FOTO JUMENTO
Mercado da Ribeira, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Patrick Hertzog/AFP]
«A British duet performs during their synchronized free routine preliminary of the European swimming championships in Eindhoven, Netherlands.» [USAToday]
A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO
O Jumento está em condições de explicar a mudança de cor do PSD decidida por Menezes, a opção não é meramente cromática mas sim uma aposta nas biotecnologias em resposta ao Plano Tecnológico. O PSD está convencido de que brevemente aparecerão no mercado laranjas transgénicas azuis pelo que como em todo o seu discurso Menezes também está a antecipar o futuro na simbologia do seu partido.
JUMENTO DO DIA
Maus professores
Os professores que se manifestaram no Porto numa contramanifestação motivada pelo comício do PS são maus cidadãos e maus professores, gente sem os valores éticos e democráticos que se exigem a quem educa as novas gerações. Além disso são cobardes, pois a comunicação social dá conta do receio de serem identificados.
Felizmente foram poucos, por uma questão de estratégia política o PCP demarcou-se em cima da hora e a maioria dos professores conhece e defende as regras da democracia. O galardão vai hoje para essas poucas dezenas de professores que acham que os seus objectivos estão acima das regras mais elementares da democracia.
MENEZES RIDÍCULO
Depois de prever a despesa pública em quilómetros de auto-estrada o líder do PSD compara os cidadãos presentes no comício do PS com os comensais dos almoços do PSD. Da próxima vez vou ver Menezes assegurar que o lombo assado do seu almoço é melhor que as medidas do Governo para a saúde ou que o arroz doce estava melhor do que o Orçamento de Estado.
Menezes consegue ser ainda pior do que Santana, o ex-líder era populista mas inteligente. Menezes só é populista.
DIREITA COBARDE
A direita portuguesa sempre foi cobarde e ao longo da sua história não só se manteve cobarde como com pequenos políticos como Menezes e Paulo Portas passou a ser também oportunista. Foi cobarde quando recorreu a uma ditadura para governar abusivamente durante meio século, foi cobarde quando se afirmou defensora do socialismo para sobreviver a seguir ao 25 de Abril, foi cobarde quando se escondeu atrás dos militantes do PS para defenderem a democracia, é cobarde quando se aproveita das manifestações dos professores para obter os ganhos políticos que não obtém por causa da falta de credibilidade dos seus líderes.
Desta vez a direita foi mais longe, além da cobardia optou pelo oportunismo, esqueceu todos os seus valores e princípios e apoiou as iniciativas políticas do PCP na esperança de estas contribuírem para a degradação da imagem do governo. Paulo Portas e Luís Filipe Menezes comportam-se como os limpa-fundos dos aquários, alimentam-se da caca alheia para sobreviverem.
O SÓCRATES ÍNTIMO SÓ SE CONSEGUE PERCEBER NUM ESGAR
«Agora, o "furo" jornalístico da SIC só foi possível porque o animal feroz está absolutamente desconfortável com a pele que serviu os interesses da propaganda governamental desde o início da maioria absoluta. O "Cavaco do PS", temendo o esgotamento da imagem do autoritarismo "iluminado" que fez o sucesso e depois, anos mais tarde, o insucesso do antecessor, alinha numa produção artificial, com algum delírio à mistura, e só se reconhece num esgar. » [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Ana Sá Lopes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
A RUA CONTINUA A MANDAR?
«No passado sábado centenas de milhares de professores saíram à rua a protestar. Ontem mesmo houve uma greve geral da Função Pública. Não há dúvida de que as pessoas estão irritadas com o Governo. Também não há dúvida de que a greve e a manifestação são direitos consagrados, inalienáveis e impensáveis de revogar.
Porém, é infelizmente necessário reafirmar que a legitimidade representativa não está nos números da manifestação, por mais impressionantes que sejam, nem nos da adesão à greve, mas no Governo que, bem ou mal, foi eleito democraticamente.
Para que servem, então, estas manifestações sociais? De um modo geral, para pressionar o poder, que pode recuar ou não, de acordo com a sua própria análise da situação.
