Com os problemas económicos que Portugal tem não é fácil encontrar razões para pessimismo, se a economia cresce o desemprego aumenta, se uma empresa nasce outras dez fecham. Mesmo que tudo esteja a correr às mil maravilhas haverá uma grande parte dos portugueses que nada ou quase nada ganham com o progresso.
A queda da economia foi tão grande que mais tarde ou mais cedo recuperará, nunca foi tão fácil prever a recuperação económica, é apenas uma questão de tempo. Só que há um pequeno problema, as eleições.
Incapaz de fazer mais do que promover ou apoiar acções de rua, a oposição viu na crise financeira a oportunidade de ter um discurso aparentemente coerente, já que não sabe o que propor ocupa-se a culpar o governo de todas as consequências da crise. Todavia, essa estratégia política, que levou Manuela Ferreira Leite a recorrer ao Photoshop para adiar a velhice, pode sair-lhes cara se a economia decidir fazer-lhes uma surpresa, se houverem sinais de recuperação económica ficarão sem argumentos.
Não admira que todos procurem os indicadores que mais lhe convém, até Ferreira Leite a quem como ministra das Finanças bastava uma vaca dar o seu contributo gasoso para aumentar os gases de efeito estufa para descobrir mais um sinal de retoma, agora só encontra sinais de depressão colectiva. Compreende-se, a sua estratégia é meramente oportunista, pretende ganahr eleições fazendo surf nas consequências da crise financeiras, espera ganhar sem corer riscos.
O adiamento da crise seria uma bênção para Manuela Ferreira Leite, ganhava as eleições de três meses depois apresentava-se, ao lado de Cavaco Silva, como a salvadora da Nação.