FOTO JUMENTO
Coruche
IMAGEM DO DIA
[Hannibal Hanschke / Reuters]
«Encuentro. El primer ministro palestino, Salam Fayyad, saluda a la secretaria de Estado de EE. UU., Condoleezza Rice, en una cumbre sobre Próximo Oriente en Berlín.» [20 Minutos]
JUMENTO DO DIA
Falta de jeito
Atacar duas confederações de agricultores ao mesmo tempo, conseguindo unir o que em mais de vinte anos alguém conseguiu foi falta de jeito de Jaime Silva. Nem sempre um bom técnico faz as melhores intervenções políticas, mesmo quando a razão está do seu lado.
COINCIDÊNCIAS
Sem dúvida que Jaime Silva deu um pontapé num vespeiro ao acusar que as organizações dos agricultores têm dirigentes ligados a organizações partidárias, a CNA à extrema-esquerda e a CAP à direita mais conservadoras. O pontapé foi tão certeiro que no mesmo dia Jerónimo de Sousa e Paulo Portas vieram a público dizer exactamente o mesmo, Jerónimo de Sousa até usou o argumento da falta de pagamento de subsídios há muito usado por Paulo Portas.
Jerónimo de Sousa nem escondeu a sua ligação à CNA, que é tão representativa como a comissão de utentes dos serviços públicos, ao referir "as organizações dos produtores, designadamente, a CNA". Com esta expressão Jerónimo de Sousa disse tudo quanto à ligação do PCP a esta organização quase fantoche, quase porque é natural que haja meia dúzia de pequenos agricultores que poderão se militantes do PCP.
UMA PERGUNTA A JERÓNIMO DE SOUSA
Aquando dos acontecimentos no Tibete o PCP veio rapidamente a público defender a China, agora que se assiste à destruição do Zimbabué por um facínora, velho amigo do PCP, este partido mantém um silêncio envergonhado. Será que Jerónimo de Sousa vai ter coragem de chamar fascista a Mugabe?
Da última vez que se pronunciou sobe o tema foi numa entrevista ao Avante, feita a propósito de uma visita a Angola. Nesta entrevista Jerónimo de Sousa foi muito tolerante com o macabro Mugabe:
«Notámos que existe alguma contenção, por parte do MPLA, na avaliação dos acontecimentos no Zimbabué. Para nós, a grande referência foi a análise feita pelo Partido Comunista Sul-Africano, que em síntese se pode traduzir no seguinte: sem embarcar na violenta operação levada a cabo pelo imperialismo em relação ao Zimbabué, há uma crítica severa ao abandono dos valores e dos objectivos da luta pela liberdade e independência nacional por parte da ZANU. O divórcio do povo e das suas aspirações levou a este resultado. Ou seja, sem subestimar a pressão externa e o grande cinismo face ao processo eleitoral – é bom lembrar que a democraticidade das eleições foi posta em causa, mas depois perante os resultados logo surgiu a exigência da sua imediata divulgação –, não deixa de ter significado que se trata de um acto soberano do povo que deve ser apreendido como lição. E a grande lição a tirar é que não basta conquistar o poder, não basta conquistar a liberdade e a democracia, é preciso depois efectivá-las, e o governo de Mugabe não foi capaz de responder a esses anseios do povo.» [Avante]
OS PROTESTOS DOS AGRICULTORES
Os mesmos agricultores que se queixam do aumento dos preços dos combustíveis são os mesmos (ou alguns) que beneficiaram de aumentos brutais dos preços dos produtos agrícolas e não venham dizer-nos que os intermediários, em produções como as do milho, arroz ou trigo esses intermediários quase não existem. É preciso lata!
AS PREOCUPAÇÕES DO JORNAL PÚBLICO OU A VOZ DO DONO?
Que os professores aproveitem o facto de o exame de matemática ter duas perguntas mais fáceis se compreende, mesmo que nos anos em que os exames foram difíceis tenham preferido chamar a atenção dos chumbos para criticar os governos. Mas que no dia seguinte um jornal como o Público dramatize esta questão dedicando-lhe a capa e o editorial já é um exagero, mesmo sabendo-se a quem pertence o jornal, a ofensa sentida pelo seu patrão porque o novo aeroporto não fica às portas de Tróia ou ainda porque o governo não o ajudou a comprar a PT ao preço da uva mijona.
