quinta-feira, março 04, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Nas salinas de Castro Marim

PS: Dedico esta imagem (já publicada em tempos) ao "grande repórter" Paulo Pinto Mascarenhas e ao director do "i".

FOTOS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Islândia (foto de A. Cabral)

IMAGEM DO DIA

[Luis Hidalgo/Associated Press]

«EARTHQUAKE DAMAGE: Music teacher Claudia Vergara cried near a destroyed piano at the site of what used to be her house in Constitucion, Chile, Tuesday. The 8.8-magnitude earthquake that struck Saturday killed hundreds of people and caused widespread damage.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

Manuela Moura Guedes

Dizer que Sócrates até para o Rei de Espanha ligou é ridículo demais, o que Manuela Moura Guedes fez no parlamento foi tentar atirar a caca para a ventoinha.

AO "GRANDE REPÓRTER" PAULO PINTO MASCARENHAS

Para o caso de estar interessado e caso não tenha conseguido esses preciosos dados informo-o que uso sapatos 43,5.

PRESSÕES

AMIZADE

Às vezes é preciso que sejamos vítimas de qualquer coisa para que nos apercebamos de que ainda há solidariedade em torno da defesa de valores, algo que anda muito mal pela minha terra. O frete feito pelo 'i' a sectores muito duvidosos gerou uma vaga de comentários e emails de apoio e solidariedade. Foram muitas dezenas de amigos e visitantes d'O Jumento e de bloggers a manifestarem o seu apoio e solidariedade. Houve mesmo quem manifestasse disponibilidade em apoiar financeiramente se tal fosse necessário, um jornalista que se colocou à disposição para me apoiar na reacção e até empresas que se dispuseram a apoiar se tal fosse necessário.

Não posso reproduzir todas as mensagens pelo que escolho uma que me parece sintetizar tudo o que li, veio do Brasil:

« Mensagem: Caro Jumento: eu ri.

Eu vi o título do "i" e eu ri. A minha mulher estranhou, homens e mulheres que passavam no trânsito da manhã pelo meu carro estranharam, os meus colegas estranharam, o meu chefe estranhou... É que desde criança que assisto filmes de detectives, de espiões, e à medida que crescia me entristecia bastante o mundo não ser a preto e branco como nos filmes,, tudo parecia ser cinza. Ontem quando li a noticia do "i" eu ri. Afinal existem pessoas neste mundo que são alvas e outras são mais pretas que o mancha-negra. Ontem senti-me como uma criança que vê uma luta desigual e sabe que no fim o herói vai ganhar. Só tenho que lhe agradecer por estar "night, after night, after night" (como diria mestre Springsteen) a ser o meu herói, e o de muita gente. Obrigado!Carlos

PS: Se precisar de asilo aqui no Brasil, tenho um quarto extra aqui em casa, se precisar de asilo para mais gente tem a casa à disposição.»

SAUDADES DE JORGE FERREIRA

Na blogosfera fiz grandes amigos e alguns inimigos (ainda esta semana caiu-me um na sopa), um dos que aqui refiro com grande saudade é Jorge Ferreira, ex-líder parlamentar do CDS. Apesar das diferenças políticas e dos poucos contactos construiu-se uma solidariedade que perdurou.

Curiosamente, Jorge Ferreira conseguiu identificar-me com alguma facilidade, quando ia de férias costumava brincar aqui dizendo que ia para a Praia dos Três Pauzinhos, por coincidência Jorge Ferreira passava férias na minha terra desde a sua infância e conhecia melhor do que muitos dos meus conterrâneos o porquê desse nome de uma zona da praia de Monte Gordo, era a designação de um velho posto da Guarda Fiscal que se situava no pinhal junto ao mar.

Pela boca de esse grande homem ninguém soube quem era o autor d'O Jumento.

PORTUGAL 1, CHINA 0

Só um milagre salvará a selecção luso-brasileira de uma humilhação na África do Sul.

O QUE SE PASSA COM "O VALOR DAS IDEIAS"

Algo se passa com o "O Valor das Ideias", o blogue de um conhecido "jovem apoiante de Cavaco Silva", dia sim, dia não, digamos que passou ao estatuto de blogue intermitente. Será que um dia destes vamos ver o seu autor a declarar na Assembleia da República que a intermitência se deveu a pressões de Sócrates?

