FOTOOGRAFIA JUMENTO
Alfama, Lisboa
FOTOGRAFIAS DOS VISITANTES D'O JUMENTO
Fé benfiquista em Santiago do Cacém (fotografia de H. Gomes)
IMAGEM DO DIA
[Eric Gaillard/Reuters]
«A PATIENT PUP: A dog waited as its owner voted in regional elections in Nice, France, Sunday. President Nicolas Sarkozy considered a cabinet shake-up Monday after leftists walloped his conservative UMP Party ahead of the 2012 presidential campaign.» [The Wall Street Journal]
JUMENTO DO DIA
Mota Amaral
Que Mota Amaral se disponha a presidir a uma comissão resultante de uma aliança entre o seu partido e a extrema-esquerda que apenas visa alimentar a coscuvilhice política à falta e melhor argumentos para fazer oposição ainda se entende, mas vir armado em virgem ofendida pedir a Jaime Gama que defenda a honra do parlamento posta em causa por críticas de José Sócrates ás motivações com que a comissão de inquérito foi criada já é demais.
Mota Amaral, que até diz que não ouviu Sócrates falar nem leu a sua entrevista, devia explicar aos portugueses, na condição de presidente da comissão parlamentar de inquérito, no que é que o primeiro-ministro foi ofensivo para o parlamento.
«Falando ontem ao DN, João Bosco Mota Amaral (PSD), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso "Sócrates/PT/TVI", resumiu à frase acima citada o seu comentário às duras críticas de que a comissão foi alvo por parte de José Sócrates no fim-de-semana, tanto
uma intervenção numa sessão do PS em Braga como numa entrevista ao Jornal de Notícias.
Mota Amaral escusou-se a comentar o conteúdo das intervenções do primeiro-ministro e disse mesmo não ter lido a entrevista ao Jornal de Notícias. Contudo, pela sua resposta, percebe-se que gostaria de ouvir Jaime Gama defender a Assembleia dos ataques de Sócrates. Este, na entrevista ao JN, considerou a criação da CPI um "um acto de profunda hipocrisia política" que apenas pretende "manter uma suspeição e instrumentalizar a Assembleia da República no ataque pessoal e político" contra si. Já na sessão de anteontem em Braga, Sócrates tinha a seu lado, precisamente, Jaime Gama, que participou no encontro socialista - o que nele é muito raro - para defender o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) entregue pelo Governo na Assembleia da República» [Diário de Notícias]
UM DEBATE ESCLARECEDOR
O debate entre os três, aliás, quatro candidatos à liderança do PSD foi muito esclarecedor, os militantes do PSD deveriam reunir-se para suspender as directas, convidar estes candidatos a retirarem-se e darem início a um novo processo eleitoral.
MAKING OFF DE UM ACIDENTE
O CASO EXEMPLAR DO PSD
«Ao PSD não parece interessar o facto de o País estar no meio de uma enorme crise económica, com a perspectiva até de mais quatro anos de parco crescimento e sem expectativas de qualquer alteração estrutural. Nem parecem interessar, também, os alertas de instabilidade política séria. Ou sequer os conselhos de quem, no passado, já comandou o partido, como os que foram deixados no congresso de Mafra por Marcelo Rebelo de Sousa ou Marques Mendes. Este fim-de-semana, os candidatos que lutam pela liderança social-democrata deram uma vez mais uma triste imagem do partido que representam a quem segue com os caminhos que vai seguir depois das directas.
O mote foi, agora, o caso das assinaturas de Aguiar-Branco. O candidato viu devolvida boa parte das que entregou na sede do partido para oficializar a candidatura. E teve de partir em busca de umas novas centenas para poder apresentar-se na corrida. Foi o suficiente para uma maré de intrigas. Ao invés de deixar o candidato resolver o caso, sucederam-se as acusações recíprocas entre as candidaturas. Se eram necessárias provas de desunião, elas aí estão.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Editorial.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
HÁ TONS QUE SÓ PEDEM ISTO: NÃO!
«Foi na sexta-feira, mas só ontem vi o vídeo. Parlamento, discutia-se Educação e o presidente Jaime Gama anuncia o orador: "Senhor secretário de Estado da Educação, João Trocado." O governante, nervoso, começa a falar sentado, mas levanta-se: "Senhoras deputadas... Senhores deputados..." Jaime Gama, ríspido, atalha: "Tem de se levantar e a fórmula é: senhor presidente, senhores deputados..." O orador retoma, atrapalhado: "Senhoras deputadas, senhores deputados..." Gama, ainda mais ríspido: "Não, não: senhor presidente, senhores deputados..." O outro: "Senhor presidente, senhores deputados..." Gama, que parece não ter ouvido: "Não, não, não lhe dou a palavra, tem de usar a fórmula regimental..." Era clara a vontade do secretário de Estado em aceitar as regras da casa; e, do outro lado, pelo tom e insistência, clara a prepotência nos píncaros da tribuna. No Parlamento, o lugar dos homens iguais. Eu, se fosse o secretário de Estado, teria dito: "Senhor presidente, não me chamo João Trocado mas João Torcato da Mata. E, já agora, não sou secretário de Estado, sou ex-secretário de Estado porque não quero comprometer o Governo no que lhe vou dizer: não admito que me fale assim." E saía porta fora. E se essa atitude acabava uma carreira política é porque, então, não vale a pena fazer política.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
A AGENDA
«Todos os políticos trabalham para condicionar a agenda. Uns melhor que outros. Os media têm algumas pretensões nesta matéria e ganharam a agenda em alguns dos últimos acontecimentos (Face Oculta, Freeport). Com a ajuda das cirúrgicas violações de escutas e dos sindicatos de magistrados e juízes. O Parlamento, trabalhando em diferido, raramente ganha a agenda. Por vezes os seus protagonistas bem fazem o possível. Até já tivemos recentes casos de personagens em queda de credibilidade, usarem o palco de uma comissão parlamentar para espectáculo. Resultou grotesco, apesar da permissividade ou inexperiência do presidente da comissão.
