Numa semana dominada pelo PSD seria de esperar que fossem dias de grande liberdade de imprensa, até porque por estes dias o parlamento assistiu à aliança entre o PSD e o BE para aprovar a comissão de inquérito ao negócio da TVI. Para os jornalistas foi, portanto , uma semana de liberdade de imprensa, a entrevista de Judite Sousa poderia passar a ser o modelo de entrevistas a políticos e o trabalho dos jornalistas no congresso do PSD um modelo de acompanhamento de actividades partidárias. Se todas as entrevistas corressem tão bem como a que Cavaco Silva deu a Judite Sousa era indiferente se fossem os políticos ou os jornalistas a elaborarem a listas de perguntas. Se os congressos partidários fossem acompanhados com sucedeu com o do PSD podia-se equacionar a hipótese de os jornalistas destacados para os congressos passarem a ter direito a voto na escolha dos líderes políticos. No caso das actuais directas do PSD se fossem os jornalistas a escolher seria certo que Paulo Rangel ganharia por unanimidade.
Esta foi também a primeira semana pós- Face Oculta pois os nossos magistrados e jornalistas mais dedicados ou não tiveram mais filmes para a troca ou decidiram antecipar a operação Limpar Portugal e optaram por não conspurcar a democracia portuguesa. Enquanto o caso Face Oculta se vai ocultando renasce o caso Freeport vai renascendo, talvez por influência da época alta do turismo, por este andar ainda alguém se lembra de propor um TGV entre Lisboa e Londres, com tanto procurador a viajar entre Londres e Lisboa será uma linha bem mais rentável do que a que ligará Lisboa à capital espanhola.