Jumento do Dia
Confesso que já sentia saudades de Ribau Esteves, um dos mais divertidos políticos que passaram pro Lisboa, no tempo e que foi secretário-Geral do PSD no tempo de uma outra personagem igualmente divertida, o saudoso Luís Filipe Menezes. O homem está preocupado, queixa-se de que tinha um terreno onde mandou plantar um eucaliptal, agora fica só com um eucalipto porque construiriam casas nos terrenos à volta, isto é, na sua opinião quem construiu casas que se danem, porque a lei nunca foi para cumprir, nem mesmo quando ele teve a brilhante ideia dos eucaliptos.
«O presidente da Câmara de Aveiro e vice-presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Ribau Esteves, diz que o Governo "está a empurrar responsabilidades" na limpeza da floresta "para não se queimar".
"Não há nada de novo na lei. O que há é a obrigatoriedade do dia 15 de Março para limpar a vegetação e um decreto-lei sem nexo, que pretende que as autarquias substituam os privados, de duvidosa constitucionalidade. O que o Governo está a fazer é a empurrar a responsabilidade para os particulares e as autarquias para não se queimar", disse Ribau Esteves, durante uma reunião de câmara realizada nesta quinta-feira.
A questão surgiu no período reservado à intervenção dos munícipes, durante o qual um proprietário de um terreno questionou a falta de reuniões de esclarecimento sobre a legislação em vigor, ao contrário do que está a ser realizado em municípios vizinhos.
"Tenho um pequeno pinhal, foram construindo casas à volta e pelas minhas contas fico com um eucalipto que está no meio. O preço para limparem disparou e a madeira que tirarem de lá não vai ser suficiente para pagar a limpeza do terreno e a coima", descreveu.» [Público]
A guerra económica suja dos partidos
Os partidos estão usando as regras do seu financiamento para se tentarem asfixiar uns aos outros. O BE não organiza um evento onde estejam mais do que a Catarina Martins e meia dúzia de amigos com bandeiras coloridas, por isso procura retirar quaisquer benefícios financeiros que o PCP consiga na Festa do Avante. O CDS luta para que os outros partidos não possam ser financiados. Enfim, o debate é pouco sério e cada partido tentar impor aos outros as suas dificuldades no plano financeiro, um debate pouco honesto.
Os partidos estão usando as regras do seu financiamento para se tentarem asfixiar uns aos outros. O BE não organiza um evento onde estejam mais do que a Catarina Martins e meia dúzia de amigos com bandeiras coloridas, por isso procura retirar quaisquer benefícios financeiros que o PCP consiga na Festa do Avante. O CDS luta para que os outros partidos não possam ser financiados. Enfim, o debate é pouco sério e cada partido tentar impor aos outros as suas dificuldades no plano financeiro, um debate pouco honesto.
Professores divertidos, mas falhados
«A pergunta era daquelas de algibeira e vinha num teste de História: “Qual a batalha em que desapareceu D. Sebastião?” A resposta está parcialmente correta e parcialmente… confusa. “D. Sebastião desapareceu quando estava a combater os mouros na cidade marroquina de Alcácer do Sal.” Não, o facto de esta batalha, memorável batalha, ter ocorrido no distante ano de 1578 não explica a (imemorial) troca do aluno de “Quibir” por “Sal”.
Mas esta é apenas uma das muitas, mesmo muitas respostas “disparatadas” que Isabel Moreira de Brito, há duas décadas professora de História, recolheu e publica agora no livro “D. Sebastião desapareceu em Alcácer do Sal?”. São sobretudo respostas em testes do Ensino Básico ou do Secundário. Mas outras há que surgiram também nos Exames Nacionais do 12.º ano. A explicação dos equívocos, acredita Isabel Moreira de Brito, é muitas vezes a ansiedade decorrente das provas e a falta de estudo do próprio aluno. Mas o atual programa de História, demasiado extenso sobretudo no Secundário, também pode contribuir para que haja tantos (e tão divertidos quanto inenarráveis) enganos.» [Observador]
Parecer:
Além de revelarem algum mau gosto, senão mesmo um abuso, ao exibir as asneiras dos alunos para divertirem terceiros e ganharem dinheiro e notoriedade falsa, ests professores parece não repararem que se os seus alunos são assim tão idiotas isso também se deve aos que falham enquanto professores, já que são pagos para ensinar e não para transformarem os seus alunos em anedotas públicas.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Conde-se o oportunismo de que é pago para ensinar.»