Um governo que consiga controlar a agenda, governa. É isso o que durante cinco anos enfureceu alguns media, até então habituados a derrubar governos (Guterres, Barroso, Santana Lopes). Maiorias relativas fragmentam o poder e as agendas são mais plurais na origem e mais pobres no conteúdo. É por isso que escasseando conteúdos que concorram em assertividade com os do Governo, alguns media tentam e conseguem arrastar alguma Oposição para a escatologia. Uma oposição que só alcança agenda nos pretensos escândalos, nunca será governo. É isso o que as sondagens lhe dizem, para desespero de comentaristas.» [Diário Económico]
Parecer:
Por António Correia de Campos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
XEQUE AOS REIS
«"Nenhuma câmara municipal portuguesa cumpre a lei no que diz respeito ao tempo que o semáforo das passadeiras deve permanecer verde para os peões." Assim arrancava a reportagem de Aníbal Rodrigues no PÚBLICO de ontem. Nem uma? Nenhuma. É por isso que os velhotes são obrigados a empregar uma complexa linguagem gestual quando se atrevem a usar uma passadeira. Uma mão pede para não atropelar; a outra agradece antecipadamente a fineza.
A terminologia diz tudo. No tabuleiro do trânsito, como no xadrez, os peões são peões e as viaturas são cavalos (cavalos), bispos (bicicletas), torres (motas), damas (camiões) e reis (carros). A palavra "automóvel" deveria usar-se para quem se movesse por si próprio: os peões. Os ditos automóveis precisam de combustível e sei lá mais o quê para se moverem. Enquanto se chamar peões aos peões, os reizinhos da estrada continuarão a sacrificá-los. É preciso uma palavra mais digna e moderna, como biomarchantes ou andarilhos verdes: seres humanos que escolhem a marcha para poupar o planeta.
Instalem-se pre-semáforos a 50 metros da passadeira, para os carros pararem longe dos atravessantes. São os motoristas que incomodam os marchantes. Tornam qualquer passeio num estorvo. Deveriam ser eles a agradecer aos peões ("Obrigado por desimpedir a estrada, amigo!"). Em Portugal é ao contrário e muitos motoristas ofendem-se se o peão não agradece, arrancando à Alonso. Há que multar qualquer má criação ao volante.» [Público]
Parecer:
Por Miguel Esteves Cardoso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
NOVA OFENSIVA DE GREVES DO PCP
«Os trabalhadores da CP, CP Carga, Refer e EMEF iniciam à meia-noite uma greve de 24 horas contra o congelamento dos salários que, segundo o sindicato, terá um "impacto significativo na circulação" dos comboios.
"Pensamos que vai ser uma greve com um impacto significativo na circulação", disse à Agência Lusa José Manuel Oliveira, coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), que convocou a paralisação. » [Jornal de Notícias]
Parecer:
Começo a ter pena dos trabalhadores que apoiam as greves promovidas pelo PCP, contribuem com milhões de euros para nada.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
CORAGEM?
«O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje que a carta pastoral que o Papa enviou aos católicos irlandeses sobre o escândalo de pedofilia que envolve o clero daquele país “mostra coragem”.» [Público]
Parecer:
Para o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa é tomar posição quando deixou de ser possível abafar, não entregar os padres pedófilos à justiça e nada fazer pelas vítimas. Se isto é coragem o que será cobardia?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «pergunte-se ao porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa o que entende por cobardia.»
ALBERTO JOÃO JARDIM JÁ FALA EM ALIANÇA COM SÓCRATES
«O presidente do Governo Regional da Madeira, em entrevista à Rádio Renascença, falou da sua aliança com o primeiro-ministro José Sócrates, nos aspectos que considerar “justos” para o país, mesmo que “seja contra o PSD”.
Jardim afirmou que ficou “surpreendido, pela positiva” em relação às posições tomadas por José Sócrates após a catástrofe na Madeira. “O problema não era entre o primeiro-ministro e a Região Autónoma da Madeira, o problema era de quem envenenou Sócrates para tomar determinadas atitudes, que hoje se vê que não estavam certas”, disse.» [Público]
Parecer:
Isto é um sinal evidente de que Alberto João Jardim está convencido da derrota de Paulo Rangel e está já a tratar dos seus interesses.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Alberto João qual é o seu palpite para as directas do PSD.»
VOGUE