FOTO JUMENTO
Aldraba, Lisboa
IMAGEM DO DIA
[Peter Macdiarmid/Getty Images]
«LONDON - An anti war protestor wears a pink gas mask and floral helmet on a march through central London on March 15, 2008 in England. A worldwide day of protest against the wars in Iraq and Afghanistan is being held with demonstrations taking place from 'Washington to Beirut, from Sydney to Seoul' according to organisers.» [Tiscali]
A MENTIRA DO DIA
É incrível mas é verdade, Belmiro de Azevedo aderiu ao PCP embora tenha mantido em segredo a sua adesão aos ideais da ditadura do proletariado. Desta forma Belmiro não só agradece o sossego laboral nas suas empresas como reconhece que o melhor modelo político para a gestão empresaria é precisamente o chinês.
Depois de o PCP se ter batido pela construção de um aeroporto que servisse os seus investimentos turísticos em Tróia e de o senhor Sousa lhe ter garantido que se em Portugal fosse adoptado o sistema político da China abdicaria da defesa dos direitos dos trabalhadores, não se manifestaria em defesa da saúde da democracia e se nalgum Continente houvesse alguma agitação mandaria a tropa como agora se viu no Tibete, Belmiro achou que estavam reunidas as condições para aderir ao partido, passando a fazer parte da secção dos empresários progressistas, logo atrás dos intelectuais, dos pequenos empresários e dos proprietários agrícolas
Agora espera-se a todo o momento a adesão de José Manuel Fernandes já que o director do Público não se tem cansado de produzir editoriais em favor das causas do PCP, manifestando mais admiração pelas iniciativas políticas do partido do que os redactores do Avante.
JUMENTO DO DIA
"O próximo comício do PS é no Portugal dos Pequeninos"
Foi com esta saída que Menezes, o mesmo que agendou mais uma sessão de carne de porco assada para aparecer nas televisões, comentou o comício do PS. O certo é que Menezes optou por se transformar em "pequenino" foi fez a sua agenda em função desse mesmo comício. E onde será o seu próximo comício? Nalgum ringue de boxe no Coliseu ou no pátio do Júlio de Matos? Talvez no Coliseu pois mesmo que os presidentes de junta e outros admiradores de Menezes estejam demasiado magros o pátio do hospital começa a ser pequeno para tanta loucura do líder do PSD.
Menezes, como Jerónimo de Sousa, cometeu o erro de reagir a um comício do adversário político, optando pelo debate de baixo nível, em vez de discutir um país que tende a rejeitá-lo como candidato credível a primeiro-ministro.
UM MOMENTO TRISTE PARA A HISTÓRIA
Foi a 16 de Março de 2003 e de acordo com a página da Casa Branca acabou com mais uma brilhante intervenção política de Durão Barroso que esteve presente para servir os chás:
«PRIME MINISTER BARROSO: Thank you very much, ladies and gentlemen. This is the end of the conference. Have a good trip. »
A boa viagem terminou com um país destruído, com centenas de milhares de mortos e um mundo mais perigoso do que nunca. Só Durão Barroso teve uma boa viagem, baldou-se e foi para Bruxelas.
SÓCRATES TEVE UM DIA DESCANSADO
Apesar de ter aparecido em público e de todos saberem que ele ia estar presente na meia maratona de Lisboa Sócrates não contou com a amável presença dos manifestantes anónimos que habitualmente o acompanham, apupando-o e chamando-lhe fascista. Terá havido uma avaria nas centrais de telemóveis, na rede telefónica da Soeiro Pereira Gomes, ou os tais manifestantes anónimos estão com o rabo pesado como diria Scolari?
Imagino que por estas horas o senhor Sousa se está a interrogar sobre as causas de tal descuido, será que os portugueses anónimos que exibem cartazes a dizer que votaram em Sócrates voltaram a gostar do líder do PS? É que nem um professor apareceu a apupá-lo.
