quarta-feira, março 23, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Fuinha-dos-juncos [Cisticola juncidis], Lisboa

IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO

"A propósito do incêndio político" [A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

Marcelo Rebelo de Sousa

Ouvir o "professor" Marcelo falar numa coligação do PS com o PSD ou vice-versa quase sabe a música nestes tempos de crise, mas ouvi-lo dizer que primeiro se deve aprovar o PEC e depois ir para eleições só merece uma gargalhada. Então o senhor professor não sabe que para derrubar o governo o seu PSD pode muito bem ter a iniciativa de apresentar uma moção de censura?

Começa a ser evidente que a direita quer uma crise sem a assumir e o que Marcelo Rebelo de Sousa pretende é inocentar o seu partido e como se torna evidente que o chumbo do PEC conduz ao FMI pretende a todo o custo evitar aquilo que há muito sugere, se fosse o PS a chamar o FMI tudo bem, mas se a crise provocada pelo PSD implicar a bancarrota já não lhe interessa. Enfim, pimenta no cu dos outros para Marcelo Rebelo de Sousa é refresco.

«O comentador político Marcelo Rebelo de Sousa defendeu hoje uma solução de Governo "de três partidos" para aplicar um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) em que haja "acordo mínimo".

Questionado pelos jornalistas à margem da comemoração dos 100 anos da Universidade de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que vai "esperar até ao fim" pelo desenrolar de uma eventual crise política, defendendo que o primeiro-ministro deve garantir que há condições "para viabilizar um PEC em que seja possível um acordo mínimo e ir a seguir para eleições".

"Logo se vê quem executa o PEC. Era bom que o Governo que execute o PEC possa ser um Governo de três partidos: PS/PSD ou PSD/PS, conforme a escolha dos portugueses, e CDS", apontou.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "a situação é tão complicada que por um período curto de tempo, dois ou três anos, deve haver uma coligação muito ampla para salvar Portugal", acrescentando que acha isso "não só possível, mas desejável".» [DN]

O OVO NO CU DA GALINHA

A direita está tão convencida da vitória eleitoral que se comporta como se tivesse já com o ovo no cu da galinha, estão todos convencidos da vitória eleitoral que alguns mais incautos já se imaginam com maiorias constitucionais. Esquecem três pequenos pormenores, Sócrates é infinitamente superior a Pedro Passos Coelho, o líder do PSD vai ter que assumir a responsabilidade política pelas consequências da sua estratégia e as sondagens eleitorais feitas em Portugal ou são mal conduzidas ou pouco honestas.

Pedro Passos Coelho vai ser derrotado no debate com Sócrates e no confronto político a que se vai assistir até ao dia das eleições, vai ter de enfrentar acusações de irresponsabilidade, inclusive algumas que chegarão do estrangeiro, vai ter que assumir algumas parvoíces que tem defendido como foi o caso do seu projecto de revisão constitucional. E em cima de tudo isto corre o risco de as sondagens que agora lhe dão a vitória estarem tão certas como as que davam mais de 60% dos votos a Cavaco Silva.

Coligado com o CDS o PSD ganha deputados mas perde votos para a esquerda, não coligado enfrenta um líder mais capaz do que o seu e perde votos para a direita. Corre um sério risco de perder as eleições ou ganhando-as não conseguir uma maioria absoluta, mesmo com uma coligação pós eleitoral com o CDS. O último líder do PSD a vencer eleições foi Durão Barroso e foi forçado a coligar-se com os resultados que se viram. Sucede que Durão Barroso inspirava muito mais confiança aos eleitores do que a que inspira Pedro Passos Coelho.

São poucos os portugueses que acreditam nas capacidades do líder do PSD, que acham que sabe o que quer ou que está à altura das circunstâncias. Veremos se os que nas sondagens dizem preferir o PSD o vão fazer nas urnas sabendo que estão a escolher Passos Coelho para primeiro-ministro.

