FOTO JUMENTO
Alfama, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Muhammed Muheisen-AP]
«A donkey painted to attract customers pulls a fruit cart in Rawalpindi, Pakistan.» [The Washington Post]
JUMENTO DO DIA
Marcelo Rebelo de Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa teve o delírio do dia ao considerar que o PSD andou a reboque do PS ao adoptar a lei da rolha, considerando que a norma é idêntica a uma norma do PS. Este professor é mesmo muito criativo mas enganou-se, foi o PCP e não o PCP que o PSD copiou, aliás a norma do PSD é mais dura do que a do PCP pois enquanto este partido suspende até um ano ou expulsa o militante o PSD suspende até dois anos ou expulsa quem critique a direcção.
A BOFETADA QUE VEIO DE TIMOR
Se não fosse uma visitante d'O Jumento não tinha dado pela notícia:
«O Conselho de Ministros de Timor-Leste aprovou esta quinta-feira um auxílio às vítimas da Madeira, no montante de 556 mil euros, em solidariedade com o arquipélago, avança a Lusa.
«Na sequência das inundações que atingiram a Região Autónoma da Madeira, provocando dezenas de mortos e avultados prejuízos, o Conselho de Ministros, em acto de solidariedade e apoio para com o povo e autoridades daquele arquipélago português, aprovou a atribuição de ajuda financeira, para ajudar a colmatar os estragos e perdas sofridas com as fortes chuvadas que assolaram a região», refere, em comunicado, a Secretaria de Estado do Conselho de Ministros. » [Portugal Diário]
Talvez em respeito às vitimas quase ninguém comentou a notícia, ninguém recordou as palavras de Alberto João quando Dili quase foi destruída pela vingaça da Indonésia: "A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si".
«De férias no Porto Santo, Alberto João Jardim garantiu que a Madeira não daria "um tostão" para Timor e que não admitia que o Estado português "mexesse" nas transferências a que a Região tinha direito. 'Nem um tostão para Timor' foi uma frase que provocou as mais duras reacções, em todo o País.
"A filosofia popular ensinou-me que cada um se deve governar por si", acrescentaria o presidente do Governo Regional, a 29 de Agosto de 1999.
Mais tarde, depois de muita polémica, na Região e no Continente, a Quinta Vigia acabaria por emendar a mão, embora de forma simbólica. Jardim disse que nunca esteve contra a ajuda ao povo timorense, mas apenas que a Madeira não podia prescindir de dinheiro para esses apoios.
No dia em que se realizou, no Funchal, uma vigília de solidariedade para com o povo maubere, o Governo Regional prometeu aprovar uma ajuda financeira. Um apoio que se iria traduzir numa resolução em que eram aprovados cinco mil euros de ajuda. Uma verba que Jardim só admitia entregar às autoridades timorenses e não às entidades portuguesas que reuniam as ajudas.» [Diário de Notícias]
Agora vemos Alberto João dia sim, dia não a receber personalidades e a agradecer a ajuda até usou o seu estatuto de "coitadinho" para apoiar Paulo Rangel.
TENHAM CUIDADO COM ESSE HOMEM!
A ASAE regressou às mega operações com direito a acompanhamento da comunicação social e direito a entrevista em directo a António Nunes, o seu presidente. Desta vez tivemos a oportunidade de ver um António Nunes mudado, já não persegue nem promete o encerramento de restaurantes, até elogia a melhoria do comportamento dos empresários.
Mas cuidado, é bom não esquecer que ainda há poucos meses a ASAE se transformou numa organização de propaganda que aterrorizou muita gente deste país para vaidade dos seus dirigentes.
RIDÍCULO
O mínimo que se pode dizer que a posição assumida pelos três candidatos à liderança do PSD é ridícula, isto para não dizer cobarde pois só tomaram posição quando se aperceberam do absurdo da decisão do congresso. O pequeno Rangel ainda se armou em criança de escola e disse que tinha sido o primeiro candidato a tomar posição, só não disse se tinha votado e não explicou porque razão, tal como os outros dois candidatos, ficou em silêncio.
A norma serviu para que os portugueses tenham ficado a saber que num PSD que anda armado em defensor da liberdade de expressão nenhum congressista teve a coragem de levantar a voz contra uma norma absurda, pior ainda, a norma foi votada por uma larga maioria dos congressistas.
