domingo, abril 28, 2013

Semanada


Se com a birra de Passos Coelho causada pelo acórdão do Tribunal Constitucional Cavaco Silva recebeu o governo do seu partido assumindo-o como sendo um governo de iniciativa presidencial, com o discurso do 25 de Abril Cavaco Silva inverteu a situação e agora temos um presidente de iniciativa governamental. Se não fosse um pequeno inconveniente chamado Paulo Portas o país ter aquilo que a direita disfarçada de social-democracia sempre desejou, uma maioria, um governo e um presidente. O problema é que quando este velho projecto se concretiza o PPD tem um primeiro-ministro incapaz, um presidente fraquinho e quem manda mesmo é o controleiro luso do ministro das Finanças da senhora Merkel.
 
Antigamente quando se ia meter uma carta no correio fazia-se os possíveis para se antecipar à hora prevista para a recolha do correio. Agora parece que os correios perderam o monopólio da entrega da correspondência e as cartas são remetidas a tempo de serem publicadas no Expresso. Marques Mendes já fazia as vezes de telefonista do PSD, agora paece que é Pinto Balsemão a fazer de carteiro. Parece que Passos Coelho arranjou uma excelente foram de entreter os seus antecessores, só não conta com Manuela Ferreira Leite, a velha senhora prefere o estatuto de alcoviteira de Belém, um barrete que enfia com especial prazer.
 
Coincidência ou não desde que Sócrates reapareceu a política portuguesa deu uma volta de 180 graus, Seguro quer eleições, Passos Coelho quer consenso e Cavaco Silva passou-se. Já ninguém liga às novidades do Marques Mendes, o Marcelo passou ao estatuto de Quim Barreiros do comentário político, Manuela Ferreira Leite comenta barretes presidenciais e a actualidade politica é marcada pelos comentários de José Sócrates. Não admiraria nada se viesse a ser notícia de que o jantar da família Silva passou a ser flocos de aveia, assim não correm o risco de ficar com alguma espinha atravessada na garganta com os ataques de nervos provocados pelos comentários de Sócrates.
 
Caavco tem toda a razão para estar preocupado com a falta de consenso, o problema é que tenta forçar Seguro a alinhar no consenso que não consegue impor ao próprio governo. Há tanto consenso entre Passos Coelho e Seguro como o há entre Passos e Portas, entre este e o Álvaro, ou entre o Álvaro e o Passos Coelho. Razão tinha o Maduro, um académico que pela forma como manda as cartas parece que pediu a equivalência a ministro na Universidade Lusófono, fala tantas vezes em consenso. O problema e que se Cavaco quer consenso o melhor é chamar a si a presidência das reuniões do conselho de ministros e o Maduro poderia fazer de sacristão repetindo tantas vezes a palavra consenso como nas missas se repete “palavra do Senhor”.