MEMÓRIAS DE UM PRESSIONADO

«Quando, em 2002, começou o caso Casa Pia, as minhas primeiras crónicas foram de indignação. Eu não me excluía das culpas. Aqueles miúdos estavam à nossa guarda, e os meus primeiros textos denunciavam a nossa distracção colectiva. Pouco depois começaram a ser conhecidos alguns textos da investigação e, cedo, me dei conta da burrice com que ela era conduzida. O beco sem saída que hoje já todos conhecemos era patente desde os primeiros meses de 2003. O atrevimento de quem nunca lera um livro policial e se propunha solucionar um imenso crime organizado deixou-me pasmado. Se tivessem lido Agatha Christie, aqueles magistrados e polícias saberiam que não bastava apontar para o corpo para resolver o crime (para isso chegava o mordomo). O que se lhes pedia era provar a relação entre o que acontecera à vítima e aqueles que seriam acusados. Ora essa relação, lida através dos tais textos, era quase nula. Chamei burra a essa gente. Semanas depois, a minha foto entrou no rol das que foram mostradas às vítimas como potenciais violadores. Eu era o 52 ou 56 e, embora estivesse ao lado do cardeal-patriarca e de presidentes da República, não gostei. Que eu me lembre ninguém da investigação me telefonou a pressionar. Mas eu acho que foi pressão. Olhem, continuei a chamar burro aos burros.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

SUBDIRECTOR DO SOL OUVIDO NO DIAP

«Em declarações à agência Lusa, o subdirector do semanário Sol, Vítor Rainho, explicou que, no âmbito deste inquérito no DIAP de Lisboa "por alegada violação de segredo de justiça", foram também chamadas para serem ouvidas como arguidas a advogada do jornal e as jornalistas Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Tanto quanto se sabe as instalações do Ministério Público não foram assaltadas pelo que alguém entregou as peças do processo Face Oculta aos jornalistas do Sol.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Pinto Monteiro se já foram ouvidos os magistrados e funcionários que tiveram acesso ao processo.»

MAIS UM CANDIDATO À LIDERANÇA DO PSD

«"O PSD deve afirmar-se como 'via verde' para o desenvolvimento sustentável", disse hoje Jorge Castanheira Barros à agência Lusa.

Defensor de "um regresso às origens sociais democratas" do partido fundado por Sá Carneiro, o causídico de Coimbra entrega a sua candidatura na sede nacional do PSD, em Lisboa, na quinta feira, às 19:30, proferindo de seguida uma comunicação aos jornalistas.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Este não vai ter direito a debates televisivos patrocinados pela estação de televisão de Pinto Balsemão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao candidato se quer ser entrevistado pelo Jumento.»

A SEGURANÇA AÉREA NO SEU MELHOR

«Com o pai do seu lado, um menino que, segundo a AFP, terá cerca dez anos, deu ordens a pelo menos três aviões que descolavam do aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova Iorque. México, Califórnia e Las Vegas eram o destino dos voos.Na gravação, ouve-se um adulto, apontado como sendo pai da criança, a dizer que ?isto é o que acontece quando as crianças não têm aulas?. Enquanto isso a criança dá ordens aos pilotos: ?Jet Blue 171, pode descolar!?.» [Diário de Notícias]

SOBREVIVENTES DE NAUFRÁGIO LAMENTAL A PERDA DE TRÊS LAMPREIAS

«Os dois pescadores que seguiam numa pequena embarcação que virou junto à foz do rio Minho, ao início da tarde de hoje, escaparam sãos e salvos e lamentam apenas a perda de três lampreias.» [Expresso]

Parecer:

Haja humor.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

ESTA É PARA RIR

«Manuela Moura Guedes defende que o processo de investigação ao caso Freeport deveria também ser objecto de um inquérito parlamentar. “Há investigadores que também recebem telefonemas do gabinete do primeiro-ministro”, sustentou.» [Público]

Parecer:

Eh eh eh.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Convoque-se o jardineiro da residência oficial, ao que parece também terá sido pressionado para escolher outras flores.»

UM AVISO AOS PORTUGUESES

«Estas medidas providenciarão metade da redução das despesas públicas e um aumento das receitas, precisou a cadeia de televisão. Segundo a NET, o governo anunciará nomeadamente cortes de 60 por cento do 14.º mês dos funcionários públicos e de 30 por cento do 13.º mês. As reformas dos funcionários públicos serão congeladas.» [Público]

Parecer:

Em dia de greve no Estado é uma notícia que merece reflexão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Ferreira Leite se, na sequência das declarações que fez a propósito das situações económicas da Grécia e de Portugal, apoiava medidas idênticas no nosso país.»

MAIS TACHOS

«Os candidatos à liderança do PSD Pedro Passos Coelho e Aguiar-Branco manifestaram-se hoje contra a criação de um ministério do Planeamento com os presidentes das CCDR equiparados a secretários de Estado proposta pelo seu adversário Paulo Rangel.» [Público]

Parecer:

O que Rangel está a fazer é a acenar com tachos para o aparelho do PSD, isto é, está a fazer campanha no PSD com dinheiros públicos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Rangel onde vai arranjar dinheiro para tanto pão de ló.»

FIDEL DIZ QUE NÃO MATOU ADVERSÁRIOS

«O dissidente cubano Guillermo Fariñas, que se encontra em greve de fome para protestar contra a morte de Orlando Zapata, outro dissidente cubano que morreu na semana passada após mais de dois meses sem ingerir alimentos, disse em entrevista ao El País que "há momentos na história em que tem de haver mártires". Ontem, o líder histórico cubano Fidel Castro referiu-se à morte de Zapata para dizer que Cuba "nunca ordenou o assassínio" de um opositor.» [Público]

Parecer:

Pois não, apenas alguns velhos companheiros.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Publique-se a fotografia de Guillermo Fariñas.»