E agora Presidente
«Os partidos que aprovaram a alteração à lei do financiamento partidário — PSD, PS, Bloco e PCP — não alteram uma vírgula em relação ao fim do limite para a angariação de fundos. Esse foi precisamente um dos pontos levantados por Marcelo Rebelo de Sousa quando vetou o diploma, mas nem assim os quatro partidos decidiram recuar no braço-de-ferro com Belém. Apenas CDS e PAN mantêm esses limites nas propostas de alteração que foram entregues esta quinta-feira. Marcelo Rebelo de Sousa tinha apontado o fim do teto para a angariação de fundos como uma das duas disposições especialmente “relevantes”.
A outra tinha a ver com o reembolso do IVA. Em relação a este aspeto, todos os partidos apresentaram alterações ao diploma vetado, à exceção do PCP, que desde o início se manifestou contra qualquer alteração ao decreto aprovado em dezembro de forma polémica. PSD, CDS e PAN defendem que o reembolso do IVA se mantenha como está na atual legislação, mas o Bloco de Esquerda recua e tenta clarificar o que pretendia. O PS insiste na redação controversa do diploma, esclarecendo apenas que não há reembolso do IVA em relação às despesas realizadas em campanhas eleitorais.» [Observador]
Parecer:
A forma desastrosa e inaceitável como tentou levar o governo a fazer figura de urso levantando a constitucionalidade do diploma vai levar o Presidente a ter de engolir em seco.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Agudare-se o comentário do comentador-mor do reino.»
O "verdadeiro" desemprego
«E se aos chamados desempregados oficiais somarmos os desencorajados, os subempregados, os inactivos indisponíveis para trabalhar, porque estão doentes ou têm um familiar a seu cargo, por exemplo, e os chamados “ocupados dos centros de emprego”? Teremos uma taxa redimensionada que atira o desemprego real para valores muito acima das estatísticas oficiais: 17,5%, no terceiro trimestre do ano passado, contra os oficiais 8,5%. O cálculo foi feito pelos investigadores Frederico Cantante e Renato Miguel do Carmo, do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa, num trabalho de desocultação do verdadeiro impacto da crise na cada vez mais frágil e precária relação das pessoas com o trabalho.
Ao chamarem para esta “taxa de desemprego redimensionada” estes “conjuntos de pessoas que não contam” para os cálculos oficiais, os investigadores concluíram que, no pico da crise, no primeiro trimestre de 2013, o desemprego real subiu até aos 28,1% - muito acima dos históricos 17,5% admitidos então pelas estatísticas. E que os desempregados se mantiveram sempre acima dos 25% até ao primeiro trimestre de 2015, tendo gradualmente começado a decrescer até aos referidos 17,5% do final de 2017.
“Durante a crise foi-se mascarando a situação real de desemprego até por via de uma alteração de critérios estatísticos que levou à exclusão das estatísticas oficiais de várias realidades sociais ocultas”, constata Renato Miguel do Carmo, um dos coordenadores do livro Desigualdades Sociais: Portugal e a Europa, que vai ser lançado no dia 7 de Março, num colóquio comemorativo dos 10 anos de actividade do Observatório das Desigualdades.» [Público]
Parecer:
Desde os que se habituaram à "boa vida" aos que estão doentes há muita gente que não trabalha porque não quer, não lhe apetece ou não pode. Designar quem não quer ou não pode trabalhar como desempregado é ilógico, segundo esta lógica os internados nos hospitais, os reclusos e até o Ricardo Salgado, são todos desempregados.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Estude-se o problema com seriedade.»
As boas contas fazem os bons amigos
«O director de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, admitiu nesta quinta-feira à noite que o clube que representa fez um pagamento de 784 mil euros ao Estoril horas antes de as duas equipas se defrontarem a contar para a I Liga. O mesmo responsável revelou, durante o programa Universo Porto, do Porto Canal, que aquele montante foi transferido dos cofres do FC Porto para o clube "canarinho" a título de pagamento de dívidas respeitantes a transferências de jogadores.
