FOTO JUMENTO
Libelinha
JUMENTO DO DIA
António Martins, sindicalista dos juízes
Se há mês em que não esperamos ouvir um juiz é o mês de Agosto, depois de as férias judiciais deixarem de ser equivalentes às antigas férias grandes escolares seria de esperar que a não ser os juízes que estão prestando serviços mínimos, os ilustres magistrados estivessem tranquilamente a banhos.
Mas o sindicalista António Martins deu o melhor argumento contra as férias judiciais ao aparecer a meio do mês com um comunicado idiota onde se pretende beliscar o governo. Digamos que com as eleições em Setembro o dr. Martins considerou que deveria ficar em Lisboa a prestar os seus serviços mínimos na política, juntando a sua voz às dos que nos quiseram distrair dos indicadores económicos.
AVES DE LISBOA
Chapim-real [Parus major]
Local: Quinta das Conchas
FLORES DE LISBOA
MESMO NOS JOGOS DE HITLER NADA FOI A PRETO E BRANCO
«Hitler já tinha saído quando Jesse Owens subiu ao pódio. O comité olímpico avisara o líder nazi de que ou cumprimentava todos os campeões ou nenhum. E o ditador do bigodinho preferiu não arriscar. Afinal a equipa americana estava cheia de negros e, como se viu, só Owens ganhou quatro medalhas de ouro. Mas nesses Jogos de 1936, numa Alemanha já rendida à suástica, houve muitos que se entusiasmaram com a velocidade do neto de escravos. Um estádio a abarrotar gritou por Owens, com os alemães a ignorarem a ausência de Hitler e a renderem-se ao fenómeno que foi acumulando as medalhas dos 100 metros, dos 200, dos 400 e do salto em comprimento. Até os adversários perceberam estar perante um atleta excepcional. No salto, Luz Long e Jesse Owens conversaram durante todo o tempo. E quando ficou decidido que o alemão ficaria com a prata, os dois saíram da pista juntos, o braço de Long por cima dos ombros do vencedor. A amizade entre o negro do Alabama e o ariano louro durou até Long morrer em combate em 1943. E será relembrada sábado em Berlim, numa cerimónia durante os mundiais de atletismo. Estará presente a neta de Owens, Marlene Dortch, e o filho de Long, Kai.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Leonídio Paulo Ferreira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
LINHA DIVISÓRIA
«Carlos Jalali, em Partidos e Democracia em Portugal, explica como, na sequência do 25 de Novembro, a escolha de regime (revolução ou democracia liberal) foi crucial na constituição do sistema partidário tal como o conhecemos...
Carlos Jalali, em Partidos e Democracia em Portugal, explica como, na sequência do 25 de Novembro, a escolha de regime (revolução ou democracia liberal) foi crucial na constituição do sistema partidário tal como o conhecemos, com a linha divisória entre a esquerda e a direita estabelecendo-se mais entre o Partido Socialista e os partidos à sua esquerda, do que entre o PS e o Partido Social Democrata, e com uma diferenciação insuficiente entre estes dois, criando um eleitorado centrista preocupado com questões políticas de curto prazo. Fenómeno PRD à parte, este sistema só seria abalado com o surgimento do Bloco de Esquerda que, nos seus primeiros anos ocupou o espaço da afirmação de valores que recusavam simultaneamente o centrismo e a ortodoxia comunista. Outras afirmações de valores progressistas e de fuga ao centro surgiram mais recentemente, quer dentro do PS (veja-se Manuel Alegre), quer em movimentos de cidadãos (em torno de Helena Roseta, por exemplo). Mas fica-se com a sensação, hoje, de que estes desenvolvimentos foram engolidos pelo vortex do sistema partidário "novembrista", resumindo-se a lutas de facção dentro do PS ou, no Bloco, ao triunfo do populismo, da recusa do exercício do poder e à marginalização do contributo da componente mais moderada (e a que pertenci), a Política XXI. É certo que tudo isto se passou ao mesmo tempo que os partidos socialistas e social-democratas cediam quer às ilusões da "terceira via", quer ao ‘bulldozer' neo-liberal.