UM APELO ANGUSTIADO

«Há razões para admitir que a próxima Cimeira da União Europeia, que se realizará em Bruxelas, nos dias 24 e 25, quinta e sexta-feira, vai ser decisiva para o futuro da Europa e do euro. A agenda, pelo menos, é indiscutivelmente importante e se for cumprida, como se espera, representará um passo em frente no projecto europeu, há tantos meses paralisado.
Com efeito, para além dos problemas da actualidade, como: a tragédia que vive o Japão e que merece toda a solidariedade internacional possível, depois do sismo e do tsunami que arrasaram cidades inteiras e dos perigos subsequentes, resultantes da proliferação das partículas nucleares, dada a explosão de várias centrais atómicas; e do genocídio intolerável a que tem estado a ser sujeita a população da Líbia, pela acção do ditador Kadhafi e dos seus mercenários, ter sido in extremis parada pela condenação do Conselho de Segurança da ONU e a consequente intervenção aéreo-militar dos Estados Unidos e de alguns países europeus, como a França.

Assim, para além destas - e outras - questões de actualidade, a agenda europeia, da próxima Cimeira de Bruxelas, irá debater: a reforma do Governo Económico da União Europeia; o reforço do pilar euro, mediante a criação de um Pacto sobre o euro; a criação dos mecanismos de estabilidade financeira, com capacidade para valer aos países europeus em crise, como é o caso português e outros; e, finalmente, definir uma estratégia europeia para o crescimento do emprego, sem o que cairão na recessão, criando planos nacionais, para os Estados membros do euro. Temas estes da maior importância para a União, que demonstram que os grandes líderes, como a Alemanha, a França e outros, começam a compreender que alguma coisa tem efectivamente de mudar.

Sabemos que a esmagadora maioria dos Estados da União têm Governos conservadores, alguns ultra-reacionários, com uma cultura neoliberal e economicista. Mas a força da realidade - e da crise, que está longe de ter passado - tem muito peso. Contudo, não há países a querer desertar da Zona Euro. Pelo contrário, alguns Estados, como a Polónia e a Hungria, entre outros, querem integrar-se, quanto antes, na Zona Euro e estão em curso negociações nesse sentido.

Imaginem pois os leitores que é neste momento, tão decisivo para a União - e consequentemente para Portugal -, e depois da reunião polémica que o primeiro-ministro Sócrates teve no dia 12 em Bruxelas, onde realmente conseguiu algumas garantias públicas das instituições europeias e da própria chanceler Merkel, que se desencadeou uma guerrilha partidária à portuguesa, que parece conduzir à queda do Governo e, portanto, a um vazio de poder, por dois ou três meses, precisamente quando o nosso próximo futuro se vai jogar. Com que autoridade, para negociar vantagens para Portugal, se irá apresentar em Bruxelas o primeiro-ministro português?

Não interessa agora discutir, do meu ponto de vista, a quem cabem as culpas do impasse criado. Quando há conflitos partidários, geralmente, as culpas são quase sempre, mais ou menos, repartidas. Vamos, de resto, ouvir, na campanha eleitoral que, ao que parece, infelizmente, se vai abrir, essa discussão interminável. Para quê? Talvez, para não termos tempo de tratar do essencial, o problema que mais aflige o Povo Português: como sair da crise, financeira e económica, em que estamos mergulhados? Será sensato, assim, sejam de quem forem as culpas, acrescentar-lhe uma crise política? Será que alguém pensa, em consciência, que a nossa situação vai melhorar, por ignorarmos durante mais de dois meses a crise que hoje nos aflige - a todos - lançando--nos numa disputa eleitoral, ganhe quem ganhar - PSD ou PS - haja ou não coligações, à direita ou à esquerda?

Depois, o CDS/PP vai estar contra o PSD, a disputar-lhe o terreno, palmo a palmo, como se percebeu no Congresso de Viseu. Os Partidos da extrema-esquerda radical não se entendem, como se tem visto, mas estarão ambos contra Sócrates, o que só o reforça, no interior do PS. Mas nenhum partido quer realmente deitá-lo abaixo. Para ficar pior? Quer fritá-lo em lume brando, o que é diferente. Com a excepção, talvez, de Passos Coelho, porque está, cada vez mais, a sofrer pressões internas nesse sentido.

Quando o País acordar dessa campanha eleitoral, que só desacreditará os Partidos - os políticos e o País - quem terá condições efectivas para governar e nos tirar da crise? E por quanto tempo? Passos Coelho? Outra vez, Sócrates? À beira da bancarrota, o Povo Português estará então, desesperadamente, a pedir um governo de salvação nacional ou até: um salvador (que felizmente parece não ser fácil encontrar) visto não estarmos nos anos trinta do século passado...