AdC PERDE PROCESSO CONTRA A PT

«Foi a primeira grande coima aplicada pela Autoridade da Concorrência (AdC) a uma empresa, mas o processo que a sustentou não resistiu em tribunal. A 1 de Agosto de 2007, a AdC (à época presidida por Abel Mateus) condenou a Portugal Telecom (PT) ao pagamento de uma coima de 38 milhões de euros por considerar que a operadora de telecomunicações recusou injustificadamente o acesso a condutas no subsolo às concorrentes TV Tel e Cabovisão.» [Público]

Parecer:

Não faz mal, quando a notícia saiu melhorou a imagem.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se a AdC sobre quantos processos já perdeu em tribunal.»

NO NIKADAS

O post "Escutas: desfaçatez e cinismo do PSD" que reproduzo integralmente:

«Começam a pingar pormenores cada vez mais alarmantes sobre o folhetim das escutas.

Ontem no Expresso um conhecido sociólogo, geralmente bem informado, veio afirmar publicamente que há "bandidos" na magistratura judicial e no Ministério Público a "fazer fortunas" com a venda de transcrições de escutas à comunicação social. Acho indispensável que António Barreto seja chamado à AR para depor sobre este assunto. Não acredito na sua presunção de que as transcrições desviadas para a comunicação social sejam "pagas", pois acho que tudo isso tem uma evidente motivação política. Se há pagamento, será certamente em natureza. Mas é urgente saber mais sobre este alegado comércio de transcrições de escutas que põe a magistratura portuguesa na lama.

Esta história de escutas (tem havido muitas...) começou aparentemente no verão de 2009, mas pode datar de muito antes. Primeiro houve a notícia das falsas escutas a Belém, desinformação posta a circular por colaboradores do PR, quando, na realidade, magistrados e polícias já estavam há meses a interceptar secretamente as comunicações de Sócrates (telefone móvel e fixo, email), se não também de outros membros do governo. Não temos a certeza de que transcrições destas escutas não tenham chegado já então a Belém, mas é muito provável que tivessem chegado a mãos laranjas.

Repare-se como a desinformação sobre escutas falsas a Belém, fabricada por colaboradores de Cavaco Silva, não só caía oportunamente na pré-campanha do PSD, como servia de causa "legitimadora" para as escutas reais que estavam a ser feitas a Sócrates.

Manuela Ferreira Leite, para aumentar o efeito da desinformação, espalhou durante a campanha das legislativas, em pleno delírio da "asfixia democrática", que os telefones dela e dos seus colegas já não eram seguros, que ninguém em Portugal podia confiar nos seus telefones, devido às escutas que atribuía ao governo de Sócrates. Veja-se bem a hipocrisia, a desfaçatez e o cinismo desta gente.

A seguir às eleições, veio a notícia das verdadeiras escutas ilegais ao Primeiro Ministro. Parece que o tandem PSD-Presidência não se entendeu sobre o calendário da divulgação das escutas na imprensa e na TVI. A coisa terá chegado tarde demais para interferir com as eleições, como se pretendia.

A verdadeira história está muito longe de ser conhecida, tanto nos detalhes, como no conjunto. Quem idealizou as escutas ao governo, quem operacionalizou o plano, quem o executou, quem divulgou as transcrições, em ligação com quem e com conhecimento de quem? Isto tem de ser tudo investigado. A história do homem da sucata nunca me convenceu: tem todo o ar de ser cobertura da verdadeira operação de espionagem.

Sabemos que, em pleno século XXI, é possível colocar sob escuta todo um governo de uma democracia europeia. É mesmo possível fazê-lo em toda a impunidade, como ficou demonstrado com o que aconteceu na Grécia em 2004-2005, quando uma entidade misteriosa teve durante longos meses sob escuta uma centena de telemóveis da rede Vodafone, pertencentes ao primeiro ministro Karamanlis, membros do governo e altos funcionário do Estado grego. Curiosamente, a Vodafone grega destruíu o software que permitiu a operação de espionagem, inviabilizando assim que se conhecessem os criminosos.

Portugal, aqui tão à mão, porque não terá sido ou não poderá vir a ser palco de uma conspiração destas?»

REACÇÕES DA BLOGOSFERA À NOTÍCIA DE paulo pinto mascarenhas NO 'i'

No "31 da Armada", "há limites"por Jacinto Bettencout:

«Esta notícia do «i» perturbou-me. Muito. É certo que quando leio a notícia, pouco dela retiro. Fico, no entanto, com a desagradável suspeita de que a mesma serviu para revelar o nome de um blogger que escreve (ou escrevia) sob anonimato, apenas porque, em determinado momento, o mesmo se associou ao simplex (ou seja, porque teve opiniões políticas e, segundo me dizem, é funcionário público). Fico, ainda, com a desagradável suspeita de que tudo isto se relaciona com as acusações ridículas de uma criatura -- que, no mínimo, será justo destinatário de um largo elenco de adjectivos que aqui não indico -- e faz parte de um plano mais vasto, que envolve este post de Pacheco Pereira e uma cruzada, enfim, digamos, fútil. Fico, por fim, com a desagradável suspeita de que os responsáveis não tiveram sequer presente os riscos legais (de foro criminal, sejamos claros) que enfrentam quando relevam comunicações privadas sem qualquer relevância pública e envolvendo pessoas que não eram titulares de cargos políticos.»