A análise do Governo faz-se com os dados das forças em presença. Ora estes dados ficam baralhados, porque não é normal, nem sequer seria expectável, que os partidos de direita, de forma mais directa ou indirecta, caucionassem ou apoiassem situações que parecem retiradas do PREC (processo revolucionário em curso, como era chamado em 1975).
Ao apoiar, ou ao não condenar politicamente estes avanços dos sindicatos e das forças que eles conseguem congregar, ao não gerar um discurso político que se oponha à força demagógica (e naturalmente não democrática, na sua essência) do discurso da rua, da força dos números, das bandeiras e dos punhos erguidos, a direita contribui anacronicamente para o fortalecimento daqueles que a querem liquidar.
O PREC ocorreu numa altura em que a direita pouco existia e a que existia tinha vergonha de o ser. Neste momento em que a desorientação e falta de rumo são a marca dessa área política, a rua volta a contar.
Os recuos do Governo, sendo um sinal de fraqueza de Sócrates, são, igualmente, consequência da impotência de toda a direita, que parece ter optado por uma das máximas do niilismo anarquista: ‘Quanto pior melhor!’
É certo que 100 mil professores são dignos de ser ouvidos e compreendidos, como o são os grevistas da Função Pública. Mas não é menos certo que convém entender a perplexidade de muitos que não querem ou não têm oportunidade de se pronunciar. Daqueles que pensam que a reforma da Função Pública é urgente ou dos que acham que as escolas não podem continuar a funcionar como funcionam.
Quando a direita se esquece daqueles que são, naturalmente, a sua base de apoio e se dedica a apoiar as causas dos seus adversários algo está profundamente confuso na cabeça dos seus líderes.
E a consequência dessa confusão total, caso não se cure, terá os seus reflexos nas urnas, quando os que recusam o que é ditado pelos sindicatos, pelas «manifs» e pelas greves não virem outra alternativa, senão Sócrates. Afinal, o líder do PS é aquele que, embora cedendo, mais resiste às pressões dos que pretendem que nada mude em Portugal.
Apesar dos muitos erros e incongruências da sua política, o primeiro-ministro consegue ser hoje o líder menos mau que a direita encontra.» [Expresso assinantes]
Parecer:
Editorial do Expresso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
DISSERAM LIBERDADE?
«Parece que o país anda um pouco agitado. Manifestações gigantescas de “indignação”, “liberdades ameaçadas”, “mal-estar difuso”, comportamentos “antidemocráticos” do Governo e outras coisas igualmente assustadoras. No mesmo dia em que fazia aprovar um regulamento interno que muito boa gente do seu partido considera uma “chapelada”, o líder do PSD, o desastrado Luís Filipe Menezes, anunciou que vai requerer um debate parlamentar com a presença do primeiro-ministro, para discutir “o estado da democracia e a forma como as liberdades estão a ser exercidas”.
E como é que as liberdades estão, então, a ser exercidas? Nesse mesmo dia, sábado passado, 100.000 professores ocuparam Lisboa para contestar a política de educação do Governo e exigir a demissão da ministra. Quinze dias antes, tinham sido 50.000, convocados pela CGTP, para contestar em bloco a política do Governo. A mesma CGTP que, saída de um congresso onde o PCP lhe assinou a sentença de morte de qualquer veleidade de independência sindical, tratou logo de avisar que, daqui até 2009, vai intensificar a luta social para “evitar nova maioria absoluta do PS” - um programa político e não sindical. Parece que, por aqui, as liberdades são exercidas sem problema...
