quinta-feira, agosto 13, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTOS DE FÉRIAS NA PRAIA DO CABEÇO

Gaivotas-argêntea [Larus michahellis] nas salinas do Sapal de Castro Marim e VRSA

FOTO JUMENTO

Cais palafítico da Carraqueira, Alcácer do Sal

IMAGEM DO DIA

[Adrees Latif/Reuters]

«A handicapped man waited for aid on a Kabul, Afghanistan, street Wednesday. » [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Manuel Salgado, vice-presidente da CML

Só um idiota poderia justificar a colocação da bandeira monárquica nos Paços do Concelho com a insegurança no centro da cidade, com esta justificação só tentou atirar as culpas para a esquadra da PSD que fica nas imediações da CML, o que revela alguma cobardia.

É evidente que os edifícios públicos que têm uma bandeira hasteada não podem contar com pelotões armados até aos dentes só para evitar que um qualquer betinho suba à fachada e troque as bandeiras. Também não é hábito colocar alarmes no exterior dos edifícios ou nas bandeiras.

Manuel Salgado deu uma esculpa hilariante para um incidente menor.

ALGUÉM MUDOU A LEI PENAL?

No ano passado, mais ou menos por esta altura, o país foi posto a ferro e fogo pelos criminosos, o país assistiu a uma vaga de assaltos nunca vista, os criminosos era presos pelos polícias e generosamente libertados. A culpa era, diziam os magistrados do Ministério Público, do ministro da Justiça que tinha alterado a lei penal de tal foram que era quase impossível manter um criminoso preso. O país assistiu incrédulo á libertação de criminosos que na véspera tinha sido apanhados a cometer crimes graves, os criminosos andaram em roda solta.

Este ano nada disso sucedeu, porquê? A acreditar nos argumentos então defendidos pelos magistrados do Ministério Público, com os seus sindicalistas à cabeça, apontavam a culpa para o ministro da Justiça, a vaga de crimes foi usada pelos magistrados para se oporem à reforma da lei penal.

Se o país voltou à normalidade ou a lei voltou a ser alterada ou a culpa do que se passou não foi da reforma. Como a lei não sofreu alterações a conclusão é óbvia. Assim, os magistrados do Ministério Público devem assumir as responsabilidade por aquilo a que o país assistiu, pela morte de portugueses, pelos roubos e pela violência exercida por muitos portugueses cometida por criminosos que ajudaram a manter em liberdade.

Só que os senhores sindicalistas do Ministério Público ou são cobardes ou estão de férias, andam calados que nem uns ratos.

AVES DE LISBOA

Juvenil de verdilhão [Carduelis chloris]

FLORES DE LISBOA

No Jardim da Estrela

UMA HISTÓRIA SIMPLES

«Desço a Ajuda até à Madragoa. É sábado, vou dançar à Guilherme Cossoul, calhou desta vez. Não há atenuações nem imposições: são os rituais. Cabelo com popa, brilhantina a preceito, camisa da tabela, sapato de tacão alto, calça afiambrada. Vou para o baile. Ainda não sei, mas vou saber que, mais do que ir para o baile, vou arranjar um amigo para toda a vida. Foi amizade à primeira vista, com o Raul Solnado. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Baptista Bastos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

O ACTIVO DOMINANTE

«Na vida, todas as decisões são tomadas em contexto de incerteza. São por isso comparáveis a investimentos.

Envolvem uma expectativa sobre o futuro, que por definição é probabilística. As decisões comportam riscos, e a informação, reflectida nas expectativas, é a melhor arma para os reduzir.

Na política, os tempos que vivemos não são menos turbulentos que nos mercados financeiros. Os ventos que sopram, trazendo demagogias de muitos lados, dificultam o acesso à informação credível; mas eliminado o ruído, ela existe.

A informação mostra-nos um Governo reformista que ousou enfrentar algumas das corporações mais poderosas da nossa sociedade: criou a rede de cuidados continuados, venceu resistências hospitalares, mas aumentou a capacidade de atendimento do SNS e a qualidade de vida dos convalescentes. Generalizou a avaliação na administração pública; desburocratizou serviços; vocacionou o ensino superior para as competências de que as empresas precisam, ao integrar o pelotão da frente de Bolonha; combateu a iliteracia informática e expandiu a rede de banda larga; e ainda reintroduziu o ensino técnico profissional.

Um Governo que é também um factor de redução de risco porque soube atravessar a maior crise financeira das nossas vidas com coragem para decidir, sem manual de instruções: aumentou fundos de garantia; preveniu o risco sistémico, no caso do BPN, disponibilizando liquidez aos bancos. As decisões tomadas no turbilhão da crise são hoje internacionalmente louvadas.

Reduzir o risco é também apostar num Executivo que olha o futuro com uma estratégia de sustentabilidade. A aposta nas energias renováveis é e será o caminho para o equilíbrio externo de um país em que mais de 50% das importações são de combustíveis. E onde a produção interna de torres eólicas e aerogeradores permite já exportar. Liderar nas renováveis é estar à frente num sector de alta rentabilidade, e gerador de emprego qualificado.