No "Blasfémias", "O verdadeiro buraco da fechadura"por Gabriel Silva:

«É com pena que vejo o jornal i a aderir a uma forma jornalística de voyuer. A revelação do nome de pessoa que não é, nem foi, acusada de coisa nenhuma, que não exerce cargo público sujeito a escrutínio, nem sequer relevante, que nada fez ou faz que possa sob qualquer prisma ser de interesse público, é atitude a meu ver totalmente inadmissível.

Não se confunda tal cusquice, com o direito, e tantas vezes dever, da imprensa revelar factos, ainda que actuando em violação da lei, quando esteja em causa interesse público. Tal já foi aqui tantas vezes explicado. Mas de maneira nenhuma é o caso. Não fazer essa distinção, é partir para o vale tudo, para a degradação absoluta da vida em sociedade, é, isso sim, contribuir para o condicionamento da liberdade de expressão. Aquela pessoa, como qualquer outra, tem todo o direito de não ver o seu nome exposto na praça pública, não porque provavelmente tenha algo a esconder, mas porque assim o deseja e lhe será mais conveniente, nada tendo os demais a ver com o assunto nem com as suas razões, a existirem. Tal revelação apenas condicionará o seu autor na sua liberdade de expressão, poderá eventualmente prejudicar a sua vida pessoal e profissional e é obviamente uma intromissão, sem sentido, abusiva e injustificada na sua vida pessoal.»

No "Delito de Opinião", "Blogobomba" por Ana Vidal:

«Alguém para comentar esta bomba, saída nas notícias de hoje?»

No "O cachimbo de Magritte, "Um eufemismo" por Carlos Botelho:

«Sim, já sei que. E também não podemos deixar de ver que. E lembrarmo-nos de. Pois. Mas...

Esta não deixa de ser uma coisa muito discutível. Muito mesmo.»

No "fractura", "Jornalismo pidesco" por Carlos José Teixeira:

«É triste, mas cada vez perdemos mais o sentido da decência e da democracia. Quando chegará a minha vez de ser enforcado na praça pública sem julgamento por um qualquer empresário das notícias, ajudado pelos seus lacaios?»

No "O Amigo do Povo", "Agulhas no Palheiro" por Carlos Leone:

«Há uns 3 anos, a propósito da lei do tabaco, discutia com Hugo Mendes, no Peão, a cultura de denúncia que se estava a tornar pública e normal (nessa altura, o assunto era a possibilidade de denunciar anonimamente fumadores em lugares públicos). Histórica na sociedade portuguesa, a sua influência nunca decairá por leis que a contrariem, mas pela reprovação social. Ora, nem leis nem (muito menos!) reprovação. O triste caso «póstumo» do SIMplex (e Regra do jogo) provou até como se recompensa quem denuncia (sem nada provar), como Carlos Santos fez. Hoje, fui a vez de O Jumento, pelos mesmos caminhos ínvios.No meio deste nojo (e muitos exemplos mais seriam possíveis, não só contra o Governo mas também em sua defesa, pervertida e contraproducente), não falta quem comece a ver o que dá a cultura do insulto fácil e da palmadinha nas costas que vira instantaneamente facada. Pena a demora, pena serem ainda tão poucos...»

No "Toniblair (R)", "A bufaria, no conceito democrático" por Elisiário de Figueiredo:

«Vem anunciado no ionline, logo em primeira página, os bufos não acabaram com o fim da ditadura, eles andam ai, aqui e acolá, eles estão nos jornais, nos partidos e até na blogosfera, e aqueles que mais “batem no peito” em jeito de “contrição de fé” são os maiores pecadores, seja lá isto o que for, já aqui o disse mas como nunca é de mais repetir aqui vai outra vez, aquilo que não conseguem pela via democrática querem conseguir por outras vias, mesmo que de forma duvidosa e fascista (já à muito não utilizava esta palavra).»

No "Jugular", "Jumentos e burros à séria" por Fernanda Câncio:

«uma das coisas boas deste tipo de notícias é fazer perceber exactamente como são feitas muitas das notícias (como aliás foi o caso das 'notícias' sobre o simplex e joão galamba publicadas no correio da manhã). para a maioria da blogosfera e para qualquer pessoa capaz de googlar e de encontrar o que há anos foi publicado sobre uma queixa sobre o blogue em questão -- o jumento --, aquilo que hoje faz capa do i surge como algo de completamente ridículo e gratuito.»

No "Terra dos Espantos": "A bufaria veio para ficar"

«A bufaria é um filão que está a dar e, por isso, não admira, que, com o novo conceito de deontologia profissional que por aí circula na comunicação social e que mais não é do que a sua própria negação, a bufaria esteja para ficar e durar.»