No meu modesto entender, só uma pessoa, neste momento, tem possibilidade de intervir, ser ouvido e impedir a catástrofe anunciada: o Senhor Presidente da República. Tem ainda um ou dois dias para intervir. Conhece bem a realidade nacional e europeia e, ainda por cima, é economista. Por isso, não pode - nem deve - sacudir a água do capote e deixar correr. Como se não pudesse intervir no Parlamento - enviando uma mensagem ou chamando os partidos a Belém - quando estão em jogo, talvez como nunca, "os superiores interesses nacionais". Tanto mais que, durante a campanha eleitoral para a Presidência, prometeu exercer uma magistratura de influência activa. Não pode assim permitir, sem que se oiça a sua voz, que os partidos reclamem insensatamente eleições, que paralisarão, nos próximos dois meses cruciais, a vida nacional, em perigo iminente de bancarrota.

Se não intervier agora, quando será o momento para se pronunciar? É uma responsabilidade que necessariamente ficará a pesar-lhe. Por isso - e com o devido respeito - lhe dirijo este apelo angustiado, quebrando um silêncio que sempre tenho mantido em relação ao exercício das funções dos meus sucessores, no alto cargo de Presidente da República.

E, já agora, seja-me permitida uma última nota. Também não me agradou nada o exemplo que o Senhor Presidente deu aos nossos jovens, apontando-lhes os também então jovens, que se bateram - a maior parte deles forçados - nas guerras coloniais do salazarismo. Inúteis, como se viu, obsoletas e altamente prejudiciais para Portugal. Foi uma forma de esquecer o sentido essencial do 25 de Abril que, aliás, tantas vezes, elogiou - e bem - nos últimos anos. Podendo, com este exemplo infeliz, lesar as excelentes relações que temos vindo a construir, no quadro da CPLP. Sobretudo, quando essas relações nos são tão necessárias, no momento de crise que atravessamos.» [DN]

Autor:

Mário Soares.

O ROMANCE QUE UNE O PA E O PSD

«Isto está em cacos, PS e PSD não se entendem. Ambos estão conscientes sobre a gravidade da situação financeira, mas tirando a comum justificação do divórcio - "a culpa da crise política é tua", "não é, não, é tua!"... - nenhum cede. Uma algaraviada em pingue-pongue (ontem ouviram-se, entre outros, os socialistas Luís Amado e Jorge Lacão e os sociais-democratas Miguel Relvas e Passos Coelho), tanto mais extraordinária quanto nenhum dos lados, cada um acusando o outro, é capaz de apontar uma solução. Ou, apontando-a, é do tipo "a broad coalition for change", como escreveu ontem o PSD num documento, admitindo que isto só lá vai em estrangeiro. O problema é que aquelas esquisitas palavras traduzidas dão esta quimera: "Ampla coligação para a mudança." Eu também queria conhecer a próxima chave do Euromilhões, mas suspeito de que não a vou ter. Nem ninguém vai conseguir ampla coligação. A não ser... Li no blogue Perplexo, do jornalista Couto Nogueira, que foi lançado o romance A Terra Toda, de outro jornalista, José Manuel Saraiva. Cito as presenças: Dias Loureiro (que apresentou o livro), Rui Pereira, ministro das polícias, Jorge Coelho, ex-homem forte do PS, Miguel Relvas, actual porta-voz do PSD... Afinal sempre é possível a convivência. No romance, o protagonista apaixona-se pela sua psicanalista. É, pode estar aí a solução. » [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.

A CRISE POLÍTICA MAIS ESTÚPIDA DE SEMPRE

«Conhece a expressão "morrer na praia"? Esqueça. Portugal chegou à praia, viu lá um poço e atirou-se. Os donos da praia, que tinham o posto de S.O.S em alerta, nem querem acreditar nos seus olhos. Em vez da maca para doentes, atiramo-nos para a cama de pregos dos faquires. Estas eleições não são um suicídio, são um homicídio.