A LUTA DE CLASSES NÃO É O QUE ERA
«Parece que a luta das classes está animada. Anunciam-se, para os próximos meses, manifestações e greves de vária ordem. Sindicatos e partidos apressam-se a aproveitar o que consideram uma vaga de fundo e uma oportunidade a não perder. A manifestação dos 100 mil professores deixou marcas. Outras manifestações, antes e depois, deram um ar de graça. O PCP afirma ter feito desfilar, semanas antes, mais de 50 mil militantes na sua manifestação, estritamente partidária. A CGTP ainda hoje recorda a sua, de há poucos meses, que, pela amplitude e mobilização, surpreendeu toda a gente. Durante duas semanas, manifestações de professores decorreram em quase todas as cidades de alguma dimensão. Nas cidades afectadas pelo processo de reorganização dos centros de saúde, das maternidades e dos serviços de atendimento e urgência, repetem-se as manifestações e as demonstrações de protesto e resistência. Além das manifestações, ensaiam-se, aqui e ali, pequenas greves, na esperança de provocar o efeito de mancha de óleo. A última em data, desta sexta-feira, em Lisboa, foi da responsabilidade da CGTP e de alguns sectores da função pública. Os sindicatos reclamam taxas de greve da ordem dos 70 por cento. O Governo garante que estas foram de meros 6 por cento. Estas mentiras, provavelmente de ambos, não disfarçam, nem escondem certos factos. Há agitação social. O Governo está em dificuldades. As manifestações e greves têm natureza diferente.
O PCP e o Bloco tentam envolver-se o mais possível nestes movimentos, o que têm conseguido. O Governo ajuda, quando considera que é tudo obra dos comunistas, suspeitos habituais. O secretário-geral do PCP já fala mesmo de "ruptura democrática de esquerda", teoria radical e conceito nebuloso, mas que não esconde ambições e esperanças. Muitos socialistas, mais ou menos envergonhados, juntam-se a várias lutas, sobretudo as da educação e da saúde. Agora, até o PSD, tapando o nariz, diz estar empenhado nos processos de luta. Finalmente, o Governo e o seu partido, o Partido Socialista para quem já não se lembra, decidiram mostrar que também comandam a rua e os espíritos populares: nada mais calhado do que uma manifestação de apoio ao Governo. A fazer lembrar as célebres manifestações de desagravo de outros tempos. Parece haver qualquer coisa no ar.
Mas a sensação de que se trata de um "agudizar" da luta das classes, como se dizia há tempos, é ilusória. Na verdade, patrões e trabalhadores quase não se defrontam. Os sindicatos, nas empresas e nos sectores privados, estão fracos. O trabalho precário é muito, o que enfraquece as organizações. Efeito igual resulta da imigração. O desemprego e a estagnação dos rendimentos de quem trabalha não encorajam à luta. Os sindicatos estão realmente interessados nos sectores públicos, onde o patrão Governo, único e atento às eleições, é melhor adversário. As lutas são cada vez mais "sociais", no sentido de alargamento dos participantes à sociedade em geral, e cada vez menos clássicas ou laborais. Os sectores da saúde e da educação oferecem oportunidades para essa mutação das lutas. Os movimentos sociais têm mais participação e mais receptividade do que as lutas laborais e as manifestações sindicais.
Os patrões estão desinteressados das lutas ou negociações com os sindicatos. A situação económica, acima referida, dá-lhes trunfos. As verdadeiras preocupações deles residem em poucas prioridades: redução da carga fiscal, alteração das leis laborais e benefícios ao investimento e aos mecanismos de distribuição de lucros. Nada disto se trata com os sindicatos, mas sim com o Governo - o que, actualmente, calha bem e traz vantagens. O Governo está preocupado com o investimento, nacional ou externo, os concursos públicos e as obras. Os patrões também. Por isso se entendem. Em poucas palavras, sindicatos e patrões ignoram-se ou evitam-se. Patrões e Governo entendem-se. Governo e sindicatos afrontam-se. Tudo isto, no quadro de uma situação social difícil, de desigualdades crescentes e de perda ou estagnação de rendimentos. Acontece que os movimentos sociais podem ser mais devastadores do que as velhas lutas de classes. Podem mesmo, a prazo, pôr em causa o papel dos partidos políticos e o funcionamento das instituições. A este propósito, a divisão sindical e a dependência das organizações de trabalhadores relativamente aos partidos políticos são perigosas e enfraquecem trabalhadores e cidadãos.
