FOTO JUMENTO
Rua Augusta, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Tomohiro Ohsumi/Bloomberg]
«People searched job listings at the Hello Work Ikebukuro center in Tokyo Friday. Japan reported on Friday its unemployment rate rose to a record 5.7%, dealing a blow to Prime Minister Taro Aso ahead of Sunday’s parliamentary election.» [The Wall Street Journal]
A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO
A generosidade do programa do PSD é tanta que até o pobre desconfia, agora resta-nos esperar que a propaganda do partido na campanha eleitoral nos mostre a sua líder a distribuir hambúrgueres aos portugueses.
JUMENTO DO DIA
sr. Palma
Agora que a comunicação social dá conta que o processo Freeport está praticamente encerrado e deixa de fora qualquer governante o senhor Palma do Ministério Público deveria explicar aos portugueses porque razão estaria interessado em fazer pressões sobre os investigadores. Até lhe dou uma sugestão, antes de falar aos portugueses pode ir a Belém combinar com os assessores anónimos do marido da dona Maria o que há-de dizer-nos.
UMA QUESTÃO DE COERÊNCIA
Se os partidos da oposição culparam o governo da crise e criticaram as medidas tomadas por as considerarem ineficazes, agora deveria vir dar o dito por não dito e admitir que os sinais de retoma se devem ao governo.
Apostaram tudo no oportunismo mas tiveram azar, o ciclo económico trocou-lhes as voltas, a retoma chegou antes das legislativas.
AVES DE LISBOA
Chapim-real []
Local: Quinta das Conchas
FLORES DE LISBOA
No Parque do Monteiro-Mor
A CRISE JÁ ACABOU!!!
«Acabou a crise, agora já é mais do que superoficial. É convicção funda, daquela que se adquire no sofá, a ver o país a passar-nos à frente, pelo telejornal. Há dias, quando nos surgiu aquele número acima da água, resvés mas acima da água, os tais 0,3%, ainda desconfiei. Eu, números, só palpáveis. O que é um número palpável? É o que leva uma trabalhadora da Dura, de componentes de automóvel, na Guarda, a um suspiro de alívio, porque não vai haver mais lay-off (outro suspiro: "Até já há colegas a fazer horas extraordinárias.") Outros suspiros palpáveis, no mesmo telejornal, os dos trabalhadores da Autoeuropa, ao saberem que já não haverá os ameaçados quatro dias de lay-off em Setembro… Mas nem foram esses números palpáveis que me animaram. A prova provada de que isto vai de vento em popa trouxeram-me os sindicatos da Groundforce, dos trabalhadores que lidam com as bagagens no aeroporto de Lisboa. A empresa deu 38 milhões de prejuízo no ano passado e vai perder 25 milhões este ano. Resposta dos sindicatos: greve no fim do mês de Agosto. No pico do negócio de um aeroporto! Aí, sim, convenci-me: já voltamos a ser alegremente irresponsáveis, a crise acabou. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
SOLIDARIEDADE
«No corrente debate eleitoral tem-se falado de pessoas e de políticas e pouca atenção foi dada a algo que também separa as visões do mundo em confronto. Os valores.
Não defendo uma sociedade igualitária, ao contrário de partidos à esquerda do PS - que ainda advogam uma sociedade sem classes, sem desigualdades, em que todos são iguais - tenho consciência que a igualdade de todos os indivíduos é irrealizável. Isso deve-se à natureza da condição humana. Todos desejamos coisas diferentes e obtemos a nossa felicidade por meios muito diversos. Advogo uma sociedade livre e vibrante, em que seja possível a progressão individual, para que todos e todas possam alcançar a sua felicidade.
Defendo assim que o Estado deve proporcionar as condições necessárias para que a desigualdade natural dos indivíduos não seja impeditivo da sua ascensão social por via do mérito. Esta é a razão do Estado Social. Alguns de nós nascem ricos, outros nascem pobres. Alguns com saúde, outros doentes. Uns nas áreas urbanas, outros em zonas rurais. O Sistema Nacional de Educação assegura que, a custos reduzidos, todos - independentemente das posses, ‘status', local de residência e outras diferenciações - possam ter acesso ao mais eficaz elemento de progressão social: a educação. O Serviço Nacional de Saúde minora uma das consequências da desigualdade económica e social - uns terem mais saúde do que outros. A Segurança Social assegura, através de subsídios, que a doença e o despedimento, que antes eram causas de miséria absoluta, passem a ser obstáculos que podem ser ultrapassados. E as reformas dos pensionistas - financiadas pelos trabalhadores no activo, através do intermédio do Estado - afiançam que o fim da vida útil não seja a pobreza da maioria.
E como é que se financia o Estado Social? Por lógicas redistributivas, em que o dinheiro de todos, mas sobretudo das classes média e alta, captado por impostos progressivos, financia um sistema universal que serve todos, assistindo os mais desfavorecidos. A solidariedade inter-geracional está na origem do nosso sistema de segurança social. Pagamos com o nosso trabalho as reformas de quem já não trabalha, como no futuro outros pagarão as nossas.
Toda a arquitectura do Estado Social assenta também na solidariedade. Entre os que têm muito ou alguma coisa e aqueles que têm pouco ou nada. O meu ideal é que os pobres de hoje tenham possibilidade, caso o mérito deles o permita, a vir a ser os ricos de amanhã. O que menos se fala é que os ricos de agora podem, por vicissitudes, vir a ser os pobres do futuro.