Estamos nisto desde Outubro, escapámos por um triz à entrada do FMI em Novembro, o BCE e a Comissão Europeia emprestaram-nos dinheiro e tolerância para ganharmos tempo e entrarmos já na nova forma de ajuda externa, menos intrusiva e cara do que a grega e irlandesa. E Portugal, depois de cinco meses de resistência, de negociação e de ajudas, chega à véspera da Cimeira Europeia e fica sem Governo. Na véspera! É inacreditável, é lamentável, é irresponsável. Salve Luís Amado, o dissonante, o esclarecido, o isolado, que em Bruxelas, Frankfurt e Berlim conhece o sabor do pão que o diabo tantas vezes amassa.

Desde que tomou posse que este Governo está a prazo. Por isso Sócrates constituiu um Executivo manso, por isso negou evidências, por isso faz jogos de palavras com uma notável capacidade de esquecer o que disse antes que faz de qualquer amnésico um homem sempre actualizado. Mas é este o Governo que está eleito pelos portugueses, é a este Governo que tem de cumprir a função de governar.

Estas eleições são um crime porque acontecem no pior dia possível, ameaçando o sucesso da própria cimeira do euro que nos ia acudir. Estas eleições são um crime porque Portugal tem até Junho dez mil milhões de euros para pedir emprestados, porque a banca está em stress, porque as empresas públicas estão a ficar sem dinheiro. Estas eleições são um crime porque vão produzir meses de foguetório político para eventualmente chegar a minorias e inviabilidade negocial entre PS e PSD. Estas eleições são um crime porque são contra o interesse nacional, contra os portugueses, contra a sensatez. Se é crime, há culpado e não é preciso jogar Cluedo: Sócrates foi o primeiro responsável por esta crise política, como admitiu ontem Luís Amado, fosse por calculismo político ou por cegueira não ensaiada. Passos Coelho podia ter evitado a crise, se engolisse outro elefante, e pode mesmo perder nestas eleições o que ganharia noutras daqui a mais tempo. Ou seja: depois da ajuda externa que ainda não chegou mas já partiu.

Portugal está mentalizado para eleições, mas não está preparado para eleições. Só um milagre de último minuto pode evitá-las. Sim, um milagre, porque estão cruzadas as únicas duas mãos humanas mandatadas para travar esta imolação política regada com gasolina da demência. Cavaco Silva é Presidente da República. É sua função zelar pelo regular funcionamento das instituições. Talvez o Presidente ainda nos surpreenda. Talvez nos mostre que as suas palavras na tomada de posse não eram vistosos invólucros de pólvora seca. A impotência não é uma função, é uma resignação.

Vamos para a sétima eleição antecipada desde 1979. Os países estáveis têm eleições de quatro em quatro anos, Portugal tem uma eleição antecipada de quatro anos e meio em quatro anos e meio. Ninguém se governa assim. Entretanto, há um PEC IV, que tem de ser mais do que o PEC que fica entre o III e o V. Caro Eng.º Sócrates, governe; caro Professor Cavaco, presida. De outra forma, não somos apenas nós que não merecemos ir a eleições, são os senhores que não merecem ser eleitos.

Quem diz que a economia dominou a política não conhece Portugal.» [Jornal de Negócios]

Autor:

Pedro Santos Guerreiro.

O MEXILHÃO

«Les jeux sont faits". Os partidos fizeram as suas apostas, reduzindo o presidente da República à função de "croupier". Todos chegaram à conclusão de que seria impossível reunir as condições que poderiam evitar o recurso à ajuda externa. Um acordo patriótico que garantisse o empenho do país, pelo tempo necessário, num rumo de correcção dos desequilíbrios e de relançamento do crescimento está, por agora, fora de questão.

Para a Oposição, Sócrates é o empecilho. Por convicção ou como pretexto. Sócrates deu-lhes razões mais do que suficientes, a última das quais quando decidiu experimentar a receita de Manuela Ferreira Leite de suspender a democracia, ainda que só por um dia ou dois. Como corolário, lógico e pérfido, Passos Coelho ficou sem saída, ou melhor, sem outra saída que não a de recusar qualquer tipo de beneplácito às medidas anunciadas pelo executivo. Sócrates sabia de antemão ser essa a consequência inevitável, como sabia ser este o tempo certo para ainda manter alguma hipótese de sobreviver na lotaria eleitoral que se seguirá. Percebeu a táctica do PSD de o deixar queimar em lume lento e resolveu ser ele a ditar as leis do jogo ou, pelo menos, o seu calendário.