O editorial desta edição chega ao ponto de afirmar:
«Na verdade, já nem chegou a ser surpresa que os exames de Matemática do 12.º ano, apesar de os alunos terem este ano mais tempo para os completar, sejam aparentemente mais fáceis do que os dos anos anteriores. » [Público assinantes]
Como é que José Manuel Fernandes pode dizer tal coisa, quando ouviu o mesmo que eu, que duas perguntas poderiam ser resolvidas no 9.º ano, o que não significa que a matéria não seja do 12.º. Mas de duas perguntas a todo o exame vai mesmo uma grande distância, precisamente a mesma distância que existe entre quem é honesto e quem não o é. Outra afirmação evidencia esta forma de estar do director do Público, ao fazer acusações à ministra com base no seu raciocínio:
«No ano em que mais perturbação houve nas escolas portuguesas, a ministra surgirá a reclamar os louros do milagre da excelência a Matemática. »
O mesmo director que no passado não se cansou de elogiar a ministra vem agora atribuir-lhe as intenções mais adequadas às suas conclusões. A isto chamará José Manuel Fernandes honestidade? Talvez, eu não.
José Manuel Fernandes acusa os responsáveis pelos exames:
«Agora, constatado o seu desequilíbrio e falta de vergonha, só podemos explicar o seu protagonismo porque está a servir bem quem o nomeou.»
Pois, mas como leitor regular do Público eu também poderia insinuar que o seu director está a servir os interesses de quem o mantém no lugar, até porque Belmiro de Azevedo pode pagar-lhe o que entender, o que a ministra não pode fazer. A verdade é que desde que o governo não fez o frete a Belmiro nos casos do aeroporto e da PT, o jornal Público virou um jornal oficial da oposição, na ausência de uma oposição credível. Foi depois disso que surgiram casos como o do diploma ou dos projectos de engenharias, casos tão velhos como o "fazer de cócoras". Desde então uma boa parte dos editoriais da responsabilidade de José Manuel Fernandes justificam insinuações idênticas às que ele faz em relação aos autores dos exames.
MEU QUERIDO BENFICA: PORQUE NÃO TE CALAS?
«Eu não sou ingénuo, e percebo que o Benfica faça o que está ao seu alcance para entrar na Liga dos Campeões. O prestígio é grande e o dinheiro envolvido demasiado importante para que se assobie para o ar. Mas para provar os pecados do Porto e da Federação Portuguesa de Futebol não é preciso andar a rasgar as vestes na praça pública. O Benfica que o faça nos bastidores. Nos escritórios de advogados. Nos lugares mal iluminados da SAD. Nunca - mas nunca - em público, com Luís Filipe Vieira novamente armado em paladino da honra e dos bons costumes, arvorando-se em consciência da Pátria, o que provoca azia até em alguém como eu, que torce pelo Benfica desde que é gente. Todo este processo é péssima política. Primeiro, porque fica mal a Vieira fingir que tem um par de asas brancas escondidas debaixo do casaco. Segundo, porque a instituição Benfica, por mais razão que tenha, não deve fazer esta figura ridícula, de mão estendida pelos corredores europeus a choramingar por um lugar entre os grandes. É deselegante. É pobrezinho. É contraditório com o discurso de grandeza do clube.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por João Miguel Tavares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
HÁ EMPRESÁRIOS QUE DEFENDEM O ADIAMENTO DE ALGUMAS OBRAS PÚBLICAS
«O presidente da Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS) admite que o Governo pode vir a ter necessidade de rever o calendário de alguns investimentos públicos em infra-estruturas. Ricardo Gomes diz que no actual panorama internacional é função de qualquer Executivo repensar o calendário de execução das obras públicas. "Não está tanto em causa a racionalidade dos investimentos, mas sim a sua oportunidade", realçou ao DN. A ligação em alta velocidade ferroviária (TGV) Lisboa/Porto/Vigo e algumas das 11 concessões rodoviárias são os projectos que o presidente da AECOPS diz que podem ser adiados.Já para o presidente da FEPICOP (Federação Portuguesa da Indústria de Construção), Reis Campos, todas as obras previstas no plano de 41 mil milhões de euros anunciado pelo Governo são "necessárias e fazem sentido".
