sábado, agosto 15, 2009

Optimismo e oportunismo económico

Desde que me conheço que os governantes são optimistas e os que estão na oposição são depreimentes, os primeiros encontram sempre sinais de retoma, aos segundos não faltam argumentos para desconfiarem. Pior do que os políticos da oposição só mesmo os comerciantes, a esses ouço há decadas que este ano foi pior do que o anterior. Aqui no Algarve é essa a regra, se acreditasse neles há muito que as prais estariam desertas.

Com os problemas económicos que Portugal tem não é fácil encontrar razões para pessimismo, se a economia cresce o desemprego aumenta, se uma empresa nasce outras dez fecham. Mesmo que tudo esteja a correr às mil maravilhas haverá uma grande parte dos portugueses que nada ou quase nada ganham com o progresso.

A queda da economia foi tão grande que mais tarde ou mais cedo recuperará, nunca foi tão fácil prever a recuperação económica, é apenas uma questão de tempo. Só que há um pequeno problema, as eleições.

Incapaz de fazer mais do que promover ou apoiar acções de rua, a oposição viu na crise financeira a oportunidade de ter um discurso aparentemente coerente, já que não sabe o que propor ocupa-se a culpar o governo de todas as consequências da crise. Todavia, essa estratégia política, que levou Manuela Ferreira Leite a recorrer ao Photoshop para adiar a velhice, pode sair-lhes cara se a economia decidir fazer-lhes uma surpresa, se houverem sinais de recuperação económica ficarão sem argumentos.

Não admira que todos procurem os indicadores que mais lhe convém, até Ferreira Leite a quem como ministra das Finanças bastava uma vaca dar o seu contributo gasoso para aumentar os gases de efeito estufa para descobrir mais um sinal de retoma, agora só encontra sinais de depressão colectiva. Compreende-se, a sua estratégia é meramente oportunista, pretende ganahr eleições fazendo surf nas consequências da crise financeiras, espera ganhar sem corer riscos.

O adiamento da crise seria uma bênção para Manuela Ferreira Leite, ganhava as eleições de três meses depois apresentava-se, ao lado de Cavaco Silva, como a salvadora da Nação.