domingo, agosto 02, 2009

Caso encerrado?

Lançadas as insinuações, colhidos os ganhos políticos Louçã decide que o assunto deve ser encerrado e di-lo com a arrogância do costume, é cada vez mais o líder comunista típico de outros tempos. Só que se Louçã pode lançar as acusações isso não lhe confere o direito de encerrar os assuntos, isto não é um tribunal da Santa Inquisição.

Louçã acusou Sócrates de duas coisas bem distintas, acusou-o de convidar Joana Amaral Dias para candidata a deputada e de oferecer-lhe altos cargos no Estado. Louçã foi objectivo ao fazer as duas acusações e ao dirigi-las a Sócrates.

Relativamente ao convite não há nada de criticável, Sócrates é livre de convidar Joana Amaral Dias e esta é livre de dizer não, da mesma forma que Louçã enredou Manuela Alegre num namoro oportunista com bons resultados eleitorais, como se viu, Joana Amaral Dias e Manuel Alegre são crescidinhos e convidar Joana Amaral Dias para candidata a deputada não é propriamente assedio a menores. De qualquer das formas, Louçã mentiu ao dirigir as acusações directamente a Sócrtaes, a própria Joana Amaral Dias já confirmou que não recebeu qualquer convite de Sócrates.

Mas, muito mais grave do que o convite para candidata a deputada foi a acusação de tráfico de influências, Louçã foi muito objectivo e declarou mesmo que Sócrates "Acontece, no entanto, que voltou a convidá-la para cargos de Estado em troca de um eventual apoio, seja a chefiar um instituto público na área da saúde, seja num qualquer lugar de Governo. Isso mostra-nos o desespero em que está o PS" . [Público]

Ora, Joana Amaral Dias confirmou o convite para candidata a deputada mas eu não consegui encontrar nenhuma notícia que dê conta da confirmação do convite para altos cargos. O “Esquerda.net” diz que “Joana Amaral Dias disse à TVI e ao jornal Público que recebeu um convite para integrar as listas do PS em Coimbra ou, em alternativa, dirigir o Instituto da Droga e da Toxicodependência. O PS desdobrou-se em desmentidos e exigiu um pedido de desculpas de Louçã, que acusara Sócrates de "tráfico de influências". O dirigente do Bloco sublinha que "o PS atirou a pedra e agora está a querer esconder a mão, porque está aflito com o assunto".

Só que vou à página da TVI e confirmo o que ouvi no Telejornal, que “Joana Amaral Dias confirma que foi mesmo Paulo Campos, Secretário de Estado das Obras Públicas, a convida-la para integrar a lista do PS às Legislativas.

Sem querer entrar em muitos detalhes, a militante do Bloco afirmou, em declarações à «TVI», que o convite foi feito pelo telefone, mas afirma não entender o facto de Paulo Campos afirmar que apenas teve com ela «contactos pessoais e privados». «Paulo Campos é um pessoa que só vi uma vez na vida», adiantou.” [TVI]. Isto é, nada disse sobre convites para altos cargos.

Se um convite a Joana Amaral Dias para candidata a deputado pelo PS nada tem de grave, o mesmo não se pode dizer da acusação de tráfico de influências. Em todo este processo o único mentiroso foi Francisco Louçã, não ousou em inventar convites para acusar Sócrates de tráfico de influência.

Não admira que queira dar o caso por encerrado.