Adiar estes investimentos seria um erro estratégico" não só para o sector da construção, que emprega 600 mil pessoas, mas para a própria economia. O responsável da federação da construção lembra que o atraso das obras compromete verbas comunitárias do QREN e realça ainda que a maioria destes grandes projectos, que ainda não saiu do papel, é financiada sobretudo pelos privados. O esforço do Estado será maior no TGV e em algumas novas auto-estradas.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Compreende-se a intenção de alguns empresários, como não têm capacidade para concretizar todas as obras, interessa-lhes uma calendarização que não os obrigue a mais investimentos. Só que há um pequeno problema, não foi uma diferente calendarização que Manuela Ferreira Leite, pelo menos a crer no que disse Morais Sarmento, aliás, Manuela Ferreira Leite não só não disse nada como pediu para não ler nas entrelinhas.
Não deixa de ser estranho esta resposta pronta de alguns empresários, sinal de que o PSD já está a negociar nos bastidores. Ou estou muito enganado ou vem aí uma campanha publicitária com outdoors luxuosos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguiarde-se que Manuela Ferreira Leite pense, se o fizer talvez possamos vir a saber o que a velha senhora pensa.»
CONVÉM LEMBRAR
«Apesar da contestação aos grandes projectos de obras públicas, o PSD quando esteve no Governo coligado com PP, aprovou o mais ambicioso investimento público em valor e calendário: uma rede de alta velocidade ferroviária (TGV) com quatro linhas para Espanha. Em relação à Ota, o Executivo PSD/PP congelou o novo aeroporto por não o considerar prioritário.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Isto é, o projecto de TGV do PSD era mais megalómano e adiaram o novo aeroporto, agora querem o aeroporto e deixaram cair o TGV. É isto o rigor e seriedade segundo Ferreira Leite?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Ferreira Leite onde arranjou dinheiro para o TGV, com um défice orçamental escondido na ordem dos 6%?»
JÁ NEM O ANC SUPORTA MUGABE
«O Congresso Nacional Africano (ANC, no poder na África do Sul desde 1994) manifestou-se hoje "consternado" com o governo da ZANU-PF do Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, e com a sua "cavalgada tirânica" contra os direitos democráticos.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
Por este andar o único amigo de Mugabe é Jerónimos de Sousa que há pouco tempo ainda gozava com os que se queixavam do atraso na divulgação dos resultados eleitorais.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Jerónimo de Sousa o que pensa do facínora do Mugabe, um velho amigo e camarada.»
COMO SE ANIMARAM OS JOGADORES RUSSOS
«En Rusia, el sueldo medio ronda los 400 euros mensuales. La brecha entre pobres y ricos es cada vez más grande. Quien tiene recursos goza de privilegios impensables para la mayoría. Los futbolistas de la selección, constituida por figuras de los clubes de Moscú y San Petersburgo, pertenecen a una pequeña clase afortunada. Son millonarios. Esto les confiere una condición social que suelen exhibir con arrogancia aristocrática. Para un futbolista ruso, el capital es el estímulo por excelencia. Por eso, la madrugada del 11 de junio supuso un paso fundamental. Las primas oficiales por alcanzar los cuartos de final se establecieron en 500.000 euros por cabeza. Un volumen inalcanzable para cualquiera de las selecciones de Europa. Una cantidad que triplica los premios que recibirán los españoles si ganan el torneo.