Aparentemente, o líder da oposição viu na agenda política da CGTP uma oportunidade a não perder para juntar a batalha de fundo e ideológica do PCP às necessidades conjunturais do PSD, que ele conseguiu estilhaçar em breves quatro meses de insuperáveis asneiras. Chegou mesmo ao ponto de se fazer fotografar ao lado dos dirigentes da Fenprof e de ver na manifestação de domingo passado “um sinal irreversível do corte emocional do país com o Governo de Sócrates”. Indignado com os “ataques do Governo ao sindicalismo” e com a “invasão de sedes de sindicatos”, um eufórico Luís Filipe Menezes anuncia já ter “restaurado o estatuto e a credibilidade do PSD” e, por isso, e ao contrário do que pensava oito dias antes, já vê o partido no governo daqui a ano e meio disposto a “mudar Portugal”. Com a ajuda da CGTP. Como se vê, também a liberdade partidária não parece estar em causa, assim como a liberdade de delirar em público.
Noutra frente, também as invocadas malfeitorias antidemocráticas do Governo encontraram terreno para várias outras indignações. De repente, diversos jornais e jornalistas deixaram de lado o trabalho de analisar a razão ou a falta dela de professores e ministra da Educação, para passarem a achar suficiente a acusação dos professores de que estão a atentar contra a sua “dignidade”. O jornal ‘Público’, desesperadamente em busca de uma caução de esquerda (perdida quando o seu director, entre outras coisas, se lembrou de ver na invasão do Iraque uma espécie de 25 de Abril no Médio Oriente), passou a semana que antecedeu a manifestação dos professores a fazer a promoção dela. Quando a Fenprof anunciou de véspera 70.000 manifestantes, o ‘Público’ confirmou: iam ser 70.000; quando a Fenprof, no dia após, corrigiu para 100.000, o ‘Público’ adoptou logo os 100.000 como número oficial e definitivo. E quando alguns polícias e GNR foram a quatro das 1200 escolas do país perguntar quantos manifestantes viriam a Lisboa, o ‘Público’ tratou imediatamente de fazer manchete com a acusação da Fenprof de que se tratava de uma manobra intimidatória, seguramente planeada ao mais alto nível: nem por um momento se ponderou a possibilidade de ser verdadeira, e mais razoável, a explicação dos polícias envolvidos de que tinham apenas querido planear e facilitar o trânsito para e em Lisboa.
Mais sugestivo ainda foi o episódio acontecido em Chaves com o ministro Augusto Santos Silva (colunista do ‘Público’ até à sua ida para o Governo). Chegando à sede local do PS para uma reunião privada do partido, o ministro foi recebido por uma manifestação “espontânea” de gente a gritar-lhe, entre outros mimos, o de “fascista”. O homem indignou-se, como eu me teria indignado. E desabafou que não apenas o PCP não detinha o exclusivo histórico da luta antifascista, como também, e como toda a gente sabe, lutou contra o fascismo, mas não pela liberdade e pela democracia e sim pela “instauração da sociedade socialista”, derrotada na Fonte Luminosa, em 1975 - uma verdade inquestionável e, até hoje, um divisor das águas passadas que se mantém actual. Pois, no dia seguinte, o ‘Público’ virava as coisas ao contrário e, sem pudor algum, considerava que aquilo que merecia repúdio não era a manifestação contra o exercício do direito de reunião partidária, mas sim a “reacção desabrida” (título do jornal!) do ministro. O que diria o PCP, o que diria Menezes, o que diria o ‘Público’ se amanhã o Governo ou o PS organizassem manifestações à porta das sedes do PCP ou do PSD a chamarem-lhes fascistas? Como se vê, também a liberdade de opinião não parece estar em perigo - pelo menos a da oposição.
Esta palavra liberdade é uma palavra muito séria. Não é para ser usada para aí aos quatro ventos por quem só se lembra dela quando lhe convém. Entre outras coisas, a liberdade implica a coragem de dar a cara por aquilo em que se acredita. Não me merecem nenhum respeito os professores que passaram a semana anterior à manifestação a falar aos jornais sob anonimato ou nome fictício - perante a complacência ou mesmo cumplicidade dos jornalistas. Diziam que assim se precaviam contra represálias da “ditadura” da ministra da Educação. E, ao aceitaram tal anonimato e a sua justificação, os jornalistas fizeram-se cúmplices dessa acusação gratuita de que a ministra é pessoa para perseguir quem se lhe opuser. Também cá tenho algumas cartas anónimas de professores desses, invariavelmente forradas de insultos e difamações pessoais de toda a ordem. Em nome da liberdade e da sua dignidade ofendida, dizem. Dizem, mas não sabem: a liberdade é outra coisa. E a dignidade também.
