segunda-feira, março 05, 2018

PASSOS COELHO PROFESSOR CATEDRÁTICO?

Se colocar o licenciado Passos Coelho a ensinar Economia e Administração Pública numa universidade já é ridículo q.b., mais ridículo ainda é promovê-lo a professor catedrático convidado. Estamos perante uma cátedra à Miguel Relvas, só que desta vez nem sequer foram necessários requerimentos ou avaliações, alguém promoveu o modesto licenciado da Lusíada a catedrático.

Só que Relvas apenas queria ser doutor e ainda se sujeitou a provar ou tentar provar que tinha conhecimentos suficientes consubstanciados por supostas provas, para conseguir equiparação a cada uma das cadeiras do curso. No caso de Passos Coelho foi um deputado por ele escolhido a promovê-lo ao topo da carreia académica. Eduardo Catroga, o famoso contador de pintelhos, também foi promovido a catedrático do ISEG quando João Duque, o seu fiel defensor, presidia ao conselho diretivo daquele instituto.

O ridículo da situação está no fato de Passos Coelho ir ensinar economia a alunos de mestrados e doutoramentos de economia? Isto é, Passos Coelho vai ser professor catedrático de alunos com mais habilitações e conhecimentos do que ele, muito provavelmente a alunos que estudaram mais do que ele e em escolhas com mais credibilidades do que aquela onde ele se licenciou. É como se o sargento da messe fosse dar aulas no Instituto Superior de Defesa Nacional!

Esta mistura entre professores ambiciosos de uma universidade pública, que vão ajeitar rendimentos como deputados e depois agradecem a quem os promoveu pode levar a que um dia destes a sucata dos partidos ocupem todas as cátedras de uma universidade pública. Uma coisa é ser “professor catedrático a 0%” como Catroga ou doutor honoris causa, outra é passar a catedrático de um dia para o outro, sem que se tenha sequer uma licenciatura com grande mérito. Isto é ridicularizar as universidades portuguesas. 

Quando alguém se apresentar como mestre em Administração Pública ou em Economia porque aprendeu com professores catedráticos como Passos Coelho o mais certo é ser convidado a estar calado. Não é a primeira vez que a política se mistura com as universidades, há umas décadas surgiam anúncios de procura de licenciados em Economia que excluíam os alunos do então ISE. Os mesmos senhores que tentavam asfixiar aquele Instituto segundo critérios ideológicos, são camaradas dos que hoje promovem cursos duvidosos pró serem ministrados por professores que mais não são do que a sucata da classe política.

Passos Coelho chegou a prometer que Portugal seria um dos países mais competitivos do mundo. percebe-se agora como é que os nosso jovens iriam consegui-lo, estudando em escolas e universidades públicas por falsos licenciados e falsos catedráticos. Só não entendo como alguém se presta a esta pantominice, enfim, talvez porque Ângelo Correia anda menos generoso na escolha dos seus gestores. Enfim, o Ângelo Correia não aceita devoluções e os estudantes do iSCSP é que se lixam.