sábado, agosto 08, 2009

A “sinistra”

A esquerda conservadora tenta a todo o custo identificar o PS como um partido de direita, sempre assim foi mesmo quando o PCP recorria aos votos no PS para falar em maiorias de esquerda, conceito a que só recorre quando o PS não conta com uma maioria absoluta.

Se o PS é de direita sobra à esquerda o BE e o PCP, partidos que querem ser herdeiros de todo o património histórico da esquerda portuguesa. Há ainda algumas correntes de pensamento, como os alegristas e os desavindos do PCP. Os segundos foram excomungados pelo PCP e aos segundo já Louçã sugeriu que não se metam em aventuras partidárias.

E o que é ser de esquerda? É adoptar políticas fáceis que assentam no pressuposto de que os recursos públicos são ilimitados ou podem ser facilmente multiplicados pelas rotativas. É acreditar na falsa ideia de que dividindo o dinheiro dos ricos, dinheiro ocioso que só serve para carros de luxo e festarolas, os pobres ficariam quase ricos. É crer que todos os males que nos acontecem é culpa do modelo económico, ao mesmo tempo que prometem aos portugueses que um dia viveremos tão bem como os mais ricos, sem repararem que vivem no mesmo modelo económico.

A esquerda descobriu o pior dos populismos, um populismo assente na mistura entre demagogia e ignorância popular. Estão a vender a ideia de que Portugal pode proporcionar aos portugueses o mesmo nível de vida dos europeus mais ricos, bastando para isso o recurso a políticas redistributivas assentes em políticas fiscais Quem não concorda com este projecto é expulso da esquerda.

Para conseguirem os seus intentos não hesitam em apoiar a candidatura de Manuela ferreira Leite, já que não conseguem governar então que se destrua todo e qualquer projecto à esquerda.
Esta estratégia da esquerda conservadora vai ter como consequência a destruição da esquerda e a eternização da direita no poder. Em primeiro lugar porque a esquerda conservadora nunca conseguirá governar, já teve a oportunidade de o fazer mais ou menos com os mesmos votos de agora e ia levando o país à guerra civil, tal só não sucedeu porque a ex-URSS não ousou ir mais longe num país membro da NATO. Em segundo lugar, porque os portugueses nunca darão uma maioria à demagogia e ao populismo. Em terceiro lugar, porque o ódio entre o PCP e o BE é tão grande como aquele que existe entre estes dois partidos e o PS.

A esquerda conservadora até poderá ajudar o PS a sair do governo, mas não conseguirá mais do que levar a direita ao poder, uma vitória de Pirro.

Esta esquerda conservadora é sinistra, é esta a palavra para esquerda em italiano e no caso português a tradução é directa.