Espanta-me a falta de reflexão sobre a inversão ética da tese aqui contida: se alguém se recusa a subscrever as opiniões que emite é porque está com medo; e, se está com medo, é a prova de que a liberdade está ameaçada. Onde houver um cobarde, portanto, será sempre sinal de que a liberdade está em perigo - a conclusão até pode estar certa filosoficamente, o caminho para lá chegar é que representa uma inversão de valores. Se todos falássemos sob anonimato sem dúvida que viveríamos ainda em ditadura. E sabem quem seriam os primeiros a calar-se?» [Expresso assinantes]
Parecer:
Por Miguel Sousa Tavares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
CADILHE POLÍTICO EM MARÉ BAIXA
«O conceito de recessão, aplicado à economia, é controverso. Almas caridosas sugeriram uma definição “técnica”: recessão é uma queda do PIB real durante dois ou mais trimestres consecutivos. Mas Miguel Cadilhe não gosta. Acha “rudimentar”. E, em artigo no ‘Público’, depois de uma troca de mimos com o ministro das Finanças, embrulhou-se em “pactos de estabilidade”, “hiatos do produto” e “potenciamentos do futuro” para fingir que descobrira uma ideia que germinava na sua cabeça: vivemos uma recessão “grave”. Porquê? Não percebi…
Confesso a minha estranheza por um artigo destes. Sobretudo agora. Portugal acaba de crescer 1,9% em 2007, com 2% no quarto trimestre, a taxa mais alta dos últimos cinco anos. O Governo está apostado num ambicioso programa de investimentos públicos, que hão-de arrastar investimentos privados e criar emprego. E as perspectivas apontam para um novo crescimento da ordem dos 2% este ano - contra 1,7% na zona Euro, 1,5% nos EUA e 1,4% no Japão. A isto chama-se recessão? Grave?» [Expresso assinantes]
Parecer:
Daniel Amaral "responde" a Miguel Cadilhe.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
NÃO FUI À AVALIAÇÃO
«Não fui à manifestação. Mas nem por isso deixo de ser professor, com quarenta e sete anos de actividade (se incluir os anos em que a exerci informalmente).
Não tenho grandes motivos de orgulho. O nosso sistema de ensino é globalmente fraco, de quase todos os pontos de vista: conhecimentos, competências, cultura, valores, atitudes. Aposto que quase todos nós, professores, já demos o nosso acordo a diagnósticos que fazem do sistema de ensino um dos elementos fulcrais da nossa falta de qualificação colectiva, e já votámos em programas políticos que se propunham alterar a situação.
Quem conhecer um pouco de temas como a gestão da mudança, sabe que não há mudança sem dor, sem vontade de romper com o «statu quo», sem iniciativa e sem risco. O sistema de ensino português necessita urgentemente de uma ordem nova, com mais rigor, mais responsabilidade, maior capacidade de distinguir entre o que é bom e o que é menos bom, mais avaliação.
Não gostam do sistema de avaliação proposto pelo Ministério? Então, digam como querem ser avaliados.
O que não parece certo é que se recuse a avaliação por princípio: logo nós, professores, de quem se espera o exemplo. O que vamos dizer aos nossos alunos?» [Expresso assinantes]
Parecer:
Por Daniel Bessa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
LIMPEZA NO MP DA MADEIRA
«Quatro magistrados do Ministério Público (MP) da Madeira estão a ser alvo de processos disciplinares mandados instaurar pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que ordenou o regresso imediato d e dois deles ao continente, tendo, ao mesmo tempo, aberto dois novos inquéritos no âmbito das investigações sobre alegada corrupção na ilha, das quais já resultaram, só este ano, três acusações judiciais.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Se a luta contra a corrupção tem como primeiro resultado uma limpeza no MP madeirense imagine-se o que vai pela ilha.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
ALEGRE RECUSASE A CELEBRAR TRÊS ANOS DE GOVERNO DO PS
«Hoje Manuel Alegre faltará ao comício com que, no Porto, o PS celebrará três anos do seu governo. Não explica a ausência ("não tenho que dar explicações"). Mas contesta vivamente quem considera que o actual momento político está bipolarizado entre o PS e o Governo, por um lado, e o PCP e os sindicatos, por outro. "Isso é redutor, é uma visão redutora alimentada por alguns políticos e por alguns jornalistas".» [Diário de Notícias]
Parecer:
Compreende-se.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Alegre se vai celebrar os seus três anos de oposição.»