No "O Jansenista": "A Regra do Jogo: antes (no Palácio Fronteira) e depois (na redacção do i) (sic transit...)"

No "Jugular": "As letrinhas nossas amigas" por João Cóias:

No "A minha vida não é isto": "Jornalismo e jornalistas (II)" por João Pedro Henriques:

«Juro que tenho consideração pelo Paulo Pinto Mascarenhas (PPM). E sou comprador regular do "I". Mas a manchete de hoje é de uma pessoa se passar. Sinceramente, eu gostava de perceber qual é a relevância de denunciar ao mundo, com manifesto orgulho, que o "I" conseguiu descobrir um blogger português que a Interpol tinha tentado, em vão, encontrar. Ainda por cima quando se percebe depois, lendo o dito blogger - e não o "I", porque o tiro noticioso foi manifestamente na água, ou seja, completamente mentiroso - que o processo movido em tempos contra esse blogger no Fisco (onde trabalha) não foi arquivado por não o encontrarem mas sim porque as autoridades não detectaram matéria criminosa.»

NO "Activismo de sofá": "Solidariedade blogosférica", por João Ricardo Vasconcelos:

«Bem sei que o título do post é foleiro à brava, mas tenta apenas demonstrar solidariedade com o autor do blogue Jumento. De um dia para o outro, foi alvo de uma estranha manchete no Jornal i. O artigo desarquiva um caso há muito arquivado, aproveitando para acabar com o anonimato do autor do blog e referindo, sem grande sentido, o apoio a Sócrates nas últimas eleições.»

No "Lóbi do Chá": "i"nacreditável", por José Costa e Silva:

«Uma festa de judeus ulta-ortodoxos em Jerusalém. Ou o momento em que Paulo Pinto Mascarenhas “desmascarenhou” o seu primeiro blogger anónimo.»

No "Porta da Loja": "Os bufos do jornalismo", por José da Loja:

«O jornal i, na sua edição de hoje não arranjou melhor para manchete do que uma notícia decorrente de uma actividade de bufaria. Denuncia publicamente o nome, morada profissional e actividade do autor de um blog anónimo que circula por aí há muito tempo. E fá-lo na sequência de diligências próprias do jornal para a descoberta do autor do blog anónimo. »

No "Der Terrorist", "Blogue em papel", por José Simões:

«Novidade é o aparecimento nas bancas de um mau blogue editado em papel, de segunda a sábado, domingo não há porque é dia de missa e da família.»

No "A Barbearia do Senhor Luís", "Sai um prato de lentilhas para a mesa do canto", por Luís Tito:

«Parece que de repente alguma imprensa descobriu que durante a campanha eleitoral houve blogs de campanha eleitoral. Igualmente descobriu que esses blogs de campanha eleitoral eram escritos por gente ligada à política e às campanhas e, para escândalo dessa imprensa de nojo e do Pacheco Pereira, Ser superior que, por o ser é JPP e não um agente político, embora o Orçamento do Estado o pague como tal, esses blogs poderiam ter informação política e estratégia política.»

No "Câmara Corporativa", "Da blogosfera à fanzine do Grupo Lena", por Miguel Abrantes:

«O Jumento conta a história toda. Eduardo Pitta analisa o que significa esta porca miséria, em particular o crime de receptação praticado por Paulo Pinto Mascarenhas, ex-editor e agora “grande repórter” do i, que, ao desatar a esquadrinhar correspondência privada, mostra o que entende por “grande reportagem”.»

No "Sacode as Nuvens", "Paulo Pinto Mascarenhas e o nojo no "i"por Nanda das Nuvens:

«Cuidado “anónimos” com pseudónimos da blogosfera a patrulha macartista vigia e denuncia em terras lusas.»

No "Jugular", "O bufo" por Palmira F. Silva:

«Bufo é a palavra latina para sapo e designa actualmente os ditos da família Bufonidae. Como todos os anfíbios - palavra que, já agora, vem do grego amphíbios e significa «duas vidas» -, os bufos possuem glândulas espalhadas na pele que podem produzir secreções tóxicas ou alucinogénicas. Embora as bufotoxinas possam ter efeitos nefastos em muitos animais, nomeadamente causam hipersalivação seguida de diarreia em espécies inferiores, ao Homem apenas provocam vómitos.»

No "Léxico Familiar", "Canalhocracia" por Pedro Adão e Silva:

«Faço votos sinceros que os receptadores que andam entretidos a chafurdar nos mails privados que receberam (de uma mailing list de que faço parte), diligentemente entregues por um bufo, que dá pelo nome de Carlos Santos, façam bom proveito do que têm lido. No essencial, é isto que tenho a dizer. (para detalhes, o melhor é ler o Eduardo. claramente uma pessoa tolerante, paciente e condescendente e também o Luís.).»

No "Pátio das Conversas", "Portugal da bufaria" por Ricardo Sardo:

«Nunca a consideração do Bastonário da OA, Marinho Pinto, fez tanto sentido: a bufaria existe e está aí ao virar da esquina.