É uma pena que os vídeos não mostrem os três candidatos no momento da votação.
COISAS QUE PODEM SER ÚTEIS: COMO TIRAR UMA ROLHA DE DENTRO DE UMA GARRAFA
Bem, de dentro do PSD é mais difícil.
O QUE ESTÁ EM CAUSA NO PSD
«O PSD é sebastianista. O PS, o PCP e o CDS tiveram tempo de fazer o luto dos seus líderes históricos (o do PS até se dá ao luxo de acompanhar, de dentro, a transição de si próprio), mas o PSD ficou órfão de Sá Carneiro de forma abrupta e trágica. Daí os sociais-democratas andarem sempre à procura de mais do que um chefe. Cavaco Silva, aliás, emergiu no partido, no congresso da Figueira (1985), porque a sua candidatura apostava numa figura nacional (Freitas) que o próprio partido não tinha e ansiava, nas presidenciais de 1986. Foi um golpe de mestre de Cavaco, alimentando o vício do partido, o sebastianismo, mas não criando o risco de concorrente interno. Cavaco precisava de tempo, e teve-o, dez anos a governar Portugal - ei-lo também uma figura nacional. E, agora, o recente congresso do PSD girou à volta - quando o partido precisava de resolver a sua questão maior: é ou não um partido de Governo? - da eterna questão: quem é mais pró-Cavaco? Paulo Rangel sentiu a necessidade de dizer em Mafra o seu apoio à recandidatura do actual Presidente. Já Passos Coelho sentiu a necessidade de o não dizer. A recandidatura de Cavaco terá o apoio de Passos Coelho, se este for eleito? Terá, mas não é a mesma coisa. Nesse caso, a recandidatura de Cavaco será feita já com o fim do cavaquismo no PSD. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
'BOYS'
«Dito isto, não me revejo na forma como se tem operado algumas nomeações por parte dos governos em Portugal, especialmente no que respeita às indicações para algumas empresas públicas ou semi-públicas. Assim como não entendo como pode qualquer nomeação política onerar mais que o Presidente da República. É necessário, e eu defendo-o, uma maior profissionalização da vida política; o que não significa uma partidarização do Estado. Para tal o jogo tem de ser bem claro. Devemos saber quem necessita de nomear e para onde, de forma clara e transparente. Com conhecimento prévio e em processos públicos e publicitados. Entendo, por exemplo, que a Assembleia da República e as novas formas de comunicação podem desempenhar um papel importante nesta área. Deveria, por exemplo, existir um sítio na internet onde se possa consultar todas as nomeações de determinado executivo; e o Parlamento devia de ter o poder de confirmação sobre (mais) algumas nomeações, em particular quando se trata de colocações em empresas onde o Estado é accionista.» [Diário Económico]
Parecer:
Por José Reis Santos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
A LIBERDADE É UM CARNAVAL?
«Não há explicação para tamanho contra-senso: o partido que andou durante meses e meses a denunciar, sem desfalecimento, um clima de "asfixia democrática" vai andar agora, nos próximos dez dias, a lutar contra essa asfixia no seu próprio aparelho. É como se alguém com falta de ar resolvesse, para respirar melhor, cobrir a cabeça com um saco de plástico e apertá-lo à volta do pescoço. Claro que a alteração estatutária que abriu tal polémica no interior do PSD pode ser passageira, ou um mero episódio que o tempo se encarregará de reduzir à caricatura (até porque pelo menos dois candidatos à liderança já prometeram, caso ganhem, revogar tal norma). Mas não deixa de ser pelo menos inquietante que um partido de tradição liberal adote uma norma que ultrapassa até, pela severidade punitiva, as normas internas do PCP (e daí que não admire que até no próprio congresso de Mafra lhe tenham chamado estalinista).
