Das três propostas a mais tentadora para os eleitores são as apresentadas pelo PCP e pelo BE, em especial a segunda. Embora assentes num modelo social e político muito semelhante a do PCP peca pela coerência, sabe-se o que o partido de Jerónimo de Sousa pretende em todos os domínios da sociedade. A proposta de Louçã é bem mais tentadora, parece aos olhos dos eleitores como uma montra de gelados deliciosos.
Na proposta do PP há dinheiro para quase tudo, na do BE há dinheiro para tudo e ainda sobra. Chovem subsídios para todos os fins e basta combater a evasão fiscal para se arranjar dinheiro para tudo. Acaba-se a pobreza, aumenta-se o preço do pescado, empregam-se todos os professores e jovens licenciados, dão-se benefícios fiscais para todas as maleitas, reduzem-se as taxas de juro à habitação para níveis simbólicos, proíbem-se os despedimentos nas empresas com lucros. Quem se sujeita a uma cirurgia se pode resolver o problema no endireita, dá-se um puxão daqui, outro dali e o doente vai a saltar para casa.
A alternativa da direita é uma versão pretensamente séria da proposta de Louçã, onde o país tem problemas o PSD encontra soluções e o CDS não tem ideias mas está lá para ajudar Ferreira Leite se esta chegar a São Bento. O que pensa Manuela Ferreira Leite? Eu duvido que ela pense muito, nunca tive a sua inteligência em grande conta e tanto quanto se sabe terá sido uma razoável directora-geral da Contabilidade Pública.
O projecto de Sócrates é uma seca, combater o desemprego sem a genialidade de Louçã, assegurar o crescimento económico sem as propostas de ferreira Leite e resolver o problema das pesca sem as ideias de Portas torna tudo difícil. Com Sócrates o doente não vai ao endireita nem se cura com acupunctura, tem mesmo de ir à faca e isso é coisa de que ninguém gosta.
O mais curioso é que os que julgam que vão ao endireita de Louçã vão acabar por ter uma desilusão, acabarão no consultório da dra. Ferreira Leite onde em vez de agulhinhas vão acabar por ser operados, muito provavelmente sem anestesia.