Associação, fusão ou federação entre a CGTP e a UGT seria seguramente um dos mais notáveis acontecimentos políticos e sociais da década. Dessa novidade beneficiariam os trabalhadores, sem qualquer dúvida, mas também os cidadãos. A excessiva concentração de poder actual nas mãos do Governo e dos grandes grupos económicos poderia assim ser moderada. As reformas sociais seriam mais negociadas. É possível que a actual crispação social diminuísse. Os sindicatos ficariam menos dependentes dos partidos e menos orientados para a luta política. Os movimentos sociais seriam talvez mais organizados e eficientes. Só alguns velhos dirigentes dos aparelhos partidários perderiam alguma coisa. Até os partidos poderiam ganhar, renovando-se. E as associações patronais, incapazes, até hoje, de se unir ou federar, poderiam seguir o exemplo. Apesar de tudo, talvez esta feliz união não se faça nunca. Há tempos assim: os privilégios de poucos sobrepõem-se às vantagens da maioria. Surgirá uma nova oportunidade? Dentro de anos? Talvez. Mas pode ser que seja tarde. » [Público assinantes]
Parecer:
Por António Barreto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se, apesar de alguma ingenuidade intencional.»
A SIC NÃO SE MODERA
«Sócrates, como o verdadeiro poder, e numa evocação velada de Salazar e de Cunhal, aparece sempre sozinho. Da casa não se vê senão o átrio, não se vêem os filhos, não se vêem os pais, não se vêem amigos, não se vê a namorada (se, por acaso, tem uma). » [Público assinantes]
Parecer:
O mau gosto de Vasco Pulido Valente que parece andar cada vez mais angustiado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se por falta de qualidade intelectual.»
PSD VAI ACABAR COM COTIZAÇÃO DOS MILITANTES
«"No próximo congresso partidário irei propor a abolição do pagamento de quotas e a passagem da quota a um donativo facultativo", afirmou Luís Filipe Menezes. Justificando assim a proposta: "A ligação com o partido aos seus militantes não pode depender - nomeadamente quando já vivemos à custa de uma dádiva muito significativa do Orçamento de Estado - de uma lógica mercantilista de pagar cinco, seis ou sete euros por ano." O presidente do PSD acredita que a implementação desta medida não se irá reflectir na contabilidade do partido, diminuindo o financiamento. O líder "laranja" diz- -se confiante de que "a generosidade dos militantes" pode garantir o funcionamento das secções e distritais do partido.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Este PSD anda com muito dinheiro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se apostou os poucos fundos do PSD no Euromilhões.»
O HUMOR SEGUNDO LUÍS FILIPE MENEZES
««Para um partido de maioria, estimo que o próximo comício vai ser em Coimbra, não no Porto, no Portugal dos Pequeninos», ironizou. » [Portugal Diário]
Parecer:
De um candidato a primeiro-ministro esperam-se piadas mais elegantes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao senhor Vaz que encontre piadas novas para Luís Filipe Menezes.»
O ESCANCARAR DA PORTA À DESVERGONHA
«O presidente da Câmara de Cascais, António Capucho, considerou este sábado que a abolição do pagamento de quotas no PSD, que Menezes anunciou ir propor no próximo Congresso, é «escancarar a porta à desvergonha», noticia a Lusa.
Em entrevista ao Jornal 2, na RTP, António Capucho sublinhou que «em todos os partidos das democracias ocidentais para se ser militante tem de se ter um vínculo mínimo», que considera ser o pagamento de uma quota. «É um escancarar da porta à desvergonha. É mais uma tentativa de se perpetuar no poder», criticou Capucho. » [Portugal Diário]
Parecer:
Por este andar para ser militante do PSD basta ter o nome numa lista telefónica.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se a crítica de Capucho.»