A notícia do jornal i, explicada e desmentida pelo visado (O Jumento, que nunca soube quem realmente era, mas sempre li e continuarei a ler com enorme interesse e prazer), só merece um adjectivo: nojo.

Ao contrário de outros, não confundirei o jornal com o "jornalista" autor da peça, pois existem muitos jornalistas sérios, honestos e competentes naquele jornal, desde logo pelo seu director. E quanto ao "jornalista", não farei qualquer comentário, pois penso que apenas merece desprezo...»

No "Arrastão", "Infâmia" por Rui Bebiano:

«Independentemente da consideração que possa ter pelas pessoas que durante a campanha para as Legislativas fizeram o blogue Simplex, nada me liga às posições políticas, quase sempre demasiado seguidistas e peremptórias para o meu gosto, que na altura a maioria delas foi afirmando. Mas não posso deixar de declarar publicamente a náusea que me causam comportamentos abjectos (ou marcados por uma ética “abaixo de cão”) como aqueles que Eduardo Pitta aqui descreve. Não quero ver a Internet apenas como uma selva, e acredito que nela é possível manter laços de confiança e de honradez que a humanizam enquanto espaço de comunicação e de intervenção cidadã. O inverso define quem o pratica.»

No "Defender o Quadrado", "O regresso do delito de opinião" por Sofia Loureiro dos Santos:

«Tenho já poucas palavras para descrever a indignação que o artigo saído hoje no i, com capa de primeira página, me causa.

As fronteiras foram ultrapassadas e é oficial a
caça às bruxas, em que as bruxas são todos os que fizeram campanha a favor do PS, os que defendem as políticas do governo, os que não alinham no novo desporto nacional – a devassa do que é privado, a colagem de retalhos de frases e de factos para se compor uma mentira, o reciclar de antigas hipóteses de escândalos em difamações

No "Metapolítica", "Época de caça ao socialista" por Tiago Barbosa Ribeiro:

«Associo-me inteiramente à vaga de repúdio que está a correr na blogosfera contra esta vergonha que o Paulo Pinto Mascarenhas, lamentavelmente, publicou.

Ao substituir o jornalismo pelo pura devassa inquisitorial da vida privada com motivações políticas, o jornal i perde hoje seguramente vários leitores e boa parte da sua credibilidade. »

No "Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos", "A devassa é uma arma da canalhocracia" por Tomás Vasques:

«Eduardo Pitta indigna-se – e bem –, a propósito da manchete do i de hoje, com o que considera «porventura, a manchete mais asinina do jornalismo português», onde uma não-notícia «revela publicamente a identidade de alguém que tem o direito a escrever sob pseudónimo.» A isto acrescenta a origem da «investigação» do i, concluindo: «Ao contrário da lenda, Roma sempre pagou a traidores.» E eu acrescento: trata-se de uma disfarçada perseguição por delito de opinião, iniciada por Pacheco Pereira e que Luís Novaes Tito não deixa escapar. Esta perseguição por delito de opinião (e os métodos policiais utilizados contra direitos individuais e de privacidade) é um modo de estar de revanchistas desesperados e constitui apenas um exemplo deste PREC invertido a que assistimos.»

No "Aspirina B", "Canalhocracia" por Valupi:

«É também ocasião para lembrar isto, que tinha deixado sem comentário. Trata-se do Mascarenhas a avisar a malta de ter enviado um email ao Valupi, não fosse acontecer-lhe alguma coisa má depois de tão arriscada missão e não haver suspeitos para interrogar. Ele cumpriu com o que anunciou, honra lhe seja feita: pediu-me a identificação, qual bófia de serviço. Tentei conversar com o sr. agente, mas o pavio era demasiado curto. Ele achava que eu tinha a obrigação de lhe responder sem fazer perguntas ou tecer comentários, estava cheio de pressa para concluir que me tinha apanhado – desistiu ao terceiro email. Ficou sem saber, por mim, o que pretendia. Mas, antes deste episódio, já o Mascarenhas me tinha oferecido um ambicioso título nascido da sua provável bravura: provavelmente o mais cobarde dos anónimos

No "Câmara dos Lordes", "Coisinhas boas" por Daniela Major:

«Isto do Jumento é bom. Será que nãohá nenhum agente da interpol que queira investigar o Miguel Abrantes? »

No "Manuelinhod'Évora", "Força" por afigaro:

«Irra! "mister jumento" dê-lhes coices, dê-lhes! Parte dessa malta, que vai perdendo referências de bons profissionais da informação, merecem! Também, de vez em quando, tenho a percepção, que há maltinha a chafurdar aqui neste meu cantinho do "manuelinho". Por vezes depende do tema escolhido! Que tal acontece, tenho a certeza que sim!...Faço um apelo aos blogueiros para não desistirem e que não tenham medo desse quarto poder, que dá pelo nome de comunicação social. Vivemos num País de Abril, a democracia teve um preço, a todos nós compete aperfeiçoá-la, empurrando »

No "Anti Tretas", "Ratazana de esgoto":

«Já me tinha apercebido que o PPM era um tipo insignificante, mas com esta notícia no “i” comprovei que o homem é mesmo uma “ratazana de esgoto” daquelas que a PIDE utilizava com muita frequência para justificar os bufos, tipo Carlos Santos!