Durante o mesmo programa, transmitido pelo canal pertencente aos "dragões", o mesmo responsável refutou uma vez mais as denúncias de alegada corrupção que vieram a público nesta quinta-feira, feitas anonimamente, esclarecendo que não houve transferências de dinheiro após a partida, jogada a 21 de Fevereiro. Nesse dia, a equipa comandada por Sérgio Conceição disputou a segunda parte de um encontro a contar para a I Liga que tinha sido suspenso devido a alegados problemas de estabilidade e de segurança numa das bancadas do estádio do Estoril. O FC Porto ganhou a partida, por 1-3.
"Em 14 de Fevereiro, o FC Porto realizou uma transferência de 784 mil euros. Porquê? Tivemos liquidez da venda de bilhetes do jogo com o Liverpool e pagámos valores que tínhamos em dívida com o Estoril", explicou Francisco J. Marques, insistindo que não há "absolutamente nada a esconder". "Não foi o único pagamento que o FC Porto fez nesse dia. Outros clubes receberam facturas vencidas que o FC Porto tinha de pagar. Nesse dia houve liquidez", prosseguiu, esclarecendo que no caso do Estoril estavam em causa pagamentos devidos por uma percentagem dos direitos desportivos sobre os jogadores Carlos Eduardo, vendido ao Al-Hilal, e Licá, que foi emprestado.» [Público]
Parecer:
Muito divertido.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»
As escravas do EC (Estado Católico)
«A revista do Vaticano para o público feminino, a Women Church World, expôs, na sua edição de Março, a forma servil como são tratadas algumas freiras pelos cardeais e bispos da Igreja Católica, para quem trabalham e cozinham a troco de quase nada.
O artigo central da revista publicada pelo Osservatore Romano, intitulado “O trabalho (quase) gratuito das freiras”, é assinado pela jornalista francesa Marie-Lucile Kubacki, a correspondente em Roma da revista La Vie, do grupo Le Monde. A editora da revista é Lucetta Scaraffia, professora de História da Universidade La Sapienza, em Roma. “Até agora ninguém teve a coragem de denunciar estas coisas” publicamente, disse à AP. Scaraffia contou à AP que o Papa Francisco lhe disse que lê e gosta da revista.
“Algumas deles servem nas casas de bispos e cardeais, outras trabalham nas cozinhas das instituições católicas ou ensinam. Há quem, para servir os homens da Igreja, se levante de manhã para fazer o pequeno-almoço e só se deite quando estiver tudo limpo, a roupa lavada e engomada”, diz a irmã Maria, nome fictício. Acrescentou que as freiras servem o clero mas “raramente são convidadas a sentar-se nas mesas que servem”.» [Público]
Parecer:
Há muito que as freiras são uma espécie de escravas dos muitos negócios da Igreja Católica.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»
Universidades da treta
«Pedro Passos Coelho vai dar aulas de Administração Pública no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, escreve a Visão e confirmou o Observador junto de fonte próximo do ex-primeiro-ministro. Em aberto está possibilidade de Passos dar também aulas de Economia em outras duas instituições de ensino superior, uma pública e outra privada.
A notícia de que Pedro Passos Coelho estava de regresso à universidade foi avançada a meio de fevereiro pelo Diário de Notícias, pouco antes de o PSD se reunir no congresso que marcou a despedida do ex-primeirom-ministro e a chegada de Rui Rio à presidência do partido.
Para já, está confirmada a entrada de Passos para o corpo docente do ISCSP (pnde António José Seguro, ex-líder do PS, também é professor), para dar aulas de Administração Pública a alunos de mestrado e a doutorandos por aquela instituição. É possível que a atividade letiva possa começar já no segundo semestre deste ano.» [Observador]
Parecer:
Um licenciado com um curso numa universidade modesta e sem grandes créditos vai ensinar economia e Administração Pública a alunos de mestrados e doutoramentos? É difícil saber se devemos ter pena dos alunos ou da universidade.
Independentemente do que se possa pensar politicamente de Passo Coelho verdade é que o homem de economia pouco sabe e quanto a Administração Pública não só demonstrou vontade de reduzir vencimentos e despedir funcionários, tendo falhado redondamente em ambos os casos.
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gragalhada.»