segunda-feira, março 14, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Flor (4 mm) numa parede da minha rua, Lisboa

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Luta entre gaivotas [A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

Francisco Assis, líder parlamentar do PS

Aceita-se que o governo do PS avance com mais um programa de austeridade por sua iniciativa e sem o negociar com nenhum partido da oposição, o que não faz sentido é que Francisco Assis coloque o ónus da instabilidade política no PSD por este partido não apoiar esse programa, como se as decisões governamentais fossem todas de inspiração divina a partir do momento em que são necessárias ou mesmo indispensáveis para superar uma situação de que o mesmo governo é responsável.

«O líder parlamentar do PS, Francisco Assis, admitiu hoje em Aveiro que a estabilidade política em Portugal "está posta em causa", devido à posição assumida pelo PSD face ao novo Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, já afirmou que o seu partido "não vai discutir nem negociar as medidas de um novo PEC", que foram apresentadas na passada sexta-feira.

Face à posição do PSD, Francisco Assis diz que, neste momento, "a estabilidade política em Portugal está posta em causa", adiantando que "há um novo quadro político-parlamentar que exige uma grande reflexão por parte do PS".

"O PS tem de avaliar com rigor e com objetividade esta nova situação política. O Governo, o grupo parlamentar e os órgãos do partido têm que, nos próximos dias, ponderar seriamente esta nova situação criada na vida política portuguesa", explicou.» [DN]

O MODELO E OS ESPIÕES

«Além das imagens japonesas que tornam amadoras as que vimos nos cinemas sobre catástrofes, há outro género de Hollywood sob forte concorrência da realidade: os filmes de espionagem. Em Janeiro foram demitidos três altos quadros da Renault, em França. Acusação: venderem segredos a empresas chinesas. Abriu-se um conflito internacional e o ministro da Indústria francês falou em "guerra económica". Os três quadros trabalhavam no Technocentre, fábrica de ponta nas Yvelines, onde se inventa o protótipo da Renault para automóveis eléctricos. A empresa já investiu quatro mil milhões de euros nessa inovação, foi precursora e os últimos tempos mostraram que a sua ousadia estava certa - hoje nenhuma grande marca ignora o automóvel eléctrico. O interesse da "espionagem chinesa" parecia confirmar isso tudo. A Imprensa francesa publicou os números de contas, no estrangeiro, dos "traidores"... Mas, há dias, começaram a correr zunzuns: o inquérito derrapava. Depois, soube-se que as tais contas bancárias eram falsas. Entretanto, a Renault já pagara 350 mil euros a um informador secreto que só os dois detectives que alimentavam a empresa com as hipóteses de "espionagem" conheciam. Agora, a Renault já fala da hipótese da empresa ter sido manipulada e integrar os demitidos. Última notícia: os dois detectives foram detidos. O modelo eléctrico da Renault deveria chamar-se "Holofotes", em homenagem à inspiradora Hollywood. » [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes

CRISE NUCLEAR NO JAPÃO

«O Governo teme uma nova explosão na central nuclear de Fukushima I, ao mesmo tempo que decretou o estado de emergência numa segunda central.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou hoje que as autoridades japonesas decretaram o estado de emergência numa segunda central nuclear, em Onagawa (a norte de Fukushima) também afectada pelo sismo.

Isto depois de o Governo japonês ter assumido esta manhã que possa ter já acorrido uma fusão parcial dos bastões de combustível em dois reactores da central de Fukushima I, que fica a 270 km a norte de Tóquio, devido a falhas nos sistemas de refrigeração.

Ontem, uma explosão destruiu o edifício onde se encontra o reactor número um. E as autoridades temem que o mesmo suceda no reactor número três da central Fukushima I.» [DE]

Parecer:

Para além das consequências económicas que pode vir a ter, este acidente nuclear coloca muitas interrogações em relação à opção nuclear em regiões com elevado risco sísmico.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela evolução dos acontecimentos.»

O TEJO AINDA NÃO ESTÁ LIMPO

«Em Janeiro, os esgotos de 120 mil habitantes de Lisboa deixaram de correr para o Tejo. Houve festa, com fados e uma regata de canoas típicas. A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, anunciou que o estuário estava "totalmente livre" de águas residuais não-tratadas.

Não é bem assim. Olhando-se para trás, o Tejo está hoje muito melhor. Mas ainda há zonas onde os esgotos urbanos correm sem tratamento para o rio. A poluição causada pelas explorações pecuárias ainda não está resolvida. Nos sedimentos do estuário, estão acumuladas grandes quantidades de metais pesados. Há afluentes que permanecem poluídos.

Dizer se um estuário tão grande e com tantos usos diferentes como o do Tejo está poluído não é, porém, tarefa fácil. O Tejo tem, por exemplo, grandes quantidades de nutrientes que, em determinadas condições, podem causar a proliferação de algas, cuja decomposição consome o oxigénio necessário para outros organismos. Mas, no estuário, que tem águas escuras devido à quantidade de sedimentos em suspensão, isto não acontece. "Se o estuário não fosse turvo, ficaria verde num instante", diz o investigador Ramiro Neves, do Instituto Superior Técnico. » [Público]

JAPAN EARTHQUAKE AFTERMATH [Boston.com]

LIVIU BURLEA-BURLIOZ