MANUEL PINHO DESMENTE ABEL MATEUS
«Pinho respondeu que "relativamente aos 30%, isso pura simplesmente não corresponde à realidade". E sustentou que a variação entre as tarifas praticadas nos dois países, segundo dados da União Europeia, oscila entre os 3% mais altos para os consumidores domésticos de menores rendimentos, 17% mais para as PME, e 20% mais caros para as grandes empresas. Uma desvantagem que é atribuída ao facto de Espanha ter um défice tarifário muito superior ao nosso (12 mil milhões contra 400 milhões de euros). Ou seja, as tarifas em Espanha cobrem menos os custos. Só que o ministro estava a falar das tarifas finais aos consumidores, enquanto que a diferença de 30% referida por Abel Mateus corresponde ao preço no mercado grossista, ou seja na bolsa ibérica de electricidade onde os operadores vão comprar a energia, embora este preço acabe por ter impacto nas tarifas finais a prazo. » [Diário Notícias]
Parecer:
Se os números de Abel Mateus estão errados estamos perante um erro demasiado grave para quem tem as suas responsabilidades.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Apure-se quem errou.»
PARECE QUEM HÁ QUEM QUEIRA GANAHR COM REPARAÇÃO DA PONTE 25 DE ABRIL
«Em 2004, a norte-americana Parsons (empresa que construiu a ponte) entregou uma proposta, a pedido do então Instituto de Estradas de Portugal (EP), para a substituição do tabuleiro rodoviário da 25 de Abril. Na altura, a EP considerava que o tabuleiro estava a aproximar-se do final da sua vida útil e que tinha fissuras e outros sinais de deterioração. Ainda antes deste relatório, a que o Expresso teve acesso, tinha sido introduzido o comboio na ponte (1998) e acrescentadas mais duas faixas de rodagem, em 2000.
Um ano depois de entregar o relatório, a Parsons alertou para o que considerava serem evidentes sinais de deterioração na parte metálica do tabuleiro, devido ao aumento inesperado do tráfego de veículos pesados. Ao Expresso o vice-presidente da Parsons, Kenneth Serzan, confirma a entrega do primeiro relatório e os problemas no tabuleiro, mas avisa que a empresa não fez qualquer inspecção à Ponte 25 de Abril.
Artur Ravara, da Gapres, a consultora portuguesa que trabalha com a Parsons, confirma a iniciativa da EP e a apresentação de uma proposta para substituição do tabuleiro rodoviário. Sobre o resultado desta iniciativa afirma desconhecer “o seguimento dado ao assunto pela administração do IEP”. António Pinelo, ex-vice-presidente do IEP responsável pela área técnica, confirmou as reuniões com a Parsons, mas não quis fazer qualquer comentário, remetendo eventuais esclarecimentos para a actual administração da Estradas de Portugal.» [Expresso assinantes]
Parecer:
As pressões para a concretização de um negócio tiveram honras de primeira página no Expresso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao director do Expresso se isto é notícia ou publicidade paga.»
A ESTRATÉGIA DO GOLPE BAIXO
«“Mas o que fiz eu de errado?”. Esta foi a pergunta mais repetida por Abel Pinheiro em entrevista ao Expresso, a primeira sobre o caso Portucale.