Alegando um conhecimento de condições internacionais que ninguém mais terá, propôs um novo PEC e mais umas quantas medidas duras e impopulares, muito provavelmente tornadas indispensáveis pela conjuntura económica e política. Simulou desprendimento e invocou sentido de dever, trunfos que vai usar, como só ele sabe, na campanha eleitoral. Partindo em desvantagem nas sondagens, Sócrates vai para o combate com um suplemento de alma e com argumentos que o PSD não tem: as nossas propostas mereceram o reconhecimento internacional, ainda assim estávamos abertos a negociá-las e dispostos a todos os sacrifícios pelo bem do país - só isso nos move!

Sócrates sabia que iria apanhar Passos Coelho a meio do caminho, sem programa nem equipa. Terá de acelerar a elaboração do primeiro, dando-lhe coerência e diferenciando-o das propostas do PS. Não é fácil. Tendo recusado subscrever o PEC4, qualificando-o de injusto, o PSD vai ter de apresentar alternativas. Não pode começar por mentir, dizer que não faria o que acabaria por fazer. Entre as suas múltiplas clientelas eleitorais, algumas vão ficar melindradas. O mesmo se diga, no que toca à constituição das listas e da putativa equipa governativa, mas agora das clientelas internas. Passos Coelho enfrentará, a curto prazo, vários testes ácidos para os quais não é óbvio que já estivesse preparado.

Este somatório de circunstâncias torna provável que, mesmo ganhando as eleições e tendo maioria absoluta em conjunto com o CDS, o PSD não se consiga "ver livre" de Sócrates. Se o PS tiver um resultado acima dos 30%, não é óbvio que ele tenha de sair de cena ou que haja quem o queria substituir. Os bloqueios a um entendimento manter-se-iam? Se sim, as eleições não teriam servido para nada!

Faltou referir um aspecto. Em todos estes cenários, ignora-se o mexilhão. E já se sabe o que lhe costuma acontecer.» [Jornal de Negócios]

Autor:

Alberto Castro

TERRORISMO FUBEBOLÍSTICO

«O presidente do Benfica sofreu ontem ferimentos nos braços e nas mãos depois de o automóvel em que seguia ter sido apedrejado por desconhecidos na A41, Circular Regional Exterior do Porto.

Luís Filipe Vieira fazia a viagem de regresso a Lisboa, depois de ter acompanhado a equipa encarnada a Paços de Ferreira.

Tudo aconteceu por volta das 23h45. Terminado o encontro, que o Benfica venceu por 5-1, a comitiva encarnada saiu de Paços de Ferreira, em direcção a Lisboa, pela A41. Ao passar por um viaduto, o único que não estava vigiado pela GNR, um saco de pedras caiu sobre o autocarro onde seguia a equipa do Benfica.» [CM]

Parecer:

Quando o presidente de um grande clube parece apoiar tacitamente actos de violência contra dirigentes de outros clubes não admira que as claques dos clubes, fortemente infiltradas por marginais, se transformem rapidamente em grupos terroristas. Criar um ambiente de terror para impedir que alguns possam circular livremente no país é terrorismo, e pelo que se tem visto ultimamente a zona norte foi transformada em território libertado por um "sendero luminoso" privativo de Pinto da Costa.

O resultado disto está mesmo à vista, um dia será o autocarro do FCP a ser alvo do terrorismo dos marginais do sul e ninguém conseguirá travar a vaga de violência que é cada vez mais evidente nalguns estádios. onde os jogadores são impedidos de jogar tranquilamente devido à chuva de bolas de golfe.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se e condenem-se os criminosos exemplarmente.»

TSUNAMI FILMADO NO MAR ALTO

«Foram reveladas novas imagens da onda gigante que invadiu a costa nordeste do Japão na sexta-feira, diz 11, depois de um violento sismo de 9,0 na escala de Richter Um dos tripulantes de barco japonês filma a aproximação da onda e do exacto momento em que o barco passa por ela. » [Público]

PARLAMENTO FICOU ÀS ESCURAS

«A EDP Distribuição informou hoje que "não há energia apenas no parlamento", sem luz desde as 18.50, e que enviou o piquete "de imediato" para o local.» [DN]

Parecer:

Compreende-se, Pedro Passos Coelho não é deputado e Ferreira Leite estava em Bruxelas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

HOLLY DAY AKA FESTIVAL OF COLOURS [Link]

TONY BONANNO