A solidariedade existe em ambos os sentidos.» [Diário Económico]
Parecer:
Por Diogo Moreira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
A CABEÇA DE LOUÇÃ
«Em véspera de eleições, Francisco Louçã deu uma entrevista à revista Sábado em que tenta explicar qual é a "identidade" do Bloco. Primeiro, declara com insistência que o "Bloco" tem, coisa duvidosa, uma "identidade" e, depois, revela que o Bloco é a "esquerda socialista". Que "esquerda socialista"? A que rejeita "um modelo assente na desigualdade social e na exploração" e, ao mesmo tempo, o "modelo da União Soviética" e o "modelo da China". Do "modelo" que fica entre estas duas rejeições, Louçã não fala. O Bloco - explica ele - continua à procura "de uma agenda interveniente" e é isso que, no fundo, o distingue "do PS, do CDS, do PSD e da CDU", que não andam à procura de nada. Mas sobretudo o distingue do PS e do PCP. O Bloco nasceu de "uma exigência profunda" de aggiornamento da esquerda.
Louçã não sabe - ou talvez prefira não dizer - como vai (em democracia) acabar com a "desigualdade social" e a "exploração". Nacionalizando os meios de produção, à boa maneira chinesa e soviética? Ou alargando o Estado providência até ao (curto) limite do possível? Por enquanto, só sabe - e só diz - que "há um fracasso do regime económico" porque "há um fracasso do regime político". E, surpreendentemente, também acha que a "elite que nos governa", uma elite "tentacular" e degenerada, é a grande responsável por esse "problema estrutural". A propósito, cita Antero (que, de certeza, não leu ou percebeu), sem lhe ocorrer que subscreve, em nome do Bloco, uma das mais reaccionárias teorias sobre o atraso do país. Claro que o Bloco, coitado, se julga a nova elite.
O resto são as banalidades do costume: a falta de "um projecto nacional", a "divergência da Europa", o orçamento-zero, o "diálogo" com Manuel Alegre, as vantagens do debate na Internet, as coligações (particularmente com o PS), a "palavra-chave" da campanha" ("responsabilidade"?), a renovação urbana, o desemprego, os serviços de informação, o BCP, o TGV, o aeroporto de Lisboa e por aí fora até à proverbial "ganância" do capitalismo. O Bloco é um buraco, um vazio, um intervalo. Ou, mais precisamente, é o refúgio de quem não quer votar PC ou já não quer votar PS e por qualquer razão, sentimental ou outra, detesta a direita. Tirando o palavreado e a pretensão de virtude, não existe. O que não impede que a 27 de Setembro seja capaz de acabar com Sócrates. Como ele, aliás, merece.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Vasco Pulido Valente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
DESTA VEZ CAVACO ENGANOU-SE
«O Tribunal Constitucional declarou não inconstitucional a norma do diploma do Código de Execução de Penas que o presidente da República enviou para fiscalização.» [Correio da Manhã]
Parecer:
Se Cavaco precisa de um jeep o presidente do Tribunal Constitucional precisa de Swatch para levar os processos enviados pelo primeiro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Cavaco através de um assessor anónimo.»
MELHORAM OS INDICADORES ECONÓMICOS
«O indicador de clima económico "voltou a aumentar em Agosto, regressando a um nível próximo do que apresentou em Novembro de 2008", refere o Instituto Nacional de Estatística (INE), nos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores.
Durante este mês, diz o INE, "os indicadores de confiança apresentaram um andamento positivo em todos os sectores, com excepção da Construção e Obras Públicas, em que se observou um agravamento ligeiro".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Uma má notícia para Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento aos visados através de outro assessor anónimo de Belém.»
SÓCRATES DE FORA DA ACUSAÇÃO FREEPORT
«A acusação no caso Freeport deverá abranger apenas os arguidos já constituídos. A investigação está praticamente concluída, aguardando apenas novos elementos da polícia inglesa. Só se estes trouxerem dados novos sobre José Sócrates é que a investigação prosseguirá. Até agora, segundo fonte ligada ao processo, não há qualquer indício contra o líder do PS
O primeiro-ministro, José Sócrates, não fará parte do processo Freeport como arguido, adiantou ao DN uma fonte do Departamento Central de Investigação e Acção Penal. A investigação está praticamente concluída. Os procuradores apenas aguardam dados pedidos à polícia inglesa para fechar o processo. "Só se nestes elementos surgirem factos novos é que o processo prossegue. Até agora não há nenhum indício contra o primeiro-ministro", assegurou a mesma fonte contactada pelo DN.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Que grande novidade...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao sr. Palma dos magistrados do M.P..»
DIAS LOUREIRO ESCONDIA DOCUMENTOS NO WC
«Os investigadores do Caso BPN encontraram na casa de Dias Loureiro uma porta com acesso apenas através de uma casa de banho, na qual estavam documentos importantes para o processo, noticia o “SOL”.
Dias Loureiro minimiza a descoberta dos papéis, tendo afirmado que era apenas “uma parte esconsa do escritório”, acrescenta o semanário.» [Diário Económico]
Parecer:
Se os documentos nada tinham porque estariam escondidos?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento a Cavaco Silva através de um dos seus assessores anónimos.»
CONDITIONS APPLY