Deixo aqui a minha solidariedade ao “Jumento” .

Abaixo os bufos e as ratazanas que os sustentam!»

No Macroscópio":

«Infelizmente, o Jumento tem razão. Procurou-se jogar com as palavras e associá-lo à Interpol (dei uma gargalhada matinal e mui pouco securitária!!), só que Portugal cresceu, ilustrou-se e também perdeu o medo. Os media - enquanto poderes fácticos - estão hoje num carrefour: por um lado, caminham a passos largos para a sua auto-implosão, vide o caso do sol, dirigido pelo sr. arqº que quer ser prémio nobel da literatura. O mesmo que ataca um banco e certos administradores desse banco porque cortaram o financiamento ao seu jornal; por outro lado, apoiam-se em certos blogues para arregimentarem fidelidades e leitores que depois se traduzem em interesses económicos num molotov explosivo. Muitos exemplos haverá em Portugal resultante dessa confusão e promiscuidade. Acresce o seguinte: as pessoas (algumas que fazem análise na blogosfera) além de terem já mais competências e serem mais inteligentes, cultas e preparadas, também não têm medo de falar, não implicando isso a violação de alguma lei ou princípio. O Jumento é odiado e traído por gente menor porque, precisamente, é o melhor espaço de análise e de criatividade social e política em Portugal, isso fez dele um coleccionador de ódios que hoje dão o ar da sua graça no pior sentido. »

No "Ideias Soltas", "Casos de Bufos e chibos de serviço" por Carlos Araújo Alves:

«Por razões que a decência desconhece, o jornal i entendeu fazer da divulgação do nome e emprego do autor do blogue ‘O Jumento’, o qual sempre se preservou através do anonimato, em manchete de 1ª página, cometendo um atentado à liberdade individual e à privacidade, pilares de qualquer democracia digna desse nome.»

No "Blog do Manel", "Amolar asfixia" por Manuel Ribeiro Escoural:

«Já não chegava a asfixia nas gargantas sentida nos discursos de alguns ditos impolutos, e em especial um deles que só de lhe ouvir a voz me irrito, agora temos mainatos se apresentam prontos e esforçados na acção, claro, a tentar pear o burro que anda ao coice por aí desde 2003?»

No "Anovis Anophelis", "Os cães de fila atacaram O Jumento" por Francisco Trindade.

No "Charquinho", "Nos fins como nos meios" por Shark:

«Claro sempre existiram os bufos, os chibos, os queixinhas e os cuscos capazes de meterem a boca no trombone e levarem a cabo inconfidências. Sempre existiram. Mas não passam a ser politicamente correctos só porque entretanto se multiplicaram ao ponto de quase fazerem parecer corajoso um acto que tresanda a cobardia, para além de constituir um rude golpe no tal pressuposto sem o qual um blogue colectivo, por exemplo, se torna inviável ou apenas intragável pela ausência de ligação entre os colaboradores desse trabalho.»

No "Cicuta", "Jornalismo Delator" por Cicuta:

«Denunciar quem denuncia os podres é um exemplo do pior, a esses chamo bufos e eles estão de regresso em força. Apoiam os mafiosos da OPUS DEI e os criminosos do BCP, não há duvida fica-lhes bem.O 'i' revelou-se um jornal bufo. É pena mas, além disso são estúpidos como se pode ler no denunciado 'Jumento'.»

No "Memória Virtual", "Liberdade de expressão?"

No "Dar à Tramela", "Bufaria no jornal i" por A.A. Barroso:

«O proprietário e editor de um dos melhores Blogues da nossa praça, "O JUMENTO, " sofreu um ataque de um rapazinho pertencente aos assaltantes do 31 da Armada, um tal Mascarenhas que também garatuja de vez enquanto umas coisas no i, certamente por obra e graça de algum tio que lhe proporciona o arranjinho, pois nem a escrever domina lá muito bem a pena,tio que lhe terá oferecido também a viagenzita ao Haiti apenas para aparecer na fotografia e regressar rápidamente com a aura de grande reporter... Pois num trabalho de pretensa investigação, sobre algo que nada tem para investigar., o rapazinho presta-se a um trabalho de pura bufaria que não dignifica o i nem o seu director Martin Avilez. Aliás julgava este bem mais sensato...»

No "Praça da República", "É dia de ler O Jumento" por João Espinho.