Nos Estatutos do PCP (art.º 63.º), as sanções disciplinares para faltas graves são a suspensão da actividade partidária "pelo período máximo de um ano" e a "expulsão do partido". Em nome da coesão interna, claro. O PSD, invocando o mesmo exacto pretexto, resolveu agora considerar "infracção grave" a deslealdade ao programa, estatutos e directrizes do partido, especialmente se ocorrer num período de 60 dias anterior a eleições. Punições? "Suspensão da qualidade de membro do partido até dois anos" ou "expulsão".» [Público]
Parecer:
Editorial.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
MORTE DESNECESSÁRIA
«Nuno Rodrigues tinha carta de condução e não levava droga ou armas no carro, o Lancia Y10 da mãe com os documentos em dia. Só a autópsia dirá hoje se tinha álcool no sangue, mas não parou na operação stop da PSP, junto às docas de Santo Amaro, em Lisboa – e foi morto. O cantor rap, que actuava com Sam The Kid, foi perseguido oito quilómetros pela carrinha de uma Equipa de Intervenção Rápida (EIR) e, à chegada a Benfica, um polícia abriu o vidro, disparou e uma bala acabou por atingir o condutor pelas costas.
O agente M., 27 anos, está colocado na EIR da 4ª Divisão desde o início do ano. Pelas 05h00, ia na carrinha em perseguição ao suspeito (ver infografia) e, mal este entrou na travessa de São Domingos, junto à Radial de Benfica, sacou da sua pistola de serviço e disparou três vezes – duas para o ar e uma terceira bala, que seria para atingir os pneus do carro, perfurou a chapa da bagageira e matou o condutor. » [Correio da Manhã]
Parecer:
Estou farto de ver vídeos de perseguições policiais nos EUA que por vezes duram horas, raramente se vê um polícia abrir fogo. Por cá, dispara-se à primeira oportunidade, mata-se com demasiada facilidade mesmo quando não há suspeita de crime ou necessidade de defesa da integridade dos agentes policiais.
Se um jovem entrar em pânico e fugir à polícia pode ser morto? Mata-se demais num país que foi dos primeiros a abolir a pena de morte.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»
UMA VERGONHA
«O Ministério Público de Aveiro considera que as explicações que Armando Vara deu sobre algumas escutas telefónicas do processo "Face Oculta" "fazem lembrar" outros casos "para explicar as encomendas de lençóis da branca e da escura como encomendas de materiais têxteis". Ou seja, justificações que ocorrem nas investigações de tráfico de droga. A opinião do procurador João Marques Vidal foi expressa na resposta deste ao recurso da defesa do banqueiro.
O procurador utilizou tal expressão para tentar desmontar os argumentos apresentados pelos advogados Nuno Godinho de Matos e Tiago Bastos quanto a uma escuta telefónica, em que Manuel Godinho pergunta a Armando Vara se quer para agora "os 25 quilómetros" (a que Vara responde que "fica para mais tarde"). Segundo o MP, trata-se de 25 mil euros que o empresário de Ovar deu a Vara. Ora, a defesa deste argumenta que "o universo empresarial não é só composto pelas empresas do PSI-20, com gestores formados na Universidade Católica, de gravata Hermès, jaquetão azul-marinho (...) e, em alguns casos (de pior gosto, mas mais sentido de exibição), com gel na cabecinha e barba de três dias, meticulosamente aparada para exibir o contraste". Ou seja, Vara tem de falar com todo o tipo de pessoas.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Parece que em Portugal querem que os arguidos cheguem aos tribunal já condenados.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um visto de residência no país que fique mais longe deste estado policial.»
AFINAL NÃO FOI BUYLING
«As investigações do Ministério Público sobre o desaparecimento de Leandro devem concluir que a criança de 12 anos não se queria suicidar no rio Tua, em Mirandela, mas sim que tudo se ficou a dever a um acidente.
O DN apurou junto de fonte policial que dos nove alunos que acompanharam o Leandro até às margens do rio, apenas dois - os primos Ricardo e Christian - afirmaram que ele se queria suicidar.
Os restantes seis desmentem esta versão, adiantando uma série de procedimentos que a comprovam: a criança despiu-se calmamente junto a uma mesa de pedra do parque de merendas, colocou ali a sua roupa devidamente dobrada e, de roupa interior, aproximou-se da margem colocando na água primeiro um dos pés para verificar a temperatura.
