Semanada

Manuel Alegre reapareceu mas sem novidades, tratou-se de mais uma das reuniões gastronómicas da cidadania e conseguiu chamar a atenção da comunicação social recorrendo ao truque do costume, falar mal do governo do seu partido. Quem também apareceu foi Cavaco Silva mas para aproveitar o dia da limpeza para continuar a branquear a sua imagem com vista às presidenciais, sem discurso escrito pelos assessores lá disse as baboseiras do costume, com aquela voz trémula que nos faz recear que os tremeliques na mão sejam mais do que um tique.

Os candidatos à liderança do PSD saíram do congresso a falar mal do próprio congresso, quem os ouviu falar à saída ficou a pensar que travaram uma dura batalha em defesa da liberdade de expressão no partido mas ficaram derrotados. Outro que foi ao congresso bater-se pela liberdade de expressão com a mesma energia com que o faz quando luta contra a asfixia democrática foi Pacheco Pereira.

A nova Aliança Democrática, agora com a participação do Bloco de Esquerda, aprovou a segunda de mão da audição da Comissão de Ética, agora com o estatuto de comissão de inquérito que ninguém sabe muito bem para o que serve, a não ser Cavaco Silva que ainda antes dela ser aprovada já fazia depender o futuro do governo das suas conclusões.

Com a pontualidade do costume, ou seja, com anos de atraso o Vaticano condenou a “padrofilia” isso quando já todo o mundo a tinha condenado ao mesmo tempo que país a país o fenómeno vai ganhando dimensões incontroláveis. As lágrimas do papa não passam de lágrimas de crocodilo, só decidiu condenar o fenómeno com falsa firmeza quando percebeu que era a Igreja Católica no seu todo. Mas tudo vai ficar na mesma os padres pedófilos americanos continuam escondidos atrás da segurança das paredes da Cidade do Vaticano e as hierarquias encobridoras continuam nos cargos.