E conta que financiou a campanha de Pacheco Pereira para a Câmara de Loures em 89. Pacheco nega: “Tive um almoço, mas este não teve qualquer consequência financeira. Nego em absoluto”.» [Expresso assinantes]
Parecer:
O tipo de linguagem assenta bem na personagem.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao senhor Abel se tem algum para dar a'O Jumento, dá sempre jeito e ele é assim tão generoso só temos que agradecer.»
AFINAL CAVACO NÃO VETOU ENTREGA DE ZONA RIBEIRINHA À CML
«Cavaco Silva não exerceu o direito de veto político relativamente ao diploma que previa a transferência para a Câmara de Lisboa da zona ribeirinha, ao contrário do que noticia o semanário "Sol", este sábado.
"A Presidência da República desmente que tenha sido exercido o direito de veto político relativamente ao Projecto de Decreto-Lei que define o Regime Jurídico de Definição do Destino a Dar às Áreas Sem Utilização Portuária Reconhecida", disse fonte oficial de Belém à Agência Lusa. » [Jornal de Notícias]
Parecer:
Parece que anda por aí gente à espera de que seja Cavaco a fazer o que a oposição de direita não consegue.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereçam-se cadeiras para que esperem sentados.»
A MANIF DOS COBARDES
«Os cerca de 150 professores que na tarde deste sábado se juntaram, no jardim do Marquês de Pombal no Porto, num protesto em resposta ao comício do PS, no Pavilhão do Académico, revelaram receio de ser identificados. A manifestação decorreu num ambiente pesado, bem diferente do vivido na Marcha da Indignação, no passado sábado.» [Portugal Diário]
Parecer:
Não há nada a comentar a não ser que para esta gente os seus objectivos estão acima da democracia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos cobardes que procurem profissões mais conformes com a sua falta de valores éticos e democráticos.»
AMERICANOS QUEIMAM A CASA PARA SE LIVRAREM DA HIPOTECA
«La crisis de las hipotecas de alto riesgo desatada el pasado verano en EE UU ha hecho mella en los bolsillos de muchos estadounidenses en un país que vive a crédito. La refinanciación y la búsqueda de otros prestamistas es la fórmula más frecuente para hacer frente a las letras de la casa. Sin embargo, algunos han optado por una solución más tajante para librarse de las asfixiantes deudas: quemar su casa, cobrar el seguro y pagar al banco.
De hecho, en California, los incendios debido a esta situación se han duplicado el pasado año y la cifras en otras zonas del país, como en Colorado, también han aumentado. "No es un fenómeno general, y además no tiene sentido", explicó a Efe Marietta Rodríguez, directora financiera del programa hipotecario de NeighborWorks America, una organización que se dedica a asesorar a las personas que no saben cómo hacer frente a sus hipotecas.» [20 Minutos]
BARAK OBAMA PERDE ASSESSOR ESPIRITUAL
«Jeremiah Wright, el pastor de Chicago que durante casi dos décadas fue el asesor espiritual de Barack Obama, ha dejado la campaña del senador demócrata por Illinois, según publica hoy el diario The Washington Post.
El periódico cita a Tommy Vietor, portavoz de la campaña de Obama, quien apuntó que Wright dejará de ocupar el papel, fundamentalmente ceremonial, que tenía en el Comité de Liderazgo Religioso AfroAmericano de la campaña de Obama.» [20 Minutos]
JOSÉ MOURINHO COM UM PÉ E MEIO NO INTER
«A lo largo de esta semana, el nombre de José Mourinho ha vuelto a vincularse a distintos equipos para la próxima temporada. El pasado jueves ya se decía que el Inter era el más interesado en el portugués, aunque éste prefería entrenar a un equipo español, especialmente al Barcelona. Pero hoy, según varios diarios deportivos, el ex técnico del Chelsea está a punto de firmar por el equipo italiano.
