sábado, abril 04, 2015

O espectáculo (miserável) da esquerda

O governo de Passos Coelho foi um dos governos mais incompetentes de que há memória, falsas licenciaturas, académicos idiotas, ministras malucas, um ministro da Saúde que mais parece um padre encarregado de dar a extrema unção aos doentes que se dirigem ás urgências, tem havido de tudo um pouco. Mas quando era suposto a esquerda ganhar as próximas legislativas com uma perna às costas é o que se vê, no Bloc de Esquerda cada militante que tem mais de dois likes no Facebook, enquanto o António Costa achou que fazer oposição era entregar o partido aos cuidados de dois velhos amigos para poder continuar a beneficiar das mordomias camarárias.
  
Nas presidenciais o espectáculo tem sido ainda mais miseráveis, alguns políticos que quase tudo devem ao país geriram as suas não candidaturas até ao limite, chamando o protagonismo político a si mas optando pelo melhor emprego. Para estes falsos pré-candidatos uma candidatura presidencial seria um especial favor que fariam ao país, favor a que só se disporiam se não tivessem melhor saída profissional. Entretanto até se sugeriu o nome de uma Maria de Belém que ninguém entende como chegou a ministra ou a presidente do PS. 
  
A esquerda que se movia por valores e por projectos é agora liderada por uma elite da treta que em vez de servir servem-se e aceitam os cargos públicos seguindo o mesmo critério de quem concorreu a dois empregos e tendo sido admitido em ambos tem de escolher o melhor. As estratégias e os interesses pessoais estão acima de quaisquer valores e o desempenho de um cargo político deixou de ser um serviço que se presta ao país para ser um mero emprego pelo qual se opta à falta de melhor. 
  
Felizmente aparece um candidato que não se apresenta para fazer favores ou para promover likes na sua página do Facebook. Pode-se gostar ou não de Sampaio da Nóvoa mas a verdade é que teve a coragem que António Guterres ou António Vitorino não tiveram, teve também um grande respeito pelas eleições presidenciais não as tratando como um meio de gerir a sua imagem. 
  
Independentemente de se gostar ou não de Sampaio da Nóvoa a verdade é que até agora foi a única personalidade com dimensão para se candidatar que tratou a instituição presidencial que merece e só é pena que a vaidade de outros tenha impedido esta candidatura de ganhar espaço há mais tempo.