Sabemos bem que investir correctamente envolve sempre alguma alavancagem. Temos a perspectiva de que os ganhos futuros, tangíveis e intangíveis, paguem o que devemos e produzam um excedente. Investir é incompatível com políticas orientadas para um passivo anual nulo. Estas não têm potencial de crescimento, redução do desemprego, ou do défice externo. Perpetuam modelos sociais e tecidos produtivos ultrapassados.

No mercado político, o PS é um activo dominante: de risco baixo, com um panfleto informativo detalhado, e com retorno elevado. Outros produtos terão outras características. Mas, em geral, não é neste tipo de activo que procuramos investir?» [Diário Económico]

Parecer:

Por Carlos Santos, autor do http://simplex.blogs.sapo.pt/, um ‘blog' feito por apoiantes do Partido Socialista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MONÁRQUICOS PRESTAM VASSALAGEM À REPÚBLICA

«Uma coisa é certa: para haver um escândalo em Agosto tem de ser protagonizado por esquerdistas, pobres ou minorias étnicas. Se for uma acção de meninos-bem ninguém lhes teme as razões de queixa - que não têm - nem lhes pressente mais ameaça do que a de, na altura certa, os papás lhes arranjarem os melhores empregos. E por isso o país opinativo respira fundo e declara que uma palermice não passa de uma palermice.

Estamos assim livres para comentar com tranquilidade os "guerrilheiros simbólicos" que hastearam uma bandeira monárquica na Câmara de Lisboa. Por mim, dou-lhes nota alta no capítulo da "guerrilha" - subir por um escadote e filmar a cena toda - e nota medíocre no capítulo do "simbólico" - que supostamente deveria ser o ponto crucial da coisa.

Vejamos: temos desde logo um desrespeito pela regra da equivalência hierárquica. Não foi uma bandeira nacional que os "guerrilheiros" roubaram para substituir por uma bandeira monárquica. Eles próprios se subalternizaram roubando antes a bandeira da cidade. Uma bela bandeira, a alvi-negra lisboeta, mas uma bandeira de um município e não de um Estado soberano. Um guerrilheiro simbólico deveria ter um sentido apurado destas coisas.

Mas há mais. Que fizeram então os nossos guerrilheiros? Subiram à varanda da Câmara Municipal de Lisboa para uma proclamação política, ou seja, aquilo que foi feito a 5 de Outubro de 1910. Estamos, talvez pela primeira vez, perante uma geração de monárquicos já destituída de qualquer cultura monárquica. Para eles, um acto político significa fazer as coisas como os republicanos fizeram. Aculturados que estão pela República, não têm já narrativa ou ritual próprios. Ao recriarem em traços largos a proclamação da República, reconhecem implicitamente que a narrativa republicana é, afinal, a história mais sedutora e interessante de que se lembram. Ao subir à varanda da Câmara Municipal de Lisboa, estes monárquicos acabaram prestando vassalagem ao simbolismo da República.

Resta assim a bandeira. Mas já lá vamos.

É pouco notado que o povo português é provavelmente dos mais republicanos na sua atitude. Os portugueses não têm qualquer interesse por dinastias políticas nacionais - ao contrário dos republicaníssimos EUA - nem pelo fausto presidencial - ao contrário da republicaníssima França. Não era costume dizer-se que Mário Soares era um "rei republicano"? Sim, é verdade que o povo tinha uma excelente relação com o Presidente Soares. Mas a história dessa mesma relação se encarregou de refutar a tese do "rei republicano": não só uma "dinastia Soares" nunca foi bem aceite como a terceira candidatura do ex-Presidente foi recusada sob o argumento bem republicano de que "já lá esteve e deve dar lugar a outros". QED.

Agora a bandeira. Muitos republicanos admitem que a bandeira monárquica é mais bonita do que a republicana, e por uma razão simples: é verdade. O azul-e-branco é menos cacofónico do que o verde-e-vermelho, embora se destaque pouco contra o céu, o que é um problema para uma bandeira. Mas são cores que evocam o mar e fazem lembrar uma casa alentejana acabada de caiar. Também a bandeira da Presidência - semelhante à da República mas apenas verde sem vermelho - é uma bandeira muito bonita. Admiti-lo não é um sacrilégio. Por mim, poderíamos até passar o Verão de 2010 a discutir possíveis novos desenhos para a bandeira. Com civismo e espírito democrático. À boa maneira republicana.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

FILHO DE PEIXE...

«O filho de um procurador do Ministério Público (MP) e de uma juíza foi ontem de madrugada surpreendido pela PSP a conduzir em contramão numa rotunda da Estrada da Ponta da Piedade, em Lagos. Acusou 1,5 gr./l de álcool no sangue, três vezes mais do que é permitido por lei, e foi detido. Levado à esquadra, viu os pais chegarem pouco tempo depois e foi libertado – com notificação para ir a tribunal horas depois. Só que o jovem condutor, de 24 anos, chegou atrasado à audiência. As testemunhas do seu crime, polícias, já tinham sido dispensadas por um procurador do MP, colega do pai.

