Um bom exemplo disso é Vila Real de Santo António onde nos últimos anos um autarca descobriu a fórmula de sucesso, conquista o coração dos idosos aproveitando-se das fragilidades do SNS para levar meia dúzia de velhotes a operar as cataratas a Cuba. É evidente que muitos outros que têm problemas ficaram de fora desta generosidade, dava menos nas vistas. Mais beneficiado do que os velhotes foi Santana Lopes que recebeu um suplemento de rendimento a título de assessoria jurídica à autarquia.
Graças a esta manobra o autarca ficou famoso, mas isso foi pouco para convencer os munícipes de que o seu município podia ficar famoso, vai daí investe 700.000 euros na discoteca da astróloga Maia, para não referir o que terá pago ao José Castelo Branco para ser rei do Carnaval, bem como outras iniciativas para alegrar o povo.
Não está em causa se o autarca é do partido A ou do partido B, o que está em causa é que com obras de fachada, iniciativas populistas e falsas notoriedades Vila Real de Santo António não passa da cepa torta, não estimula a fixação de empresas, não estimula iniciativas empresariais, não fixa os jovens mais qualificados que são obrigados a partir.
Esta não é uma realidade exclusiva de Vila Real de Santo António ou de autarquias geridas pelo PSD, é o resultado de décadas de populismo que deram lugar a uma nova estirpe de autarcas que governam para conquistar votos e sabem que os votos fáceis, dos velhotes, dos cidadãos com menos culturas e dos estratos mais frágeis da sociedade são os mais fáceis de conquistar, basta umas obras de fachada, alguma caridade e muitas festas.
A curto prazo até ficamos com a impressão de dinamismo, a longo prazo compromete-se o desenvolvimento económico, marginaliza-se o concelho do investimento tecnológico, compromete-se a criação de riqueza e promove-se a pobreza.