sexta-feira, outubro 08, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Bote, Cascais

IMAGEM DO DIA

Fim de praia, Sesimbra [por A. Cabral]

JUMENTO DO DIA

Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República

Agora que era de esperar que o ambiente na justiça acalmasse, mesmo que ainda se façam ouvir sindicalistas que fazem intervenções muito pouco sindicais é o Procurador-Geral que se desdobra em declarações que põem a justiça nas primeiras páginas dos jornais.

O Procurador-Geral até pode ter alguma razão mas ao dizer que há quem queira desestabilizar o DCIAP está a apelar para a opinião pública por causa de um problema interno do Ministério Público, problema que é exclusivamente a ele que cabe resolver pois é para isso que é Procurador-Geral.

«O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, considerou esta quinta-feira que há uma campanha para "desestabilizar" o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

“Há claramente uma campanha para desestabilizar o DCIAP, atacando a directora, alguns magistrados e o procurador geral da República", disse esta quinta-feira Pinto Monteiro, antes de um almoço com os magistrados daquele departamento, que investiga a criminalidade mais grave, complexa e organizada.

Questionado sobre os motivos do encontro, o procurador geral da República explicou ser "preciso que os magistrados soubessem que estou inteiramente solidário com os seus problemas", resultantes de uma "campanha desestabilizadora do DCIAP" que surge de "variadíssimos quadrantes". » [CM]

UMA DÚVIDA

Por princípio não gosto do combate às políticas governamentais através do recurso a providências cautelares ou pedidos de inconstitucionalidade, detesto a ideia de serem os magistrados a governarem o país e, pior do que isso, decidindo em causa própria. Mas a questão da constitucionalidade dos cortes dos vencimentos dos funcionários públicos coloca-me uma dúvida, se esses cortes são constitucionais isso significa que ou não há limite ou deverá haver um limite a partir do qual os juízes do TC dirão basta, até porque correm o risco de ficarem sem um tostão como todos os outros que trabalham pagos pelo Estado. Assim sendo ou há um argumento para fixar um montante a partir do qual não se pode cortar mais ou corre-se um risco sério de um qualquer primeiro-ministro decidir que os funcionários públicos começarão a trabalhar à borla.

O MEU RÁCIO PSICO-ELEITORAL NAS PRESIDENCIAIS

Quanto mais ouço o Manuel Alegre menos detesto o Cavaco Silva.

Este Carrilho desde que foi ministro e casou com a Bárbara ficou insuportável.

A CGTP JUNTA-SE À UGT NA GREVE GERAL

O PCP mudou de opinião acerca da UGT, é que em edições recentes do Avante podemos ler coisas como esta:

«Não estamos, é certo, no período em que, por via das Corporações fascistas, se impunha pela força aos trabalhadores (embora por estes combatida) a conciliação de classes, não obstante, nos tempos que correm, a ajuda preciosa da UGT a tal desiderato.» [28-7-2010]

MONTANTE DA EXPROPRIAÇÃO DO VENCIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

O RIDÍCULO É

Manuel Maria Carrilho falar de economia numa entrevista a Mário Crespo.

PREVISÕES E REALIZAÇÕES

«Multiplicam-se as previsões negativas quanto ao desempenho económico de Portugal no próximo ano. Agências de notação financeira chegam a antever uma contracção de 1,9%; o FMI - ainda sem incorporar o efeito do último pacote de medidas de austeridade - admitia como provável o crescimento zero em 2011. Emendando a mão, à última hora, prevê, agora, por efeito dessas medidas anunciadas, uma quebra do PIB de 1,4%. Estes valores, traduzem, assim, a dimensão particularmente gravosa para a economia do aperto orçamental para reduzir o défice público para 4,6% do PIB - valor que, pelos vistos, não deverá ser ultrapassado para acalmar as incertezas dos financiadores externos da dívida soberana do País.