Segundo as testemunhas, terá sido nessa altura que a criança se desequilibrou e foi arrastada pela corrente da água. Esta versão foi confirmada no inquérito por dois adultos, testemunhas oculares que ainda tentaram socorrer a criança.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Já havia quem pedisse a cabeça do director da escola e a família ameaçava com processos...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
PSD ENGASGADO POR UMA ROLHA
«Ameaçada de morte. Este é o estado da "lei da rolha", a norma incluída nos estatutos do PSD que proíbe a crítica interna em hora de eleições. Os candidatos à liderança do partido apressaram-se a declarar- -lhe guerra - querendo travá-la no Conselho de Jurisdição ou no próximo congresso. O PS, abalado com as acusações de asfixia democrática, vê uma brecha para o contra-ataque: começará por debater a questão na Assembleia mas admite acabar a mudar a lei ou com recurso ao Tribunal Constitucional.
O PSD está partido em dois. Santana Lopes veio a terreiro defender a norma. Em entrevista à SIC Notícias disse que a sua proposta vai permitir "acabar com a bagunça" e criticou os que no congresso se calaram, mas à saída disseram estar indignados.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Digamos que Ferreira Leite mais parece um Santana Lopes de saias.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
LADRÕES AZARENTOS
«Uma mala com documentos, que se encontrava a descoberto no interior de uma carrinha Volkswagen, foi o chamariz para um assalto insólito na madrugada de ontem no centro de Setúbal. Um grupo indeterminado de indivíduos partiu um vidro da viatura, destrancou o carro, mas quando abriu a porta foi surpreendido com a queda de um cadáver aos seus pés. Os assaltantes ainda roubaram materiais, mas foram deixando tudo pelo caminho. Até a mala.
Eram cerca das 04.00 quando a PSP de Setúbal recebeu o alerta por parte de um morador que dava conta de um corpo estendido no chão na Rua da Escola Técnica, em frente às instalações da PT. Quando a patrulha se deslocou ao local encontrou o vidro do lado direito partido e o cadáver prostrado no solo, numa posição que deixava perceber ter caído do carro no momento em que a porta foi aberta. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Já nem se pode roubar descansado neste país.
PASSOS COELHO NÃO FAZ CAMPANHA NA MADEIRA
«No último congresso, Passos Coelho entrou em confronto directo com Jardim, dizendo, de forma irónica, "que o perdoava", tal como ele "perdoou Sócrates". O suficiente para o histórico dirigente do PSD se levantar do palco e sentar-se ao lado de Paulo Rangel, num gesto "que fala por si".
Desta vez é Passos Coelho que assume que as relações com Jardim estão estragadas e não fará, por isso, qualquer acção de campanha numa região que conta com mais de 3.500 militantes do PSD com poder de voto.» [Diário Económico]
Parecer:
Pois, e no continente é que há asfixia democrática...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Alberto João o que fez para o impedir.»
QUEREM CALAR O PROFESSOR MESMO DEPOIS DE MORTO?
«No dia 27 de Janeiro, o professor de música da Escola Básica 2+3 de Fitares, em Sintra, fez mais um pedido de ajuda. O último antes do suicídio. Na reunião do grupo da sua disciplina, L. V. C. alertou os colegas para a sua dificuldade em dar aulas a uma turma do 9º ano devido à indisciplina de alguns alunos. O relato deveria constar na acta, mas o professor de música - que foi destacado como o secretário daquela reunião -, morreu antes de redigir o documento. Após a sua morte, a tarefa foi delegada a outra colega que escreveu o relatório, mas terá omitido a queixa do docente.
Agora, são os outros professores que também estiveram presentes na reunião a exigir uma rectificação da acta. Querem que no documento seja incluída a queixa do professor de música que se atirou da Ponte 25 de Abril na manhã de 9 de Fevereiro. Querem que a Direcção Regional de Educação de Lisboa tenha acesso a toda informação sobre este caso no âmbito do inquérito instaurado na sequência da notícia publicada no i. E, portanto, pediram à direcção da escola uma reunião extraordinária entre o grupo disciplinar com um único ponto na agenda de trabalhos: rectificar a acta.