Barça, Real Madrid o Valencia son algunos de los equipos a los que se ha vinculado de una manera u otra a Mourinho, pero parece que Massimo Moratti les va a ganar a la hora de contratar al portugués. Las negociaciones entre el máximo accionista del Inter y el representante de Mourinho, el empresario portugués Jorge Mendes, se han intensificado en las últimas horas de tal modo que el ex técnico del Oporto y Chelsea se ha visto abocado a tomar una decisión definitiva.» [20 Minutos]
SETE JOGADORES PRÉ-OLÍMPICOS CUBANOS DE FUTEBOL DESERTARAM
«La norma de los directivos deportivos cubanos de no hacer comentario alguno sobre las deserciones se mantuvo una vez más dentro de la selección de fútbol sub'23 que participa en el torneo Preolímpico de la Concacaf. Desde el pasado martes y miércoles por la noche siete jugadores que formaban parte del equipo nacional de Cuba abandonaron el hotel donde se encuentra la delegación isleña para quedarse en Estados Unidos. » [20 Minutos]
GAY IRANIANO CONSEGUE EVITAR DEPORTAÇÃO PARA O IRÃO
«El destino de Seyed Mehdi Kazemi, un estudiante homosexual iraní reclamado por la policía de Teherán por su condición, y cuyo novio fue ejecutado en 2006 por ser gay, va camino de convertirse en un caso histórico para la armonización de las leyes europeas de asilo. Rechazado por el Reino Unido cuando solicitó refugio en 2006, y huido después a Holanda, donde hizo lo mismo sin éxito, los liberales holandeses han pedido al Gobierno que no le mande a Londres sin garantías de que no será devuelto a su país. En un gesto sin precedentes, Jacqui Smith, ministra británica de Interior, revisará su caso tras una intensa campaña mediática que ha llegado a la Cámara de los Lores y al Parlamento Europeo.» [El Pais]
NO ABRUPTO
Pacheco Pereira responde ao "generoso" Abel Pinheiro:
«Parece que numa entrevista que Abel Pinheiro dá ao Expresso e que sai amanhã, ele diz que me deu 1000 contos para a campanha eleitoral de Loures em 1989. Já estava à espera de uma coisa qualquer deste tipo, por razões que nem vale a pena explicar. Sucede que tal é completamente falso. Primeiro, porque vi Abel Pinheiro um vez na vida, num almoço para que José Miguel Júdice me convidou no Ritz, que penso, se a memória me não falha, nem sequer foi contemporâneo da campanha de Loures (como não tenho a certeza não garanto). Nesse almoço, Abel Pinheiro queixou-se de Jardim e de uma questão qualquer que tinha com Jardim, que já nem me lembro bem qual e a que não prestei muita atenção. Ouvi, agradeci o almoço e vim-me embora. Se Abel Pinheiro deu dinheiro ao PSD, nacional ou de Loures, desconheço em absoluto e, se o soubesse, certamente que lhe agradeceria porque tínhamos muito pouco dinheiro para a campanha e tal era totalmente legal à época. Mas reafirmo o meu completo desconhecimento deste caso, que evidentemente só se destina a querer meter gente séria no saco de gente pouco séria, para ver se na balbúrdia todos ficam sujos. É tudo o que tenho a dizer sobre o assunto, penoso como se imagina, porque fica sempre algum "fumo" no ar, mas que não me demoverá de dizer o que sempre digo e de combater o que combato. Há gente aí a trabalhar profissionalmente para lançar estas calúnias, mas comigo têm pouca sorte.
ADENDA - Agora que posso ver o Expresso fisicamente percebo que, se Abel Pinheiro se quer vingar da "serpente" sobre o Casino, do Público que dirigi por um dia, é o Expresso, pelo tratamento ambíguo e jornalisticamente miserável, que faz também um ajuste de contas. Na verdade, o que Abel Pinheiro diz é mais pacífico (mesmo que errado) do que faz o Expresso. Para ser plebeu e grosso, é vingança de Abel Pinheiro e sacanice do Expresso.»
A estratégia do senhor generoso tresanda a golpe baixo e Pacheco Pereira tem razão na crítica que dirige ao Expresso, se o Abel escarrou o Expresso serviu de escarrador.
LONSDALE SAATCHI & SAATCHI