Se o estado do país fosse aquele que o governo do PS encontrou Manuela Ferreira Leite não poderia fazer propostas de reduções de impostas, mesmo que se saiba que não são para cumprir. Com um défice de 6%, uma economia desorientada e os portugueses entretids a fazerem anedotas sobre Santana em vez de pensarem no país, Ferreira Leite estaria a prometer o reequilíbrio das contas públicas e dizendo com aquele ar de Margaret Teacher da Marmeleira que não haviam condições para reduzir impostos.
Se Ferreira Leite pode dispensar receitas fiscais acabando com o pagamento especial por conta, reduzir impostos e retardar a cobrança do IVA isso só é possível porque as contas públicas estão mais equilibradas do que tem dito e, mais ainda, mais transparentes do que tem insinuado.
Se a Segurança Social estivesse no Estado em que o seu governo a deixou, se em vez de tranquilidade os portugueses estivessem aterrorizados com o risco de falência do sistema como estavam nos tempos em que Ferreira Leite era ministra das Finanças, o PSD nunca poderia falar agora na sua privatização, esse passo não seria viável numa situação de falência técnica do sistema.
Se o sistema de segurança social estivesse quase falido como sucedia no passado recente como poderia agora o programa do PSD prometer a redução da taxa social única?
Estas são as grandes medidas propostas pelo programa do PSD, o resto são banalidades ideológicas ou promessas de circunstância. No essencial o programa do PSD é o maior elogio que Sócrates recebeu desde que tomou posse como primeiro-ministro.