terça-feira, agosto 25, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Dinossauros (eu consigo contar 4) na Lourinhã [imagem de A.C.]

IMAGEM DO DIA

[Mukesh Gupta/Reuters]

«A Muslim man looked at himself in a mirror during the holy month of Ramadan in Jammu, India, Sunday. Muslims around the world abstain from eating, drinking and other practices from sunrise to sunset.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Cavaco Silva

O esposo da Dona Maria decidiu vetar mais um diploma aprovado pela maioria dos deputados, desta vez a alteração da lei das uniões de facto, alteração que não sendo significativa conferia um mínimo de direitos aos que não casando, por opção ou por impedimento legal, optam por "juntar os trapinhos".

Mas Cavaco esquece o sentimento dos portugueses e condiciona as leis da República às suas convicções pessoais, impedindo que os portugueses vivam numa sociedade que não seja a de um conservador fortemente influenciado pelas suas convicções religiosas.

Um dia destes os portugueses vão perceber que o esposo da Dona Maria é um mau Presidente da República, mais empenhado no seu projecto de poder pessoal e na imposição das suas convicções retrógradas do que no desenvolvimento e progresso social e cultural do país.

AVES DE LISBOA

Andorinha-das-chaminés [Hirundo rustica]

FLORES DE LISBOA

No jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

PÁTRIA DO BOM 'WHISKY' RENASCE E DÁ AJUDA À FESTA DE KADHAKI

«Al-Megrahi está doente. Um cancro na próstata faz este homem de 57 parecer ter mais de 70, mesmo quando fotografado rodeado pela família na casa que Kadhafi mandou construir. A decisão de o deixar sair da Escócia foi política, mas com base judicial. Três meses de esperança de vida dão direito pela lei escocesa a uma libertação. Londres, pela voz do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou que nada podia fazer para contrariar a decisão de Salmond e do seu secretário da Justiça, Kenny MacAskill. Mas mandou uma carta a Kadhafi a pedir que não houvesse festejos, o que foi contornado pela espontaneidade popular, como se bandeiras azuis e brancas escocesas fossem fáceis de comprar em África. Al-Megrahi sofrerá "uma sentença de um poder superior" como disse teatralmente MacAskill. Mas tirando as famílias das vítimas, indignadas, todos ficaram a ganhar. Kadhafi surge mais popular do que nunca quando celebra 40 anos no poder. O Reino Unido, atribuindo as responsabilidades à Escócia, pode continuar os seus negócios na Líbia, com a BP na linha da frente. E a Escócia, cujo nacionalismo se limitava ao desporto e a Sean Connery, mostrou finalmente que tirava partido das reformas de Blair. Ah! Não esquecer que Blair é escocês. E Brown também. » [Diário Económico]

Parecer:

Por Leonídeo Paulo Ferreira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CULTIVOS

«Portugal teve sempre uma relação difícil com a cultura: nunca foi encarada enquanto factor de desenvolvimento humano e económico.

Nesse sentido o nosso atraso cultural atravessou todo o século XX sem grandes alterações, independentemente do regime. Mesmo depois do 25 de Abril, apenas sob a tutela de Carrilho/Viera Nery houve uma política cultural integrada, na qual foram lançadas uma série de pontes para o futuro, imediatamente arrasadas pelo governo PSD/PP. Esta aversão cultural, instalada também na classe política, parte de dois pressupostos inválidos:

1) A cultura é vista como um sector subsídio-dependente e, no entender de alguma direita, parasitário. Ora, o que não falta em nosso redor são sectores que por uma razão ou por outra são sistematicamente apoiados pelo Estado: a agricultura, as pescas, o investimento estrangeiro; e, na presente crise, até a banca. É necessário investir para colher frutos, e se há actividades culturais que não podiam subsistir sem apoio estatal, outras apenas precisam de um estímulo inicial para se autonomizarem. Nesse sentido, não dispondo de dados relativos à economia portuguesa, refiro o caso do Brasil, onde a cultura representa directamente 1% do PIB, e indirectamente 3%.

2) Uma das razões apontadas para o nosso atraso estrutural, para a nossa pouca produtividade, é a falta de qualificação dos portugueses, relativamente a outros países europeus. A questão é que nesses países com maiores competências formais há em medida igual ou superior um maior nível cultural. Ou seja, educação e cultura parecem ter uma relação, que a meu ver funciona de forma recíproca. Entendo que a cultura, para além de muitas outras coisas, desperta em nós o gosto pelo conhecimento, e é muito mais fácil ensinar quem tem apetência por aprender; apetência essa que não se esgota no ensino formal instituído. Ao não entender isto cai-se no erro de não considerar a cultura como factor económico, isto é, não ver em cidadãos mais cultos trabalhadores mais produtivos e eficientes, mais abertos à inovação e à mudança.

José Sócrates reconheceu que o Governo falhou nesta área, e encara-a como uma das prioridades para o próximo mandato. Reuniu com agentes culturais e definiu um programa com uma série de pontos que me parecem positivos, nomeadamente no apoio à criação. Creio que se José Sócrates puser neste sector parte do empenho que dedicou ao Plano Tecnológico podemos ter mudanças significativas. Já do lado do PSD, o outro partido que pode liderar um futuro governo, não se ouve nada: nem críticas, nem propostas. E eu, como Sophia, grito contra o silêncio.» [Diário Económico]

Parecer:

Por Rui Herbon, Autor do http://www.simplex.blogs.sapo.pt/, um ‘blog' feito por apoiantes do Partido Socialista.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.

PROPAGANDA

«O abandono e o insucesso escolar diminuíram para cerca de metade no ano lectivo de 2008/2009, em relação a 1996/97, assim como aumentou o número de alunos matriculados em igual período . Os dados provisórios foram apresentados esta manhã pelo Primeiro Ministro José Sócrates e a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, na Escola Secundária D. Dinis, em Chelas, Lisboa.

De acordo com os resultados escolares relativos ao ano lectivo de 2008/2009, a evolução do número de alunos matriculados no 9º ano no ensino público e privado registou uma taxa de evolução de 36 por cento nos últimos quatro anos, passando para 139.972 alunos matriculados no passado ano lectivo. O ano com resultados mais críticos foi o de 2004/2005 com 102.955 alunos inscritos.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Todas as boas notícias são propaganda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Mário Nogueira.»

E VÃO 12!

«Cavaco Silva não contesta “a eventual necessidade de se proceder a um aperfeiçoamento do regime jurídico das uniões de facto”, mas decidiu vetar o projecto de lei da Assembleia da República porque este transforma “a união de facto num ‘para-casamento’, num ‘proto-casamento’ ou num ‘casamento de segunda ordem’”. Para o Presidente da República é inoportuno “proceder a uma alteração de fundo deste alcance no actual momento de final da legislatura”, sem que tenha havido “um debate aprofundado” sobre uma matéria “naturalmente geradora de controvérsia”.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O Jeep do marido da Dona Maria ficou mais leve.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao marido da Dona Maria que vete os restantes e volte de férias num FIAT 600.»

AGRADECIMENTO

Ainda que com atraso aqui fica o agradecimento ao "Mas Porquê?" pelo prémio atribuído no passado dia 17.

CHARLES E. NEVOLS

NCSOFT