No "Machina Speculatrix", "Geni e o Zepelim" por Porfírio Silva:

«O polvo, entretanto, não ficou por aqui. Como está na moda, em certos círculos, empurrar para a clandestinidade qualquer suspeito de simpatia com um grupelho minoritário que, como é sabido, foi escorraçado da vida política portuguesa pelo povo soberano nas últimas eleições legislativas, “alguém” tinha de continuar a perseguição. O jornal i, talvez arrependido de se ter atrasado a dar vazão à correspondência roubada acima mencionada, decide dar uma lição a mais um radical livre. Denuncia, serviço público eminente, mais um extremista, provavelmente terrorista, talvez bombista suicida, mais um tipo que apoiou o PS nas últimas legislativas (ainda por cima, crime dos crimes, parece que apoiou o PS mas sem se coibir de criticar o PS, ou dirigentes da administração que parece que deviam ser pró-PS ou coisa assim). E encontrou a seguinte forma de original de proceder à limpeza: “denuncia” o autor anónimo do blogue O Jumento, uma entidade que também participou no SIMplex e, por isso, evidentemente a precisar de ser calada. Razão avançada para essa invasão da privacidade? Interesse público envolvido? Não, nada. Apenas isto, explicadinho bem claro: um monte de tolices.»

No "Fliscorno", "255 edições depois":

«Há vários anos que sigo as escritas d'O Jumento, umas vezes concordando, outras nem tanto. Desde há muito que sei que o autor é quadro das finanças, dito pelo próprio no seu blog. A notícia hoje no i acrescenta o nome do autor e recupera mais umas velharias inconsequentes saídas no Público em 2008 (queixa ao DIAP arquivada por este nada ter encontrado «que consubstanciasse violação do dever do segredo dos funcionários»). Acrescentou algo? Nope. »

No "O Amigo do Povo", "Do bode espiatório ao bufo espiatório" por Bruno Reis:

«Há jornalistas que não querem assumir que estão desesperados por escândalos para vender e por isso estão dispostos a sacrificar a ética e a qualidade do jornalismo, o direito de resposta e o contraditório. Portanto o que está em causa é a liberdade de expressão, a censura, o regresso da PIDE (ó a PIDE, neste país onde a liberdade de insultar o governo nunca foi tão grande!) Não são uns interesseiros, são uns heróis da democracia.»

REACÇÃO RASCA

Vale a pena ler o post do grande repórter Paulo Pinto Mascarenhas no seu "31 da Armada", mostra alguém sem argumentos e que não hesita em contradizer-se e recorrer ao golpe baixo das acusações de baixo nível.

Quanto às fonte o grande repórter não precisa de as revelar, entre os emails que trocou comigo e o que publicou essas fontes ficaram bem à vista, é uma questão de aritmética, dois mais dois são quatro. Acho bem que defenda as suas fontes, do mal o menos, defende quem o ajuda, mas olhe que cada vez que escreve, como sucede neste post, está a revelá-las. Não só acho bem, como até penso que é uma questão de saneamento básico, à falta de aterros sanitários para as tratar convenientemente e evitar que conspurquem mais este país conserve-as bem no seu armário.

Em relação ao email de um funcionário que eu reproduzi só tenho a dizer que tanto quanto me recordo foi remetido via rede da DGCI por um alto dirigente e continha ameaças e promessas de vingança, se é o email em que estou a pensar pois não me recordo de outro, o próprio dirigente da DGCI desafiou-me a reproduzi-lo. A minha norma é pedir autorização para publicar os emails que me enviam o que, naturalmente, não sucederá com os seus pois estou certo de que aceitará a regra da reciprocidade, se pode publicar as respostas eu tenho o direito de publicar as perguntas, enfim, fifty-fifty.

Quanto à sua repulsa pelo anonimato de que diz estar a ser subitamente glorificado limito-me a reproduzir um post que o grande repórter colocou:

«A memória é fodida
Ana Matos Pires
Eu sabia, eu tinha a certezinha absoluta da existência da coisa mas não dava com ela. De repente fez-se-me luz e descobri... é ler para crer.

Pois é, segundo o Jugular sabe, quem escreveu esta "
notícia" (cf. aqui e aqui para ler na integra) foi uma e a mesma pessoa que escreveu "compreendo anonimatos assumidos que decorrem dos perigos de se poder ser penalizado por informações que são relevantes. A América continua, felizmente, a ser a terra da liberdade", sob o magnifico título de "O país da liberdade vs. o país da delação"

Não senhor grande repórter, o que está a ser glorificado não é o anonimato, o que está a ser glorificado é a delação, a devassa de emails privados, o jornalismo por encomenda. Ou o email meu a que teve acesso foi-lhe enviado por mim? É evidente que como jornalista pode dizer que tudo é notícia, não me admiro, anda por aí muita gente a chafurdar em busca de notícias, temos um jornalismo pucilgueiro.

Se o senhor grande repórter anda tão motivado para ajudar a polícia a identificar "criminosos" procurados porque razão não dedica a próxima manchete do 'i' ao assalto por membro do seu blogue à CML?

Sabe qual é a diferença entre mim e o senhor? É que mesmo que eu tivesse provas que incriminassem o seus colegas de blogue e por maiores que fossem as diferenças políticas nunca os denunciaria, nem mesmo sob tortura.

ENRIC ESTARLÍ

BAND-AID