Mas neste momento histórico de crise do neo-liberalismo, de ressurgimento de uma política dos valores progressistas (de que Obama é um sinal) ou, aqui em casa, do regresso do cavaquismo via Ferreira Leite, é necessário empurrar a linha divisória esquerda-direita para o espaço entre PSD e PS. O potencial está lá: o programa do PS reflecte valores progressistas e é justamente o carácter ‘catch all' do PS que obriga a que seja nele, no seu espaço eleitoral, que se reforcem políticas e retóricas progressistas. Felizmente o PSD ajuda: não conseguindo melhor do que ressuscitar a antiga ministra cavaquista da educação e das finanças, define-se à direita da linha divisória. Trinta e tal anos (!) depois do 25 de Novembro não me interessa (e muito menos às gerações jovens) saber se a escolha é entre revolução ou democracia liberal, mas sim entre fazer ou não reformas com base em valores progressistas: que permitam que mais gente viva melhor, com mais igualdade de oportunidades, mais direitos, liberdade e cosmopolitismo. Tudo o que o cavaquismo não quer prometer, tudo o que o populismo não pode fazer.» [Diário Económico]
Parecer:
Por Miguel Vale de Almeida.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
JERÓNIMO DE SOUSA CRITICOU O PSD
«O líder do PCP aconselhou ontem, em Sines, o vice-presidente do PSD, Aguiar Branco, a “reflectir sobre o que é que o separa do PS”, após este ter acusado o Governo de ter uma visão “sovietizada” da sociedade. “Esse adjectivo recai sobre PSD, porque a diferença não é muita”, apontou» [Correio da Manhã]
Parecer:
Terá bebido um copito a mais?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao líder do PCP o que bebeu durante o repasto, isto de comício do PCP sem comes e bebes não é comício, não é nada.»
JUÍZES NÃO TIVERAM FÉRIAS?
«A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) diz que o plano de contingência de prevenção da Gripe A para os tribunais portugueses ainda não saiu do papel. O presidente do sindicato, António Martins, queixou-se ao DN que o material necessário ainda não foi distribuído aos tribunais.
O plano foi pedido pela própria ASJP, em meados de Julho, numa nota em que se pedia urgência. "Achamos oportuno pedir ao Ministério da Justiça que elabore um plano de contingência, o mais rapidamente possível, à semelhança do já anunciado para os estabelecimentos prisionais", explicava o comunicado da direcção nacional da ASJP, a que o DN teve acesso.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Parece que para trabalhar defendem férias judiciais, mas para fazerem política já emitem comunicados críticos em Agosto!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao sindicalista do órgão de soberania se não levou a família para férias.»
MANUEL ALEGRE TAMBÉM CRITICA FERRO RODRIGUES
«Não foi apenas a direcção do PS que ficou desagradada com a entrevista de Ferro Rodrigues ao Expresso em que o ex-líder socialista sugeriu, caso o seu partido vença sem maioria absoluta, uma eventual reedição do "bloco central" (aliança de governo entre o PS e o PSD). Manuel Alegre também leu e também não gostou.
O agora quase ex-deputado começou por desvalorizar ao DN o facto de Ferro Rodrigues ter considerado que, antes de ponderar uma aliança com o PSD, o PS devia, caso vença as legislativas sem maioria absoluta, tentar primeiro um entendimento com o PCP e o Bloco de Esquerda (ver, ao lado, Ferro dixit).» [Diário de Notícias]
Parecer:
Pudera, uma aliança com o PSD seria um nó cego para a sua candidatura presidencial, só é pena que Alegre tenha ajudado tanto o Bloco de Esquerda.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Os brancos que se entendam...»
O ALBERTO APROVA A LIMPEZA FEITA PELA MANUELA
«Alberto João Jardim, farto das guerras internas no PSD nacional, colocou ontem os pontos nos is ao explicar, "pela primeira vez", as verdadeiras razões que levaram Manuela Ferreira Leite a "fazer uma limpeza" nas listas de candidatos às eleições legislativas de 27 de Setembro.
Sem papas na língua, e porque "até agora nenhuma alminha de Deus teve a coragem de o fazer publicamente", o líder madeirense resolveu quebrar o silêncio. Ou seja, "a dra. Ferreira Leite limpou todos os indivíduos que estavam ligados a sociedades secretas", em nome da "transparência do partido", uma decisão que Jardim apoia plenamente. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Compreende-se, nunca Ferreira Leite nunca se pareceu tanto com o Idi Amin como agora.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a devida gargalhada.»
16.9 FILMS