Este programa de austeridade terá, seguramente, um impacto de travagem económica maior que o anterior (entre 2005 e 2007). Mas nunca se devem dar por adquiridas e inamovíveis as previsões das grandes instituições económicas e financeiras internacionais. A verdade é que - sobretudo, em conjuntura de crise internacional - elas têm vindo a errar, e a errar muito. Há pouco mais de um ano, o consenso era de que a economia portuguesa se encontraria agora em recessão, caindo 0,6%. Ainda há escassos seis meses, o FMI admitia já que ela cresceria 0,3%. E ontem estimou um crescimento real de 1,1% para 2010.» [DN]

Parecer:

Editorial.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

PROFESSORES APRENDEM ARTES MARCIAIS

«Curso vai ensinar 225 docentes a controlarem melhor a violência nas salas de aulas.» [CM]

Parecer:

Esperemos que o Mário Nogueira não se inscreva, já estou a ver o Sócrates a levar um pontapé na cara já que antes deste curso o sindicalista não teve sucesso com as tentativas de lhe acertar no rabo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Avise-se Sócrates para o risco de um destes dias aparecer com um olho à Belenenses.»

AS SOLUÇÕES DE ALEGRE

«"O caminho porque vai a Europa é mau", afirmou o candidato à Presidência da República, lamentando que "a Alemanha esteja a arrastar a União Europeia (UE) para a austeridade".

Para Manuel Alegre, Portugal aderiu à UE para estar "numa Europa de prosperidade partilhada e não numa situação de austeridade com austeridade e recessão com recessão".» [CM]

Parecer:

Meras banalidades, de um candidato a presidente esperam-se propostas e soluções, estamos fartos de queixumes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso condescendente.»

MÁ INTERPRETAÇÃO OU MÁ REDUÇÃO

«Segundo uma fonte da instituição disse à Lusa, a citação que consta no boletim de Outono do banco de Portugal sobre as medidas de austeridade está a ser mal interpretada.

O Banco de Portugal não está a pedir mais medidas de austeridade para além daquelas que foram anunciadas recentemente pelo Governo, mas sim para a necessidade que sejam executadas as já conhecidas para 2011.

Segundo fonte oficial da instituição liderada por Carlos Costa, a citação que consta no boletim de outono de que "a 29 de Setembro, o Governo aprovou um conjunto de medidas adicionais a incluir na proposta de Orçamento para 2011" e que "as medidas de carácter permanente desde já bem especificadas não parecem ser suficientes para garantir a prossecução do objectivo assumido para 2011" estão a ser mal interpretadas.» [DN]

Parecer:

Cá por mim que quem redige estes boletins deve ter o cuidado de não permitir duplas interpretações.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão ao BdP.»

FERREIRA LEITE DEFENDE VIABILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

«A deputada e ex-presidente do PSD Manuela Ferreira Leite defendeu hoje que os sociais democratas devem anunciar antecipadamente que viabilizam o Orçamento para 2011 em nome do interesse nacional, responsabilizando exclusivamente o Governo pelo seu conteúdo. Esta posição de Manuela Ferreira Leite foi assumida numa intervenção na reunião desta manhã do grupo parlamentar do PSD, disseram à agência Lusa deputados sociais democratas. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Começa a dissidência cavaquista no PSD.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»

GANHA 17.500 EUROS DE INDEMNIZAÇÃO POR TER USADO MINI-SAIA

«A jovem, Geysy Arruda, que usou uma mini-saia na Universidade Bandeirante de São Paulo e acabou por ser expulsa vai agora receber uma indemnização de 17 mil e 500 euros.

A Universidade Bandeirantes, Uniban, foi condenada pela justiça brasileira a pagar 17.500 euros por danos morais à ex-aluna. A 22 de Outubro de 2009, praticamente há um ano, esta estudante do curso de turismo foi hostilizada e insultada por colegas da universidade, em São Bernardo do Campo, em São Paulo. » [Portugal Diário]


OS DN SABE?


Parece que a crer em Vasco Campilho os jornalistas estão a descobrir a pólvora e eu até fico baralhado, por isso pergunto ao ideólogo de Pedro Passos Coelho se sabe quem disse estas coisas lindas:

«Na sua primeira reacção ao novo pacote de austeridade - mais tarde baptizado "plano Sócrates" pelo PSD -, Passos Coelho admitiu, no entanto, que o seu partido pode não ter margem para chumbar o Orçamento do Estado 2011. "A apresentação da proposta no Parlamento marcará não o fim, mas o início da conversa e do caminho que haveremos de encontrar para sairmos da grave situação em que estamos", afirmou.» [Público 1-10-2010]

Não sei se o Vasco Campilho costuma usar o Google mas experimente a procurar por "Passos Coelho admite negociar". Sejamos honestos ou, pelo menos, tenhamos os ditos no lugar para assumirmos o que andámos a dizer em função da conveniência das sondagens!

MIRO HAVOZDENSKY





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