segunda-feira, abril 06, 2015

O meu morto é melhor do que o teu!

Estas época pascal foi fértil em lições que nos ajudam a compreender o nível de miséria humana que grassa na nossa classe política.Nestas épocas, quando que a comunicação social quase fica inviável por falta de notícias,  há sempre quem se aproveite da avidez jornalística para dar nas vistas. Um dos campeões habituais destas épocas era o Núncio Ficoólico que se costumava aproveitar para encher os jornais e televisões com os seus sucessos fiscais. Mas o Núncio anda fugido da comunicação social e foi a vez de outras personagens.
  
Aguiar-Branco, que à primeira vista parece ter um QI que o não deveria ter levado mais longe do que sargento de infantaria, puxou pelos seus galões de portista digno da secção dos Super Drações da Noite Branca, para concluir que o mais alto momento da carreira de Silva Lopes foi o da morte e mais por causa de uma coincidência que por mérito próprio. Parta esta besta quadrada que o país correu um sério risco de ter como primeiro-ministro, ao morrer no mesmo dia que o conhecido realizador do Porto Silva Lopes teve o seu momento de sorte, graças a esta feliz coincidência o país falou dele. Algo que não merecia pois a sua vida pouco ou nada valia ao pé da realização do Aniki Bóbó.

Mais para sul foi um velho J do PS que decidiu aproveitar-se da época pascal para chamar a si o protagonismo político nos noticiários que os portugueses ouviam entre garfadas de cabrito ou de borrego. Num momento digno de Bruno de Carvalho o deputado do PS dado às causas fraturantes em que aparece muitas vezes ao lado do BE, decidiu desancar na candidatura presidencial de Sampaio da Nóvoa.
  
Para Sérgio Sousa Pinto o potencial candidato presidencial tem todos os defeitos inaceitáveis por um sacerdote do PS acabado de sair do seminários dos jotas, tem uma “sublime virgindade” partidária, parece “agradecer a Deus por ser pobre” e recorre à demagogia venezuelana do Podemos”, chamando-lhe “fenómeno político latino-americano” e que entrou no PS?) pela porta traseira.
  
Esta arrogância de Sérgio Sousa Pinto sobre alguém que dedicou a vida à carreira universitária diz tudo sobre a arrogância da classe política. Como um cidadão tem ideias e um percurso de vida que não lhe agrada sujeita aos adjectivos que lhe dá na gana. Ficamos a saber que para este deputado os bons candidatos presidenciais são os que tiraram o curso na Independente aos quarenta anos e até aí se dedicaram à política nas jotas.
  
Se ele pensa isto de alguém como Sampaio da Póvoa o que pensará de todo um povo que nunca se inscreveu no partido, que nunca lambeu o rabo aos deputados e que na maior parte dos casos  nem tem a escolaridade obrigatória? Para esta gente só a burguesia política com carreira nas jotas e com o traseiro cheios de calos adquiridos nas cadeiras parlamentares tem direitos políticos. Um nojo.