO JUMENTO

Évora

IMAGEM DO DIA

«Una marea arancione invade Basilea » [La Repubblica]

JUMENTO DO DIA

Como vai Ferreira Leite ganhar o país

Se não fossem as intervenções de Santana Lopes e Pedro Passos Coelho o congresso do PSD ter-se-ia parecido com um funeral, os discursos de Manuela Ferreira Leite foram monótonos e sem conteúdo, os resultados das votações mostram um partido dividido.

Não basta exibir duas ou três caras para Manuela Ferreira Leite conquistar o país, da mesma forma que não empolgou o seu partido.

AGENDA DE VERÃO

«No entretanto, foi condenado um sujeito fabuloso que, trocando a verdadeira identidade de um caloteiro nortenho pela aura de um português que as Américas teriam tornado milionário, chegou a arrastar o mundo crédulo que nós somos para duas conferências de imprensa, nas quais, entre conselhos futebolísticos e juras de saneamento financeiro, prometia recuperar o Boavista. Inesquecíveis momentos de televisão, em que o artista dizia confusamente do que já era confuso antes dele abrir a boca, expunha algumas condições com ar severo e rematava dizendo que tinha os cheques consigo, mas não mostrava, porque isso era a alma do negócio. Sem que alguém questionasse a que propósito é que os cheques são mostrados à imprensa, a verdade é que o homem viveu estas suas horas de glória, perante a veneração de dirigentes e sócios, para dali transitar, quase em directo, para os interrogatórios da Polícia Judiciária. O curto tempo desta trapalhada foi a duração da glória de uns dirigentes salvíficos, que, por eleição e subsequente demissão, entraram e saíram desta pequena história mais depressa do que D. Sebastião.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Nuno Brederode Santos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS SÃO DISCRIMINADOS NOS HOSPITAIS PRIVADOS

«O Hospital da Luz, da Espírito Santo Saúde (ESS), tem pouco mais de um ano, mas já tem listas de espera para todas as consultas. A demora é irrelevante para alguns doentes, mas pode ultrapassar seis meses para os funcionários públicos. Na clínica CUF de Belém (grupo Mello) a diferença é menor, mas também existe. A ADSE refere que os acordos que mantém com os grupos privados "proíbem qualquer tipo de discriminação no acesso", mas Isabel Vaz, administradora da ESS, justifica que a procura se multiplicou num ano e que o futuro incerto deste subsistema, entre outras razões, conduziu à imposição de quotas para as primeiras consultas.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Sacanas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Renegoceiem-se os acordos.»

PASSOS COELHO DIZ QUE FERREIRA LEITE NÃO TEM PROJECTO

«Pedro Passos Coelho acusou ontem Manuela Ferreira Leite de não ter ainda apresentado qualquer projecto político para o País. Apesar de ter feito um discurso de unidade, garantindo que não será oposição interna à nova líder, o candidato derrotado nas directas deixou vários recados e críticas à acção - ou à sua falta - da presidente social-democrata.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Não tinha, não tem e é muito duvidoso que o venha a ter, a não ser que o JPP elabore algum, cheio de banalidades.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se a crítica.»

ABORTOS AQUÉM DAS ESTIMATIVAS INICIAIS

«A realidade da IVG em Portugal deverá ser menor do que previram as autoridades aquando da aprovação da despenalização até às dez semanas por opção da mulher. Os cerca de seis mil abortos feitos em seis meses permitem extrapolar um total anual de 12 mil abortos: 60% dos 20 mil que eram esperados, calculados a partir de dados internacionais. O estudo da Direcção-Geral da Saúde alerta, contudom para a necessidade de deixar correr mais tempo até se poder fazer um retrato epidemiológico fiel do aborto em Portugal.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Ainda bem que assim é.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos defensores do não, que dramatizaram os números, o que pensam agora.»

O BLOCO CENTRAL?

«Por causa de uma alusão do DN (logo duas vezes desmentida em editorial) e de uma insinuação de Marcelo Rebelo de Sousa, o PSD e o público entendido entraram em histeria: preparava ou não a dra. Manuela um novo Bloco Central? Pacheco Pereira falou sombriamente de moinhos de vento e de uma manobra indescrita e vil. O Expresso acusou Marcelo de "ter iniciado" a sua "habitual labuta de queimar o líder". O "populismo" declarou com raiva que ficava a ver. E a própria dra. Manuela resolveu intervir, jurando que não "era doida" e nunca aceitaria uma aliança com o PS. A quem está de fora pareceu que a legitimidade eleitoral no PSD ia outra vez ser assaltada e arrasada pela demagogia e a calúnia. Mas, muito francamente, a hipótese é assim tão absurda?

Primeiro, no plano da pura mecânica parlamentar. Se nem o PS, nem o PSD chegarem à maioria absoluta (o que provavelmente vai acontecer), precisam um e outro de uma coligação. O PS não se pode juntar ao Bloco (de Esquerda), sem se enfraquecer e provavelmente dividir: Sócrates não é miscível com Louçã. E o PSD, com a dra. Manuela à frente, e Santana de lado, não se pode juntar a este CDS, sem estabelecer no governo e, tarde ou cedo, no regime, a barafunda universal. Qualquer pessoa de senso percebe facilmente que em 2009 o país se arrisca a cair num segundo e mais perigoso "pântano"; e que só há uma saída - o Bloco Central. O Presidente da República, que não anda na lua, com certeza que não ignora isto; ou subestima as consequências na economia e nas finanças do Estado de um colapso da autoridade política.

Mas, mesmo tirando as razões de expediente, existem razões de fundo para um Bloco Central. Não vale a pena insistir na situação por que passamos, manifestamente a mais grave desde o princípio do século XX. O consulado de Sócrates provou que nenhum partido, até com maioria absoluta, consegue sem ajuda impor as reformas de que o país precisa: a reforma constitucional e as reformas da justiça, da administração, da saúde e da educação. Com um programa exacto e um acordo prévio, o Bloco Central talvez contribuísse para resolver o assunto. O que separa o PS de José Sócrates do PSD de Manuela Ferreira Leite não é muito, nem intransponível. Claro que um entendimento prejudicaria as duas partes, sobretudo antes da eleição de 2009; e daí os gritinhos de virtude para uso do congresso de Guimarães. Não interessa. Como dizia De Gaulle, as coisas são o que são.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Vasco Pulido Valente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

FORÇAS BRITÂNICAS USAM NOVA ARMA NO AFEGANISTÃO

«British forces in Afghanistan have used one of the world’s most deadly and controversial missiles to fight the Taliban.

Apache attack helicopters have fired the thermobaric weapons against fighters in buildings and caves, to create a pressure wave which sucks the air out of victims, shreds their internal organs and crushes their bodies.

The Ministry of Defence (MoD) has admitted to the use of the weapons, condemned by human rights groups as “brutal”, on several occasions, including against a cave complex.» [The New York Times]

TÍTULO 38

  1. O "Cogir" também acha que o descanso não fez nada bem aos jogadores do Euro 2008.
  2. O "Café Margoso" pede uma legenda para uma imagem aqui divulgada.

VITALY STEPANOV

UM CARTOON QUE ME RECORDA ALGUNS COMENTADORES DA NOSSA PRAÇA