Confesso que tinha uma preferência e que ela resultava na necessidade de uma oposição minimamente competente, mas ao longo da campanha fiquei com dúvidas. Pedro Passos Coelho apresentou-se como a candidatura mais consistente mas ao longo dos debates foi evidenciando uma grande fragilidade na sua argumentação, Aguiar-Brancco exibiu um sentido de Estado que os outros candidatos não têm. Paulo Rangel mostrou ser aquilo que é, uma marioneta dos cavaquistas que tentam sobreviver ainda que sabendo que o eleitorado os rejeita.
Ainda que o PSD se empolgue em público a verdade é que os militantes do PSD com quem falei e independentemente do candidato que apoiam não acreditam que sejam uma alternativa credível a José Sócrates. Aliás, quem assistiu aos debates tirou essa conclusão, Aguiar Branco é pobre, Paulo Rangel aquilo a que os chineses designam por “tigre de papel” de Pedro Passos Coelho demonstrou não ter aproveitado o tempo de que dispôs para estudar os dossiers.
Se o congresso deu uma péssima imagem daquilo que é hoje o PSD, caindo no ridículo com a aprovação da lei da rolha, a campanha feita pelos candidatos e, em particular, os debates que realizaram serviram apenas para evidenciar a fragilidade das candidaturas, estou convencido que no passado já houve melhores candidaturas à liderança da JSD.
Mais parecia que os candidatos estavam numa feira, indo de barraca em barraca de jogos, a maior parte do tempo divertiram-se a atirar bolas de trapo ao boneco José Sócrates, cada um exibia-se como o mais capaz de esmurrar o primeiro-ministro. Em vez de apresentarem projectos tentaram convencer os militantes do PSD convencendo-os que eram os que mais detestavam, o primeiro-ministro. O único ganhador desta disputa acabou por ser José Sócrates, se tudo fizeram para mostrar que eram os mais capazes de o atacar ficou evidente que qualquer um deles não dispõe de capacidade técnica ou intelectual para enfrentar o líder do PS.
A forma pouco séria como Paulo Rangel abandonou Estrasburgo de um dia para o outro para se antecipar a Aguiar-Branco, os pequenos golpes baixos desferidos ao líder parlamentar e a sugestão de Manuela Ferreira Leite para que os militantes não votem no mais bonito mostram o baixo nível desta disputa política, sendo evidente a falta de qualidade que resta do cavaquismo.
Se pudesse votar nas directas do PSD o mais provável seria abster-me, os três candidatos não só são fracos como todos juntos não davam um.