segunda-feira, março 21, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Pormenor de flor do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

Gafanhoto [A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

José Sócrates

cc

«Governo convocou para as 17:00 de hoje um Conselho de Ministros extraordinário que terá a actualização do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) na ordem de trabalhos, revelou hoje fonte do Executivo.

Além do PEC, no Conselho de Ministros, agendado hoje, os elementos do Governo vão discutir as conclusões do Conselho Europeu do passado dia 11, bem como a nova reunião deste órgão, agendado para 24 e 25 de Março.

Segundo fonte do Executivo, não está previsto briefing para os jornalistas no final da reunião. Segunda-feira, o Governo vai ouvir os partidos sobre as novas medidas de austeridade, seguindo-se reuniões com os parceiros sociais.

A decisão de agendar este Conselho de Ministros foi tomada na sequência de várias acusações mútuas entre o Governo e o principal partido da Oposição (PSD) quanto a eventuais compromissos já assumidos por Portugal junto dos parceiros europeus no âmbito do PEC.» [DN]

OS ÚLTIMOS DE FUCOXIMA

«Desta vez, os kamikazes não são os que vêm pelos ares. Estes esvaziam a água sobre os reactores e regressam ilesos nos seus helicópteros. Desta vez, os que se sacrificam, sabendo que se sacrificam, estão no solo, e lá continuam com a única compensação de um dia terem um filme: "Os Últimos de Fucoxima." Mas para os seus compatriotas eles já conseguiram um certo controlo na escalada de perigo da central nuclear. As leituras de radiações diminuem, já se acredita que se está na fase de enterrar o pesadelo - a prova veio ontem em todos os jornais: as manchetes abandonaram o Japão, partiram para a Líbia. Fucoxima, grau 5, não chegará ao máximo, grau 7, de Chernobil. Graças aos 50. Tão anónimos que nem se sabe se serão esse número, talvez sejam 200 a trabalhar por turnos. A trabalhar tão depressa que nem deu tempo para o mundo lhes organizar o espectáculo: dar nome e cara a cada um. Os 33 mineiros do Chile tiveram mais e, na escala dos heróis, fizeram menos. Os chilenos foram admirados pela sua coragem mas, afinal, lutavam por eles. Os 50 (ou lá quantos são) de Fucoxima, não; por eles o que fazem são doenças terríveis e certas. E nem têm aquele lenitivo que faz os heróis saltar as trincheiras, ou para comparação local e colorida, os kamikazes atirar os seus aviões contra os alvos - a morte breve e gloriosa. Os de Fucoxima são heróis pacientes, que fazem porque tem mesmo de ser feito.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

AGARRA-ME SENÃO BATO-LHE

«Paulo Portas demarcou-se esta manhã, na abertura do congresso do partido em Viseu, das políticas do PSD. Sem nunca referir o nome do líder do principal partido da oposição, Portas respondeu a Passos Coelho. O presidente do PSD não defende uma coligação pré-eleitoral entre os dois partidos: "Não querem aceitar a nossa influência antes, terão de aceitar a nossa influência depois", disse Portas. Uma posição que rompe com a possibilidade de um entendimento prévio entre os dois partidos para o caso de haver eleições antecipada a curto prazo. E Portas justificou dizendo que sabe que vai ter essa influência apoiado "por milhares de portugueses" que "estão cansados de votar nos mesmos para depois os mesmos sucederem aos mesmos". Por isso, defendeu num directo apelo ao voto: "É aqui que o voto tem de ser reforçado".» [i]

Parecer:

Portas rejeita coligação pré-eleitoral depois desta ser recusada pelo PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

CAMPOS E CUNHA ANEDÓTICO

«Luís Campos e Cunha abandonou o primeiro governo de José Sócrates quatro meses depois da tomada de posse porque tinha “também” uma visão completamente díspar do rumo financeiro a dar ao país. Em entrevista ao i, o ex-ministro das Finanças é muito critico em relação ao seu sucessor, garantindo que Teixeira dos Santos se afastou “voluntariamente” de muitas decisões que levaram ao “descontrolo da despesa em 2010”. Depois das eleições defende uma coligação entre PS e PSD sem Sócrates, porque o primeiro-ministro “faz parte do problema, não da solução”.» [i]

Parecer:

Se bem me recordo a queda de Campos e Cunha começou muito antes, ainda antes de tomar posse quando deu uma entrevista à TSF onde dizia o contrário do que tinha dito Sócrates, a causa mais próxima da saída foi a pensão absurda que ganha à custa do Banco de Portugal.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se a grande coragem de Campos e Cunha, é de homens corajosos como este que o país precisa.»

GLENNV



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