A directora do agrupamento escolar de Fitares, porém, terá dito aos docentes que nenhuma alteração ao relatório poderia ser feita enquanto a escola não receber a visita do instrutor da Inspecção-Geral de Educação. Ontem, logo pela manhã, os professores tentaram consultar a acta. O documento, contudo, terá desaparecido da sala dos professores. Os dois últimos relatórios das reuniões entre o grupo disciplinar de L. V. C. - datados de 27 de Janeiro e 3 de Março - já não estarão arquivados no dossiê do departamento de música.» [i]
Parecer:
Muito estranho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»
SANTANA CRITICA CANDIDATOS A PROPÓSITO DA LEI DA ROLHA
«Pedro Santana Lopes criticou ontem, na SIC Notícias, o silêncio dos candidatos à liderança do PSD durante o congresso sobre a norma que prevê sanções disciplinares aos militantes que critiquem a direcção do partido 60 dias antes da realização de eleições.
“Ou não estavam informados e não se prepararam, porque quem está num congresso como participante, quem faz discursos de candidato, quem fala sobre tudo, tem a obrigação de conhecer as propostas que estão em cima da mesa, ou se estavam informados e não disseram lá dentro e só dizem quando saem a porta e vêem os jornalistas, então é inadmissível”, afirmou o social-democrata.» [Público]
Parecer:
Desta vez Santana tem alguma razão.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos três candidatos se votaram a favor ou contra a lei da rolha.»
O post "No Name Boys / Mancha Negra: e quem não salta é do Ângelo":
«Não me recordo se foi o próprio Passos Coelho ou alguém próximo que se lamentava de que a actual direcção do PSD distribuíra convites aos seus apaniguados para contrabalançar o facto de a maioria dos delegados ao congresso ser afecta a Passos. Só não se conhecia quem eram os “observadores” escolhidos pela equipa do lendário estratega da Marmeleira que tão bem se exibiram no congresso de Mafra. O 24 Horas (na p. 4) levanta a ponta do véu:
'Membro dos No Name Boys fez claque por Rangel
Um conhecido adepto dos No Name Boys e um ex-membro da claque da Académica de Coimbra Mancha Negra estiveram no passado fim-de-semana no congresso do PSD, onde puxaram, em jeito de claque, pelo candidato Paulo Rangel. De cada vez que o candidato falava, as palmas organizadas e os gritos de apoio sucediam-se na zona de observadores do congresso, onde estavam muitos apoiantes e simpatizantes das várias candidaturas.
No entanto, segundo fonte oficial da candidatura de Rangel, João F. C, da Mancha Negra, e António P. C, dos No Name Boys, "não têm qualquer ligação" ao eurodeputado. "Não conhecemos essas pessoas, nem temos conhecimento de que estiveram no congresso. Não são contratadas por nós, nem fazem segurança para nós e nem sequer sabemos se efectivamente lá estiveram ou não", adiantou a mesma fonte, que garante que Paulo Rangel "até é do FC Porto", mas que naturalmente que "poderá ter simpatizantes de todos os clubes".
Situação "insólita" e "caricata"
Uma das pessoas presentes nesta zona de observadores contou ao 24horas que "António e João estavam a liderar um grupo de pessoas" que ia "aplaudindo e gritando" de cada vez que Paulo Rangel falava. "Não me apercebi de que eles fossem contratados para aquele efeito, mas estavam, de facto, a liderar as pessoas como se de claques de futebol se tratassem".
Fonte ligada à candidatura de Pedro Passos Coelho disse "ter conhecimento" desta situação que classificou como "insólita" e "caricata", mas preferiu não fazer mais comentários nem "entrar em guerras" deste tipo. Apesar disso, para a candidatura de Paulo Rangel esta é mesmo uma forma de "guerras" fomentada "por gente das outras candidaturas" com o único intuito de "descredibilizar". "Seguramente que as outras candidaturas também têm simpatizantes de vários clubes ou que pertencem a claques", explicou fonte oficial da candidatura de Rangel.
O 24horas tentou por diversas vezes falar com João F. C, antigo membro da claque Mancha Negra, mas o simpatizante de Pedro Rangel nunca atendeu o telemóvel. Não foi também possível contactar António P. C, já que nenhum dos membros dos No Name Boys por nós contactados tinha o número do mesmo.'
Se já sabíamos que estava em Mafra o futuro primeiro-ministro, o congresso não deu, infelizmente, indicações precisas dos cargos que irão desempenhar na futura estrutura governativa os líderes dos No Name Boys e da Mancha Negra.»
Será que Pacheco Pereira vai discutir os métodos do seu pequeno Rangel no programa "A Quadratura do Círculo"?
SEAT