Outro grande derrotado nestas directas foi Alberto João Jardim que apostou tudo em Paulo Rangel depois de ter aproveitado um discurso mal escrito para fazer uma cena pouco elegante no congresso. Mas com a postura habitual de Alberto João é mais fácil ter um candidato que não se aprecia, até porque o líder do PSD madeirense está agora mais interessado no seu namoro com Sócrates.
A vitória de Pedro Passos Coelho significa que os militantes do PSD continuam em busca da poção mágica ou da arca perdida onde está a chave do poder, depois de imitarem o PS com a adopção das directas como método de escolha da liderança foram votar num candidato cuja grande qualidade parece ser as semelhanças com José Sócrates. A vitória de Pedro Passos Coelho acaba por ser a vitória de José Sócrates.
Com a saída de Ferreira Leite é um aposentado na liderança de um grande partido, se não fosse a tradição geriátrica do PCP os grandes partidos teriam acertado o passo com este século. É evidente que pode-se ser jovem com muita idade, assim como pode suceder o inverso de que Paulo Rangel, o candidato do cavaquismo oficial à liderança do PSD tem todo o ar de já ter nascido velho e candidatou-se com o estatuto de Manuela Ferreira Leite de calças e sem a posta do meio.
Pedro Passos Coelho representa uma grande inovação na forma de ascender na vida política, é o primeiro líder político patrocinado, neste caso por Ângelo Correia. Talvez não seja o primeiro nestas circunstâncias, nos seus antecessores havia quem tivesse sido patrocinado por um grande banco, mas soube disfarçar melhor.