É cada vez mais evidente que Menezes não vai lá, que para o PSD recuperar o autarca de Gaia terá que “desamparar a loja”. O próprio Santana Lopes já o percebeu optou por recuar para protege a sua imagem, devolveu o protagonismo à tralha de Luís Filipe Menezes, reapareceram Ângelo Correia e o Ribau não sei quantos.
O problema é que não se sabe o que vai suceder ou que sobrará do PSD quando Menezes sair, por sua própria iniciativa ou por aqueles a quem pagou as quotas para votarem nele nas directas depois de perceberem que, afinal, o autarca de Gaia não era mais um ganhador. Nem mesmo os provocadores que nos primeiros dias do mandato de Menezes enchiam a caixa de comentários com ameaças já se dão ao trabalho de o defender. Só mesmo o senhor Vaz acredita em Menezes, mas compreende-se, ele é pago para fazer os outros acreditarem, logo, tem ele próprio que acreditar.
E quando Menezes partir quem vai tomar conta de um partido que cada vez mais apenas tem vocação autárquica? Daqui a seis anos uma boa parte das actuais referências credíveis já estão a ficar velhotas, é o caso, por exemplo, de Manuela Ferreira Leite. E como no PSD ninguém gosta de fazer travessias no deserto as caras novas não surgem.
Cavaco Silva já era conhecido quando ganhou as eleições, Durão Barroso também e apesar de não ter grande prestígio beneficiou de uma situação muito vantajosa para o PSD criada por António Guterres. Pouco mais resta Rui Rio que ainda não provou o que vale enquanto autarca, Aguiar Branco é uma figura apagada com poucas probabilidades, António Borges pode não passar no exame eleitoral apesar do seu currículo académico.
Quem vai estar disposto a liderar o que sobrar do PSD daqui a quase seis anos?