No carro, um Citroën, seguiam mais dois amigos do infractor, um deles filho de um ex-secretário de Estado do Ordenamento do Território, José Mário Ferreira de Almeida. O filho do antigo político, que fez parte do último Governo PSD, apresentou queixa contra agentes da PSP que participaram na ocorrência por abuso de autoridade. » [Correio da Manhã]

Parecer:

No fim disto tudo quem se vai lixar são os polícias...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se ao ex-secretário de Estado do PSD que tenha vergonha na cara e mande o filho retirar a queixa por ter tratado o betinho bêbado como qualquer outro infractor.»

AUTARCA DESAJEITADO

«Manuel Salgado, responsável pelo executivo municipal devido às férias do presidente António Costa, disse hoje à Lusa que a substituição da bandeira municipal pela bandeira monárquica nos Paços do Concelho - por um grupo de pró-monárquicos que subiu à varanda por um escadote - constituiu uma "demonstração da insegurança" do centro da cidade e lembrou que existe uma esquadra a 50 metros da Câmara.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Para quê haver oposição?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Manuel Salgado que tire um curso acelerado de político.»

PGR OBRIGA MINISTÉRIO DA SAÚDE A DENUNCIAR

«O procurador-geral da República deixou ontem claro que o Ministério da Saúde tem de denunciar os casos de propagação intencional de gripe A (H1N1) que chegam ao seu conhecimento. Depois de a ministra Ana Jorge ter dito ontem que não cabe à tutela, nem à ministra, participar as tentativas de contágio com gripe A ao Ministério Público, a Procuradoria-Geral da República avisou que "todos os que exercem funções públicas estão obrigados por lei a denunciar factos de que tenham conhecimento relacionados com a propagação de doença contagiosa", um crime público. » [Diário de Notícias]

Parecer:

É evidente que a PGR.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à ministra da Saúde se consultou os seus juristas antes de tomar posição.»

MONIZ DIZ QUE GOVERNO É COMPLICADO

«O deputado social-democrata Luís Campos Ferreira afirmou ontem ao DN que "José Eduardo Moniz vem destapar de uma forma clara e transparente o que toda a gente desconfiava, que o Governo tinha o vício de interferir onde não devia". Esta reacção surge na sequência da entrevista ontem publicada pelo 24 Horas na qual o ex-director geral da TVI afirma que, "indiscutivelmente, este Governo é, de todos aqueles com que eu tive de lidar ao longo de onze anos, o mais complicado de todos".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Isto é uma forma cobarde de fazer insinuações pois Moniz não diz objectivamente o que pretende. O ex-director da TVI está esquecido de quando mandou o Marcelo embora por encomenda do governo de então, na ocasião nada disse, talvez porque ninguém criticou a sua "bela" esposa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Moniz que faça acusações objectivas em vez de recorrer a truques cobardes de linguagem para lançar insinuações.»

AUMENTA O CONSUMO DE GASPACHO

«Com a temperatura máxima a aproximar-se dos 40 graus centígrados em boa parte do Alentejo, os restaurantes não têm mãos a medir para servir o tradicional gaspacho. "Vende-se tudo, esgota sempre", contou ao DN José Bacalhau, proprietário do restaurante O Templo, localizado no centro histórico de Évora, acrescentando que no Verão as pessoas chegam a pedir gaspacho "por encomenda".

Esta sopa fria, onde pontificam o pão, o tomate e o azeite, acompanhada por pequenos pedaços de presunto ou por carapaus fritos, para além de refrescante tem outra característica que a torna bastante popular por estes dias: "E um prato contra o calor e contra a crise pois é fresco e barato", refere José Bacalhau, garantindo que "nem os turistas espanhóis resistem ao tempero do alentejano".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Vá lá, não é por culpa de Sócrates e da crise, a culpa é do calor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se o consumo desta iguaria do sul.»

RENOVAÇÃO NO PSD FOI UM EMBUSTE

«Professor catedrático e pró-reitor da Universidade do Minho escreveu uma carta aberta à líder do PSD afirmando que as listas para as legislativas são "golpes terríveis na democracia".

Luís Filipe Lobo-Fernandes, que em carta aberta à líder do partido intitulada "O grau zero da política" anuncia a sua desfiliação do PSD, lamenta que Ferreira Leite tenha "imposto" a inclusão nas listas de Helena Lopes da Costa e António Preto, "presentemente arguidos em processos judiciais".

"Ora isto são golpes terríveis na democracia. Alguma 'esperança' que V.Exa aparentava protagonizar morreu na primeira curva. Afigura-se-me, ademais, que se perdeu todo o pudor e todo o respeito pelos cidadãos. Como militante do PSD (...) só posso concluir que a renovação de que a Senhora Drª Manuela Ferreira Leite fala assume foros de embuste", afirma este professor de ciência política. » [Jornal de Notícias]

Parecer:

Há muitos que estão calados à espera das próximas eleições.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelas eleições legislativas.»

MIKEL ARRIZABALAGA

VOLKSWAGEN