ESQUERDA GANHA AUTÁRQUICAS FRANCESAS
«La izquierda persiste. La oposición de izquierdas se perfilaba este domingo como ganadora de la ronda final de las elecciones locales francesas, pero los duelos eran inciertos en bastiones de la derecha como Marsella y Toulouse, según las proyecciones de los institutos de sondeos al cierre de las urnas. El paso de esas dos ciudades - segunda y cuarta del país - a manos socialistas simbolizaría la derrota del partido conservador del presidente Nicolas Sarkozy. Según las estimaciones del instituto CSA divulgadas tras el cierre de los últimos colegios electorales a las 19.00 GMT, las listas de izquierdas habrían cosechado el 49,5% de los votos, frente al 47,5% para las de la derecha, y el 3% restante para otras formaciones. » [20 Minutos]
A DUQUESA VERMELHA CASOU COM A SUA SECRETÁRIA DUAS HORAS ANTES DE MORRER
«La valiosa herencia de Luisa Isabel Álvarez de Toledo, duquesa de Medina Sidonia, va a dar que hablar en los próximos meses debido a su matrimonio con su secretaria dos horas antes de morir.
La conocida como duquesa roja, por su defensa de causas nada aristocráticas a lo largo de su vida, falleció el pasado 7 de marzo en su residencia de Sanlúcar de Barrameda (Cádiz), a causa de una neumonía. Tenía 71 años. En el lecho de muerte contrajo matrimonio con su secretaria desde hace 25 años, Liliana María Dahlmann, según se supo esta semana.» [20 Minutos]
A RELAÇÃO DO FISCO COM OS CONTRIBUINTES
Agora que se volta a falar de preocupações com a relação entre fisco e contribuintes é bom recordar o que foi ou não foi feito nos últimos anos neste capítulo. Desde que Durão Barroso chegou ao governo que se registou uma inflexão da Administração fiscal neste capítulo, durante estes anos nada se fez a não ser concluir a renovação de alguns serviços de finanças já projectados e a renovação à pressa do logotipo da DGCI apenas para que Paulo Macedo tivesse a oportunidade de aparecer mais uma vez nos jornais.
Apesar de todo o investimento realizado no fisco a verdade é que houve um total desprezo pelo cidadão, todas as preocupações foram orientadas para o filão da cobrança das dívidas. Não só era necessário recuperar dívidas que foram titularizadas, como o anterior director-geral descobriu que graças aos desenvolvimentos informáticos poderia converter os resultados fiscais em sucessos na modernização da gestão da DGCI e no combate à evasão fiscal. Duas mentiras, o modelo de gestão da DGCI manteve-se alterado e a recuperação das dívidas convive com o aumento da evasão fiscal.
Os contribuintes continuaram a ser desprezados e maltratados por uma máquina fiscal gerida com o único objectivo de cobrar melhor aos que habitualmente pagam. Para a história ficam atrasos nos reembolsos, barracadas na cobrança do imposto de circulação, numerosos erros associados a penhoras e atrasos vergonhosos no reembolso de impostos indevidamente cobrados que chegam a tardar mais de cinco anos.
A burocracia continua de mão dada com a incompetência, uma situação que interessa a muita gente, dentro e fora do fisco. Não bastarão algumas medidas simbólicas para melhorar a relação entre o fisco e os contribuintes, será necessário mexer nos modelos de gestão e de organização dos serviços, a redefinir os perfis de competências das hierarquias, redesenhar os serviços e as tesourarias de finanças, combater a burocracia, a incompetência, a corrupção e a extorsão.
Nos próximos tempos este tema será abordado aqui, por agora aqui fica uma sugestão para os responsáveis do fisco: solicitar à IGF uma auditoria aos processos de reembolso de impostos que estão por ser feitos, começando pelos que já mereceram despachos favoráveis.
ADIVINHA
Quem foi o secretário de Estado que uns dias antes de tomar posse foi convidado a sair do gabinete por um alto responsável da Administração Pública?
Enfim, as voltas que a vida dá...
O JUMENTO NO TECHNORATI
- O "Absorto" e o "Ir ao fundo e voltar" gostaram do último artigo de Miguel Sousa Tavares.
- O "Hoje há conquilhas" também acha que a luta pela democracia diz respeito a todos os democratas.
- O "Varal de Ideias" pescou alguns cartazes publicitários.
MUDAR PORTUGAL OUTRA VEZ
O cartoon do Raim's Blog.
O BLOGUE DA SEMANA É
FOTOGRAFIA DE ALESUND (NORUEGA) [imagem]
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