La inyección de petrodólares justifica la sonrisa permanente de Pavlyuchenko, símbolo de la predisposición desaforada de su equipo. Si el acuerdo de las primas anticipó las victorias sobre Grecia y Suecia, el paso a los cuartos reabrió las negociaciones. Antes del partido contra Holanda, los jugadores empezaron a recibir gratificaciones extraoficiales de empresarios con vinculaciones de todo tipo. Pavlyuchenko, el goleador del Spartak, ingresó miles de euros extra por sus goles. Arshavin, la estrella del Zénit, también se convirtió en un beneficiario indirecto de la subida del barril de crudo. Fedum y Dyukov, presidentes del Zénit y el Spartak, respectivamente, no han dudado en estimular a sus muchachos para que completen una Eurocopa memorable. Lo consideran una inversión que esperan recuperar en pocos meses a fuerza de traspasos.
En diez días, los jugadores rusos han pasado de valer unos pocos millones de euros, en el mejor de los casos, a convertirse en verdaderas fuentes de especulación. El negocio tiene contentos a todos. Incluso a Mutko, que ha pasado de reclamar el despido de Hiddink a proponer su ciudadanía rusa con carácter honorífico. En Rusia todo es voluble y todo se improvisa. El día en que la selección derrotó a Suecia y se clasificó para los cuartos, el equipo se vio buscando un hotel para dormir. La federación no había hecho reservas ni plan de traslados, por si acaso jugaban los cuartos. Hasta hace diez días el fútbol ruso era presa de un extendido sentimiento de fatalismo. Nadie creía en el éxito. Las primas se dejaron para última hora.» [El Pais]
ESGOTARAM-SE AS BANDEIRAS RUSSAS
«La fiebre del fútbol se ha apoderado de Moscú y de toda Rusia. Los telediarios, últimamente, comienzan con noticias relacionadas con el fútbol y los políticos abren sus conversaciones hablando de la recuperación de Rusia no sólo en el plano militar y económico, sino también en el deportivo. Baste decir que el presidente ruso, Dmitri Medvédev, comenzó su conversación con el rey Juan Carlos la semana pasada hablando de la Eurocopa y cada vez que hace una aparición pública saca el tema, como lo hizo nuevamente ayer mismo en su encuentro con escolares.» [El Pais]
TÍTULO 38
- O "Câmara de Comuns" destaca O Jumento como blogue da semana. Obrigado.
- O "Crónica d'Aldeia" passou a constar na lista de ligações d'O Jumento.
- O "Aliás" pescou um artigo de VPV e desancou, aliás, muito bem, na opinião do colunista do Público.
- O "Homem ao mar" gostou da comparação da velha senhora com Luís Filipe Menezes.
- O "Fliscorno" critica a posição d'O Jumento a propósito dos exames. O problema meu caro, é que nós portugueses só nos preocupamos com coisas pequeninas, não lhe vou perguntar se foi a ministra ou algum político que fez o exame. Ou será que os professores deixam-no de o ser ou são-no menos por trabalharem directamente para a ministra? E os sindicalistas que trabalham há vinte anos no sindicato, à custa dos contribuintes, são mesmo professores?
- O "PS Lumiar" gostou do post dedicado ao "populismo queque".
NO "PAPA AÇORDAS"
Faz-se uma perguntinha interessante ao ministro da Agricultura:
«Vamos tratar hoje de uma asneira monumental, que revela bem o calibre dos dirigentes da Drapalg, algo entre o xenófobo e o racista.
Um Engº Tec. Ag., residente em Albufeira, mas há muitos anos colocado na Zona Agrária de Faro, sedeada nas instalações do Patacão, foi transferido, contra a sua vontade, para a unidade de Tavira, sem direito a transporte oficial. Deste modo, o funcionário é obrigado a fazer cerca de 140 Kms (ida e volta) do local de residência para o trabalho em viatura própria.
Simultâneamente, para substituir o funcionário em causa, vêm dois funcionários de Portimão, diáriamente, em viatura OFICIAL...
Saliente-se que o funcionário em causa não é da cor genética (embora sejam ambos de África), nem possuidor de cartão político partídário igual ao do Director.
Sr. Jaime Silva, em que ficamos. Deixa passar mais uma asneira do seu afilhado? Ou faz uma limpeza na drapalg? No fim de tudo, parece que lhe falta, aquilo que temos em abundância na horta!...»
Ficamos à espera da resposta de Jaime Silva.
PAPÁ EXEMPLAR
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